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Pela Ladeira do Arrebentão II

Pela Ladeira do Arrebentão II por Jorge Lage Linguagem popular Mas o Castanho não se habituou, nem o lavrador quis passar por aquela desonra. E, poucos dias depois, tinha comprado um boi vivo ao Zeca de Veiga de Lila. Apesar de alto era esguio, o «Lila», assim foi baptizado, diziam que mais parecia um gato por ser delgado. E provocava animadas conversas nos adjuntos do terreiro da aldêa. – Não é semente do Marelo – opinou o Chico Maria. O Eugenho dizia que era um bei bô e com o Castanho ainda se fazia melhor. Apesar do semblante carregado e relado, o Manel lá se foi habituando à nova junta. Aos poucos foi esquecendo o provérbio, «homes de Santa Maria (de Émeres), beis de Valpaços e mulheres de Valtelhas, quem os meter em casa torce as orelhas». Aproximando-se o fim de Maio era preciso segar o feno do lameiro de Vale das Mós, perto da Ponte da Formigosa. Como sempre, era o Ti Manel Maria (dos Eixes) que s

Pela Ladeira do Arrebentão

Pela Ladeira do Arrebentão por Jorge Lage Linguagem popular Este conto foi escrito com inobservância do (des)acordo ortográfico, empregando linguagem popular. É ficcionado, apesar dos nomes das pessoas parecerem reais. Jorge Lage A junta de bois mirandeses pareciam dois castelos. Eram novos, mas quase cerrados e como duas estampas. Bons de mãos e de patas e nunca se negavam ao carro ou à charrua. Foi na «Feira dos Santos da Torre» que foram adquiridos a um lavrador serrano e por preço em conta. O «Marelo» tinha uma pelagem fina quase toda amarelada, puxava à mão-esquerda e tinha um olhar mais vivo e mexido. Sendo eu criança tinha-me azar, sem eu saber porquê. Nunca perdia a ocasião de agitar a galhada na minha direcção e o meu «respeito» e medo eram muitos e constantes. O mais escuro, amarelo-acastanhado, o «Castanho», mais calmo e olhar pachorrento, aceitava-me embora eu mantivesse sempre uma distância de grande respeito. Decorria o mês de Março em que havia as últimas lavouras da dec

O escano

O escano, por Jorge Lage O Scano Dormem os camponeses no teu regaço, Ó scano de uma vida imorredoira. Toca-se do teu canto a dobadoira, Vai navegando tudo no teu espaço. Saltam para ti felinos na noite fria Tombam na cinza tamancos que o lume cresta. Serves de abrigo aos torgos de urzes e giesta E és berço de menino durante o dia. Cai sobre ti uma tábua à refeição Nela se poisam malgas de barro grosso, De mãos erguidas rezam o pai-nosso, Antes do caldo servir partem o pão… E pela noite dentro, juntos na vida, Rezam a oração na despedida, Uns elevam a voz ao sono resistindo, Outros: - amém! - respondem, já dormindo. Há sempre uma brasa viva na lareira, Ficas tu e ela. - Adeus meu scano lindo! Abadim, 1959, de Abílio Bastos Os velhos escanos das nossas antigas lareiras são dos que mais histórias nos podiam contar e de terços rezados. O pai do Abílio, como não tinha «rosairo», para a reza servia-se do martelo para cada um dos mistérios e ao fim de cada dezena virava a fac

O Carnaval na minha infância

O Carnaval na minha infância por João de Deus Rodrigues (memórias) Foi antanho, é passado, Mas a memória devolve tudo: Uma mulher, a roca, o linho fiado, Mas não se fiavam as barbas ao Entrudo! Mão ágil, fósforo aceso, a estopa queimada. Uma pedra que sai da mão, E a cabeça rachada, ao carpinteiro João. Uma mulher, as estopas a arder, A ousadia, o drama, a agressão. Porque os homens da aldeia faziam tudo, Para que não se fiassem as barbas ao Entrudo, Para manter viva a tradição. Enquanto na cozinha, à luz da candeia, Quatro gerações junto à lareira, Festejavam o carnaval, sem máscaras, Essas coisas do demónio tentador, Porque só eram permitidas brincadeiras, De deitar farinha na cabeça, E contar “estórias”, não muito brejeiras… E toda aquela boa gente, De cara descoberta, alegre e contente, Passava a noite de carnaval, Com uma estridente gargalhada, Até ao clarear da madrugada... Era assim o Carnaval na minha infância, Em casa dos meus avós materno

Vilarinho - Mondim de Basto

Vilarinho - aldeia satélite de São Pedro de Vilar de Ferreiros por Costa Pereira Vilarinho (vista parcial) Aldeia satélite da povoação de São Pedro de Vilar de Ferreiros, a localidade de Vilarinho cujo nome etimologicamente nasceu à volta da primitiva "Villa" agrária ou "Villar" inicial que, graças à romanização alguém, em tempos remotos, achou por bem implantar neste bucólico e acidentado espaço geográfico que os "grichos" do sagrado Monte Farinha, virados a sul, fertilizam desde o Vale do Reino (Richeiras), pelo córrego dos Poços do Linho ou Carregal, até lá ao fundo de Ervedeiro, onde na horizontal, descendo das bandas de Ventozelos, corre a Ribeira Velha ao encontro do Cabril, afluente do Tâmega. Anterior à romanização desta espaçosa área geográfica, são por certo os inúmeros vestígios de povoamento pré-histórico que dentro e ao redor de localidades como Vilarinho, ainda hoje aparecem a esmo pelos ermos circunvizinhos da

Mondim de Basto

Mondim de Basto: dados históricos por Luís Jales de Oliveira e Alfredo Pinto Coelho Mondim de Basto: entre o Minho e Trás-os-Montes No século II A.C. as legiões Romanas sob o comando do Cônsul Décio Juno Bruto invadem e conquistam toda a Região. Há resistência heróica da famosa cidade Cinínia, solar da belicosa tribo dos Tamecanos, provavelmente situada no alto de Nossa Senhora da Graça (Monte Farinha). Décio Juno Bruto funda na serra de Ermelo a cidade «Maranus», que viria a tornar-se numa das mais famosas e importantes de toda a Península Ibérica (séc. II A. C.). Nasce em Atei Santa Senhorinha de Basto (Ano 924). São assassinados e sepultados em S. Pedro de Atei sete Condes por um familiar de D. Afonso Henriques (Princípio da Nacionalidade). D. Sancho I concede Foral a Ermelo (Abril de 1196). D. Nuno Álvares Pereira caça neste Concelho e aqui recruta homens para a batalha de Aljubarrota, tomada de Ceuta, etc. (1384/1385). Gonçalo Vaz, o Moço, deste Concelho, salva a vida a D. João I,

Responso de S. Justo

Responso de S. Justo Para livrar de todos os perigos por Jorge Lage Jesus, Santo nome de Jesus! (3 vezes) Justo Juiz final, Filho da Virgem Maria. Foste nado em Belém, E em vale de Jacaria. Peço, Senhor, nesta hora, E neste dia, Que livreis e guardeis, Toda a minha família, De noite e mais de dia. Quem for para lhe bater, Prender ou algum mal lhe fazer, Maus olhos não os vejam, Má boca não lhe fale, Maus braços não os abracem, Más pernas não os alcancem, Como disse Nosso Senhor Jesus Cristo ao seu discípulo. Fasta-te e elo (3 vezes) Com armas de Cristo, andem guardados, Com leite da Virgem Maria, orvalhadas, Pelo sangue de Nossa Senhora e Jesus Cristo. Tragam sempre sempre no corpo deles, Para não serem presos, nem mortos, Caminhos andarão, bons e maus, E encontrarão os bons. Passarão os maus, Não os verão. Queria Deus que eles sejam, De noite e mais de dia, Como foi Jesus Cristo Dentro do ventre da Virgem Maria. Eu os entrego a Jesus, E à flor donde E

Enterro do Bacalhau

Enterro do Bacalhau, tradição popular de Vila Real Costume de Vila Real, em tempos que já lá vão. Chico Costa, em Crónicas de Vila Real (1987), conta como era. Na noite de Sábado Aleluia saía o Enterro do Bacalhau. " À frente, um esquadrão de cavalaria, com terno de clarins, da tropa do Matadouro, abria o cortejo. Seguiam-se na sua máxima força as tropas do Cimo do Campo da Rua dos Ferreiros. Um bacalhau enorme, feito de cartão, enfiado num garoto, seguia escoltado pelos últimos militares... ". Havia também carrascos, juízes, advogados. E testemunhas: " As de acusação estavam a cargo dos criados dos talhos; as testemunhas de defesa eram marçanos das mercearias ". Passo de procissão, archotes, muito povo, " Um coro de carpideiras acaudatava o préstito ". Seguia-se o julgamento que redundava numa " hilariante paródia aos acontecimentos locais ". Finalmente, o bacalhau era enforcado, ouvindo-se versos humorísticos. Os merceeiros, por exemplo, cantav

Marron Glacé

Castanha caramelizada por Jorge Lage O “marron glacé” ou castanha caramelizada tem na origem o uso e saber dos gregos e romanos de guardarem os frutos secos em mel, já que este é um poderoso conservante natural. Os franceses (possivelmente através dos conventos e mosteiros) foram herdeiros destes saberes e já na época do romantismo teve um desenvolvimento e aperfeiçoamento notável, uma vez que serviam para galantear as belas e nobres damas nos saraus e salões. Mais tarde os espanhóis ficaram impressionados com os preços altíssimos que os franceses vendiam o “marron glacé” em Paris, pelo que se informaram das técnicas e saberes e puseram mãos à obra. As palavras dos rótulos condizem com o produto e o alegre espírito galego:  “O autêntico «Marron Glacé» é o doce mais caro, romântico e esquisito do mundo.”; “Uma jóia gastronómica da nossa cultura europeia…”; “Sem corantes ou conservantes, alimenta o bom gosto e provoca optimismo e euforia.”; “Devemos comer tantos marrons glacés quantas as

Provérbios iniciados com a letra C

Lista de alguns provérbios enviados por Jorge Lage Cada cabeça sua sentença. Chuva de São João, tira vinho e não dá pão. Casa roubada, trancas à porta. Casarás e amansarás. Criou a fama, deite-se na cama. Cada qual com seu igual. Cada ovelha com sua parelha. Cada macaco no seu galho. Casa de ferreiro, espeto de pau. Casamento, apartamento. Cada qual é para o que nasce. Cão que ladra não morde. Cada qual sabe onde lhe aperta o sapato. Com vinagre não se apanham moscas. Coma para viver, não viva para comer. Com o direito do teu lado nunca receies dar brado. Candeia que vai à frente alumia duas vezes. Casa de esquina, ou morte ou ruína. Cada panela tem a sua tampa. Cada um sabe as linhas com que se cose. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos. Casa onde entra o sol não entra o médico. Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Cesteiro que faz um cesto faz um cento, se lhe derem verga e tempo. Com a verdade me enganas. Com papas e bolos se enganam os tolos. Comer e coçar o

Os pastores

O pior para um pastor brioso era acancelar as reses cheias de fome Os pastores por Jorge Lage Em finais da década de cinquenta, há cerca se sessenta anos, só na minha aldeia havia uns oito rebanhos de gado, a saber: dos Pinto Azevedo (de Vale Pradinhos – Macedo de Cavaleiros) cujo pastor era o António Mateus, de alcunha «o Sardinha» que tinha uma memória prodigiosa; do casal do Capitão Ilídio Esteves, sendo pastor o Abel Caldeiras, dos homens mais íntegros e sérios que conheci, embora tivesse mau vinho; do Correia de Oliveira onde pastoreava o Miguel Mateus; do meu tio, António José Lage; do meu pai, Eugénio Lage, cujo pastor mais marcante foi «o Canhoto» (Adriano); do Carlos Meireles, cujo pastor mais sonante foi «o Campainha»; o dos Abelhas, por vezes, com o Arlindo mais no trabalho de paquete e o Rôla (João) como pastor; e o do Casal dos Limas. Com tantas cabeças de canhonas para alimentar não havia erva nem arbusto que crescesse muito. Incêndios só nalgumas moutas de silvas. E esta

O «Mês das Almas»

O «Mês das Almas» ou «Mês das Bruxas» por Jorge Lage «Halloween» Novembro é conhecido pelo «Mês dos Mortos», «Mês das Almas» e, também, pelo «Mês das Bruxas». Desde o séc. IV que a Igreja Síria tinha um dia para festejar «Todos os Mártires» e, passados três séculos, o Papa Bonifácio IV, dedicou-o a «Todos os Santos». Mais tarde foi fixado o dia 1 de Novembro. Costumava iniciar-se com uma festa vespertina, a 31 de Outubro, que em inglês se diz «All Hallow’s Eve» (ou seja «Vigília de Todos os Santos») evoluindo para «All Hallowed Eve», «All Hallow Een» e, por fim, «Halloween», como se diz hoje. A figura é a de Padre Fontes, numa foto obtida no Ecomuseu de Barroso, em Montalegre. Do lado esquerdo da imagem, uma das fachadas da Igreja da Misericórdia, próxima do castelo de Montalegre. A noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro começou a ser celebrada por grupos não cristãos, dando-lhe o sentido de bruxaria. No seu seguimento era preciso recordar todos os que já partiram e a Igreja justapô

Ensinadores são os provérbios

De Jorge Lage e Maria da Graça, os provérbios! Em vinte de Janeiro dá o Sol no abixeiro. Lareira acesa é sol de Inverno. Pinheiro cortado em Janeiro, vale por castanheiro. Bons dias em Janeiro vêm a pagar-se em Fevereiro. Pela Lua Cheia não cortes a tua nem a alheia. À árvore caída todos vão buscar lenha. Entrudo borralheiro, Páscoa soalheira. Não chovendo em Fevereiro, nem bom prado, nem bom palheiro. Faz o teu filho teu herdeiro e não teu despenseiro. Quando chove em Fevereiro, nem bom pão nem bom lameiro. Quer no começo quer no fundo, em Fevereiro vem o Entrudo. Casa de esquina, ou morte ou ruína. Temporã é a castanha, que por Março arreganha. Março de rabo, é pior que o diabo. Não te envaideças do que sabes, e repara sempre no que fazes.

Compota de Castanha

Compota de Castanha por Jorge Lage Ingredientes: 2 Kg de castanha; 1,5 Kg de açúcar; 0,5 litro de água; 1 limão, 1 pau de canela e erva-doce. Confeção: Leve ao lume as castanhas a cozer. Preparar a calda, levando ao lume a água, o açúcar, a casca de limão e a erva-doce. Deixar ferver durante 5 minutos (pérola leve) e juntar as castanhas, o sumo de limão e o pau de canela. Apurar em lume brando. Deixar arrefecer e só depois colocar dentro dos frascos. Receita de Olinda Carralas Penela da Beira - Penedono in "Castanha um fruto saudável" Nota: As compotas e as caldas de frutas eram uma forma de as famílias terem à mão as delícias do campo durante todo o ano. A minha saudosa e generosa avó, Maria Rosa Aleixo, deliciava-me com a aveludada geleia de marmelo, o divinal doce de ginja e a fabulosa compota de pêra ou pêssego a sorrir da compoteira e sempre pronta a saltar para a mais alva fatia de pão trigo. A minha mulher faz, igualmente, compotas tradicionais fabulosas, com que me v

Rabanadas Conventuais

Rabanadas Conventuais por Maria da Graça Ingredientes: 1 pão cacete médio; 0,5Kg de açúcar; 2,5 dl água; 6 gemas; 1 ovo; 1 pauzinho de canela; 1 casquinha de laranja; canela em pó para polvilhar. Confeção: Convém que o pão seja comprado com 2 dias de antecedência. No dia, corte o pão em fatias da grossura de 1 dedo. Misture o 0,5 kg de açúcar com a casca de laranja, a canela em pau e os 2,5 dl de água e leve ao lume; ferve durante 8 minutos exatos. Entretanto, bata as gemas e o ovo muito bem. Passe as fatias de pão, uma a uma, pelo batido e deite-as no açúcar fervente, deixe solidificar as gemas, retire-as e escorra-as. Vá-as colocando num prato e por fim polvilhe-as com canela em pó, se desejar. Enquanto as rabanadas estão no açúcar, se este começar a querer ganhar cor ou mais ponto, vá adicionando 1 ou 2 colheres de água quente.

Pão-de-ló de Vizela

Pão-de-ló de Vizela por Jorge Lage Ingredientes: 24 gemas de ovo; 3 claras de ovo; 400 gr de açúcar; 300 gr de farinha triga (tipo 55); 200 gr de açúcar para cobertura. Confeção: Batem-se as gemas e as claras com açúcar até se obter um preparado quase branco. Junta-se a farinha e bate-se até ficar misturada. Deita-se a massa em formas quadradas de lata forradas com papel costaneira (grosso). Leva-se a cozer em forno quente (220 graus centígrados). A meio da cozedura reduz-se o calor e deixa-se cozer. Estará cozido quando lhe espetar um palito e sair seco. Apaga-se o forno, deixa-se arrefecer um pouco e retira-se o papel dos lados. Com as 200 gramas de açúcar e um copo de água faz-se uma calda muito forte, (112 graus centígrados). Deixa-se amornar e depois espalha-se por cima e dos lados do pão-de-ló, com uma espátula ou colher de pau, em movimentos de vaivém, até a calda ficar opaca. Conserve-se em local seco e, de preferência, em recipiente fechado e forrado a papel absorvente (o pape

Provérbios

Provérbios, por Jorge Lage e Maria da Graça Sardinha de São João já pinga no pão. A nevoínha no S. João, tira vinho e azeite e não dá pão. No S. Pedro vai ver o olivedo; se vires um bago conta por um cento. Enxame de Junho, nem que seja como punho. A cortiça em Junho sai a punho, em Agosto a mascoto. Nem mulher casada nem vinha vindimada! Em Julho, ao quinto dia verás que mês terás. Julho abafadiço fica a abelha no cortiço. O que arde cura, o que coça sara e o que aperta segura. O burro trabalha, mas é o cavalo que recebe os galões. A palavra vinda do coração mantém-se quente durante três invernos. O escorregar da língua é pior do que o do pé. A quem é famoso não faltam parentes. Quando não se pode morder, de que serve mostrar os dentes? Vale mais uma verdade amarga do que uma mentira doce. Felicidade não é ter o que se quer, mas querer o que se tem. A jeira de Maio vale os bois e o carro; a de Julho vale os bois e o jugo. É como o Maio de Portugal, que carregaram de jóias e fugiu com

Pudim de Maçãs e Castanhas

Pudim de Maçãs e Castanhas, por Jorge Lage Ingredientes: 2 maçãs; 300 g de castanhas; 1 copo de vinho branco; 50 g de açúcar e 2 colheres (sopa) de açúcar baunilhado. Confeção: Coza as castanhas durante 20 minutos. Escorra-as e pele-as, misturando-as com as maçãs cortadas às rodelas. Ponha-as numa panela ao lume brando, cobrindo-as com o vinho e deixe-as cozer até a fruta se desfazer. Passe-as no passe-vite e recolha o polme numa forma pequena forrada de caramelo. Coza em banho-maria, até que o caramelo se tenha completamente liquefeito. Desenforme e polvilhe com o açúcar baunilhado. in CASTANEA - uma dádiva dos deuses

Aletria (de Mirandela)

Aletria (de Mirandela),  por Jorge Lage Ingredientes: 250 g de aletria; 200 g de açúcar; 1 litro de leite; 8 gemas de ovo; Canela e casca de limão. Confeção: Coza a aletria em água e escorra-a. Aqueça o leite e misture-lhe o açúcar e a casca de limão. Junte-lhe a aletria e deixe ferver lentamente. Num tacho à parte ponha um pouco do leite quente e, mexendo, vá misturando lentamente as gemas já batidas. Junte tudo e deixe ferver mais um pouco. Sirva-a, em travessas, polvilhada com canela, por cima. Receita adaptada, por Jorge Lage, do «Guia Mirandela».

Provérbios soltos

Alguns provérbios soltos, por Jorge Lage Na Semana dos Ramos, lava os teus panos, que na Ressurreição os lavarás ou não. Manhãs de Abril, boas de andar e doces de dormir. Não mores em despovoado, nem esmoles do furtado. Pelos frutos se conhecem as árvores. À mesa não se envelhece. Um barco que não tem rumo, não pode saber o que é um vento favorável. Sabemos mais do que percebemos. A compreensão é a única força de mudança. Dia de S. José come-se e bebe-se e bate-se o pé. Março encanaço, Abril espiguil, Maio granai-o, Junho segai-o. Perde-se o velho por não poder e o novo por não saber. Em Março o pão com o mato, a noite com o dia e o Pedro com a Maria. Março, liga a noite com o dia, liga o Manel com a Maria, o pão com o mato e a erva com o sargaço. Vinho de Março não enche cabaço! O de Maio bebe-o o gaio! O de Abril não enche barril! Quem tem mulher formosa e vinha carreira, nunca lhe falta canseira! Em Fevereiro, foice ao fumeiro. Pelo S. Matias começam as enxertias. Casa que não seja