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O Fiolho

Fiolho, uma planta silvestre e amiga por Jorge Lage Também é conhecida pelo nome de «Funcho» (donde deriva o topónimo Funchal – capital da ilha da Madeira), erva-doce ou anis e com várias espécies próximas, sendo umas de aroma mais intenso ou sabor mais adocicado. O nome científico para esta planta aromática silvestre é «Foeniculum officinale L.»,  sendo formada por hidratos de carbono, fibras, cálcio, fósforo, sódio, potássio, magnésio, pró-vitamina A, vitamina C e anetol (óleo essencial). As suas sementes pulverizadas são uma especiaria gastronómica. Fiolho ou Funcho As folhas e caules tenros empregam-se, como outros legumes, em pratos e caldos. Pessoalmente, tenho saudades de comer uns chicharros cozidos com fiolho que a minha mãe cozinhava no pote de ferro, ao lume crepitante da lareira, regado com azeite das oliveiras que o meu pai e os meus avós plantaram (ainda é desse azeite que como ou temperamos na cozinha) e acidulado com umas gotas de vinagre de vinho. A acompanhar podiam s

Jorge Golias, «Pai da Revolução» do 25 de Abril

Jorge Golias, «Pai da Revolução» do 25 de Abril por Jorge Lage O mirandelense Coronel Jorge Golias é o «Pai da Revolução» do 25 de Abril Jorge Sales Golias e "A Descolonização da Guiné-Bissau" A revista trimestral «O Referencial», órgão de informação da Associação 25 de Abril, no seu n.º 128 (Janeiro a Março de 2018) traz uma interessante peça sobre o colaborador do Notícias de Mirandela, Cor./Eng., Jorge Golias, com o título «O Pai da Revolução». Como diz o povo, «a verdade é como o bom azeite, vem ao de cima». Já aqui tinha referido que Jorge Golias esteve na génese do «Movimento dos Capitães» e o texto d’«O Referencial» vem confirmá-lo como verdade histórica. O texto da «Referencial» deve-se a Jorge Golias ter sido o «orador convidado» da 13.ª edição dos «Almoços com histórias», na sede da Associação 25 de Abril, em 10 de Janeiro último. Aí «o Coronel Jorge Sales Golias desfiou memórias, recordou narrativas, reviveu momentos da guerra na Guiné-Bissau e da revolução em Por

Jorge Sales Golias

Jorge Sales Golias por Jorge Lage Jorge Golias em destaque na Associação 25 de Abril A associação 25 de Abril, presidida pelo Coronel Vasco Lourenço, escolheu para o primeiro almoço/debate, de 2018, dia 10 de Janeiro, o Coronel Jorge Sales Golias, mirandelense que esteve na génese do Movimento dos Capitães. Grândola escreveu o seu nome no Monumento aos Capitães. Jorge Golias é seguramente uma das personalidades mais cultas de Mirandela e o que melhor conhece a sua longa História Municipal.  Nas Forças Armadas o seu nome é incontornável para as altas patentes e a História Contemporânea de Portugal refere-o como um destacado militar de Abril. Vasco Lourenço, no texto difundido aos associados, afirma que «o Jorge Golias (…) é um capitão de Abril genuíno, de todas as horas» e «elemento fulcral do Movimento dos Capitães na Guiné, o Golias seria determinante na conspiração, na acção concreta do 25 de Abril e no processo de descolonização/independência dessa antiga colónia portuguesa. (…) O c

Coronel Jorge Golias

Jorge Golias por Jorge Lage Biografia do Coronel Jorge Golias Terão andado, em Mirandela, à procura de alguém influente no 25 de Abril para discursar. Eu referiria duas personalidades: uma o ex-vereador e um dos melhores escritores de Mirandela, o Tenente-Coronel Henrique Pedro; o outro esteve na génese do MFA e do 25 de Abril, o Coronel Jorge Golias. Mas, para quem pouco conhece Jorge Sales Golias, nasceu em 1941, em Mirandela, onde fez o 5.º ano liceal e o 7.º no ex-Liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real. Concluiu a Academia Militar e Engenharia Eletrotécnica no IST. Participou na Guerra Colonial (Guiné 1972-1974) e no 25 de Abril de 1974 foi Chefe de Gabinete do Governador da Guiné, membro do MFA, do Conselho de Administração dos CTT/TLP e adjunto do Chefe de Estado-Maior do Exército. Tem o curso de Estado-Maior, o curso de Logística do Exército dos USA e o de Gestão de Empresas na AIP. É Coronel reformado. Foi administrador de três empresas. Pertence à CHT – Comissão da História

Aníbal Milhais, o soldado Milhões

Era transmontano o soldado Milhões por Barroso da Fonte Herói Nacional da I Guerra Mundial Nasceu em Valongo de Milhais, concelho de Murça, em 9 de Julho de 1895. Faleceu em 3 de Junho de 1970. O heróico soldado, gastando as suas munições e aquelas que os seus camaradas iam deixando à medida que tombavam, manteve os alemães em respeito, o que facilitou a retirada aos fugitivos. Esse gesto que contrariava as ordens do seu comandante, evitou a carnificina humana que seria muito mais catastrófica do que foi. Aníbal Augusto Milhais, seu verdadeiro nome, regressou ao seu batalhão, depois de vaguear sozinho, à deriva, facto que mais enobreceu a sua clarividência, lealdade e bravura. Logo aí foi condecorado com a Ordem de Torre e Espada do seu comando e, ainda em França, é-lhe conferida a mais alta condecoração a que um soldado raso pode aspirar. Em 1919 regressa a Portugal, passa pelos quartéis onde prestara serviço (Bragança, Chaves e Tomar) e recolhe a

Soldado Milhões

Soldado Milhões Centenário da Batalha de La Lys por Jorge Lage A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Lisboa, homenageou o Soldado Milhões, a 14 de abril de 2018, por ocasião do Centenário da famosa e maldita Batalha de La Lys, durante a Primeira Grande Guerra. Esta viria a terminar, sete meses depois, pelas onze horas, do dia 11 de novembro de 1918. Esta guerra foi de uma grande envergadura em que lutaram de ambos os campos de batalha cerca de setenta milhões de militares e tombaram nas várias frentes de guerra uns nove milhões. A batalha mais mortífera para o CEP (Corpo Expedicionário Português) deu-se na planície de La Lys. Esta toca-me por vários motivos: pela dimensão das baixas do exército português (alguém terá passado informação aos alemães porque fomos atacados quando se ia processar à substituição das nossas tropas por ingleses); por, mesmo estando feridos, carregarem na retirada o célebre Cristo das Trincheira que se encontra no Mosteiro da Batalha (há quase 60 anos); por

O Minério do Poço Palheiro

O Minério do Poço Palheiro por José Ribeiro José Ribeiro, filho do bem conhecido e saudoso «doutor de Fornos», da quinta de Fornos, Cabeda.  Aquele poço está testinho de minério! Os serões na Quinta de Fornos, como era costume na aldeia, eram sempre passados no escano à volta da lareira. Lido «O Primeiro de Janeiro» com as notícias do país e do mundo, e comido o apresigo e o caldinho da ceia, preparada nos potinhos de ferro com excelência, carinho e singeleza pela nossa mãe, era o nosso pai quem monopolizava a temática do serão. Como exímio divagador que era, tanto poderia vir a lume uma historinha passada na aldeia como a que irei aqui relatar, ou outra qualquer passada na sua roda de amigos de Vila Real, cujos pontos de encontro eram o Café Excelsior e o Clube. Também poderiam vir à baila algumas das suas preocupações com a vida duriense, dada a sua condição de l

Dormidos (II)

Dormidos por Jorge Lage Ingredientes: 12 ovos; 1 litro de leite; 2 copos de azeite virgem (20 cl ou 1/2 quartilho); Cerca de 2 Kg de farinha-triga; 200 g de fermento de padeiro; 1 Kg de açúcar; 200 g de manteiga; O sumo e a raspa de 2 laranjas; Aguardente a gosto. Preparação: Amassa-se como o pão, misturando a farinha-triga, o leite, 11 ovos, o azeite, 950 g de açúcar, a manteiga, o fermento de padeiro, o sumo e a raspa das laranjas e aguardente a gosto. A massa dorme toda a noite (daí o nome de dormidos) na masseira ou num alguidar ou tacho. De manhã, parte-se a massa em pequenos pães (do tamanho de bolas pequenas/médias) e tende-se. Antes de ir ao forno, pincelam-se por cima com ovo e põe-se-lhe açúcar, retirados das quantidades acima. Vão a cozer em forno com calor médio (cerca de 20 a 25 minutos). Retira-se quando estiver com aspeto corado. Por ser um delicioso bolo seco, pode comer-se em qualquer ocasião seja com café com leite, chá, café, licor ou vinho licoroso, por exemplo. (Re

Bolo favo de caramelo

Bolo favo de caramelo por Maria da Graça Ingredientes: 150 grs. açúcar + (250gr.para o caramelo) 150 grs. manteiga 150 grs. farinha 3 ovos 1 colher de chá de fermento Royal 150 grs. nozes (ou mais) 1 cálice de Vinho do Porto Confeção: Bate-se a manteiga com o açúcar. Em seguida, juntam-se os ovos, um a um, batendo em cada adição. Depois, vai-se juntando a farinha, o fermento, o vinho do Porto e as nozes em pedacinhos pequenos. Vai ao forno em forma untada. Para decorar: cobre-se com meias nozes e rega-se com 250 grs. de açúcar em caramelo.

Bolo de nozes com marmelada

Bolo de nozes com marmelada por Maria da Graça Ingredientes: 250 gr. de açúcar 6 ovos 150 gr. de marmelada 1 cálice de aguardente ou vinho do Porto 125 gr. de farinha 1 colher de chá de fermento algumas nozes Confeção: Bate-se o açúcar com as gemas. Faz-se uma pasta com a marmelada e as nozes pisadas, juntando-se o cálice de vinho do Porto ou aguardente. Junta-se esta pasta ao açúcar e gemas já muito bem batidos. Depois de tudo muito bem misturado deitam-se 6 claras batidas em castelo. Por último, junta-se a farinha com o fermento. Unta-se a forma e vai ao forno.

Natal do Pandegueiro e do Gaiteiro

Natal: para quê tantas compras, tantos presentes, tantos faz de conta? por Jorge Lage Linguagem popular Quem me conhece sabe que não sou muito entusiasta do Natal, questionando-me: – para quê tantas compras, tantos presentes, tantos faz de conta? A noite de Natal ou de consoada sempre foi parca em casa dos meus pais. É claro que havia os tachos e as travessas de gemalte que se enchiam de filhózes e rabanadas, de polvo frito em ovo e salsa. As filhós e rabanadas eram regadas com molho de mel (e canela). Mel da montanha da Padrela, que a minha mãe trocava por azeite, ao Ti «Joeu». Trazia-o em cântaros de cortiça e lata, nas cangalhas sobre o dorso do pachorrento jumentico. As grandes travessas de faiança do cavalinho e outras de porcelana enchiam-se de aletria pobre (só com leite e sem ovos) e polvilhada com canela, deixando rastos de desenhos geométricos a indicarem como devia ser retalhada. Era comida à fatia e à mão ou em cima de trigo, sêmea ou charrão. O meu Pai não dispensava os bo

Pela Ladeira do Arrebentão III

Pela Ladeira do Arrebentão III por Jorge Lage Linguagem popular A mêo da tarde do dia seguinte regressámos a Valdasmós para virar o feno. E passados mais dois dias voltámos lá para trazer a carrada. Puseram-se ao carro as varas compridas ou grade, com duas estadulhetas à frente e duas atrás, para carregar mais feno que até batia no cachaço dos beis. Até as velhas engarelas deram lugar a umas novas e de estadulhos mais altos. Com o feno já junto em pequenos montes preparados para a forcada e mandar para o carro, o meu Pai e o meu irmão avaliaram, em pormenor e desenharam mentalmente, como deviam sair do lameiro encosta sobessa acima, rumo à Ladeira do Arrebentão. A Ladeira do Arrebentão era o «Cabo das Tormentas» da minha aldeia. Só os lavradores mais destemidos se aventuravam com um carro carregado Arrebentão acima. O feno engoliu engarelas, estadulhos, mesmo os dois estadulhos de volta. Dos bois apenas se viam os pescoços, as molidas e os focinhos. O meu Pai calcou munto bem o feno,

Pela Ladeira do Arrebentão II

Pela Ladeira do Arrebentão II por Jorge Lage Linguagem popular Mas o Castanho não se habituou, nem o lavrador quis passar por aquela desonra. E, poucos dias depois, tinha comprado um boi vivo ao Zeca de Veiga de Lila. Apesar de alto era esguio, o «Lila», assim foi baptizado, diziam que mais parecia um gato por ser delgado. E provocava animadas conversas nos adjuntos do terreiro da aldêa. – Não é semente do Marelo – opinou o Chico Maria. O Eugenho dizia que era um bei bô e com o Castanho ainda se fazia melhor. Apesar do semblante carregado e relado, o Manel lá se foi habituando à nova junta. Aos poucos foi esquecendo o provérbio, «homes de Santa Maria (de Émeres), beis de Valpaços e mulheres de Valtelhas, quem os meter em casa torce as orelhas». Aproximando-se o fim de Maio era preciso segar o feno do lameiro de Vale das Mós, perto da Ponte da Formigosa. Como sempre, era o Ti Manel Maria (dos Eixes) que s

Pela Ladeira do Arrebentão

Pela Ladeira do Arrebentão por Jorge Lage Linguagem popular Este conto foi escrito com inobservância do (des)acordo ortográfico, empregando linguagem popular. É ficcionado, apesar dos nomes das pessoas parecerem reais. Jorge Lage A junta de bois mirandeses pareciam dois castelos. Eram novos, mas quase cerrados e como duas estampas. Bons de mãos e de patas e nunca se negavam ao carro ou à charrua. Foi na «Feira dos Santos da Torre» que foram adquiridos a um lavrador serrano e por preço em conta. O «Marelo» tinha uma pelagem fina quase toda amarelada, puxava à mão-esquerda e tinha um olhar mais vivo e mexido. Sendo eu criança tinha-me azar, sem eu saber porquê. Nunca perdia a ocasião de agitar a galhada na minha direcção e o meu «respeito» e medo eram muitos e constantes. O mais escuro, amarelo-acastanhado, o «Castanho», mais calmo e olhar pachorrento, aceitava-me embora eu mantivesse sempre uma distância de grande respeito. Decorria o mês de Março em que havia as últimas lavouras da dec

O escano

O escano, por Jorge Lage O Scano Dormem os camponeses no teu regaço, Ó scano de uma vida imorredoira. Toca-se do teu canto a dobadoira, Vai navegando tudo no teu espaço. Saltam para ti felinos na noite fria Tombam na cinza tamancos que o lume cresta. Serves de abrigo aos torgos de urzes e giesta E és berço de menino durante o dia. Cai sobre ti uma tábua à refeição Nela se poisam malgas de barro grosso, De mãos erguidas rezam o pai-nosso, Antes do caldo servir partem o pão… E pela noite dentro, juntos na vida, Rezam a oração na despedida, Uns elevam a voz ao sono resistindo, Outros: - amém! - respondem, já dormindo. Há sempre uma brasa viva na lareira, Ficas tu e ela. - Adeus meu scano lindo! Abadim, 1959, de Abílio Bastos Os velhos escanos das nossas antigas lareiras são dos que mais histórias nos podiam contar e de terços rezados. O pai do Abílio, como não tinha «rosairo», para a reza servia-se do martelo para cada um dos mistérios e ao fim de cada dezena virava a fac

O Carnaval na minha infância

O Carnaval na minha infância por João de Deus Rodrigues (memórias) Foi antanho, é passado, Mas a memória devolve tudo: Uma mulher, a roca, o linho fiado, Mas não se fiavam as barbas ao Entrudo! Mão ágil, fósforo aceso, a estopa queimada. Uma pedra que sai da mão, E a cabeça rachada, ao carpinteiro João. Uma mulher, as estopas a arder, A ousadia, o drama, a agressão. Porque os homens da aldeia faziam tudo, Para que não se fiassem as barbas ao Entrudo, Para manter viva a tradição. Enquanto na cozinha, à luz da candeia, Quatro gerações junto à lareira, Festejavam o carnaval, sem máscaras, Essas coisas do demónio tentador, Porque só eram permitidas brincadeiras, De deitar farinha na cabeça, E contar “estórias”, não muito brejeiras… E toda aquela boa gente, De cara descoberta, alegre e contente, Passava a noite de carnaval, Com uma estridente gargalhada, Até ao clarear da madrugada... Era assim o Carnaval na minha infância, Em casa dos meus avós materno

Vilarinho - Mondim de Basto

Vilarinho - aldeia satélite de São Pedro de Vilar de Ferreiros por Costa Pereira Vilarinho (vista parcial) Aldeia satélite da povoação de São Pedro de Vilar de Ferreiros, a localidade de Vilarinho cujo nome etimologicamente nasceu à volta da primitiva "Villa" agrária ou "Villar" inicial que, graças à romanização alguém, em tempos remotos, achou por bem implantar neste bucólico e acidentado espaço geográfico que os "grichos" do sagrado Monte Farinha, virados a sul, fertilizam desde o Vale do Reino (Richeiras), pelo córrego dos Poços do Linho ou Carregal, até lá ao fundo de Ervedeiro, onde na horizontal, descendo das bandas de Ventozelos, corre a Ribeira Velha ao encontro do Cabril, afluente do Tâmega. Anterior à romanização desta espaçosa área geográfica, são por certo os inúmeros vestígios de povoamento pré-histórico que dentro e ao redor de localidades como Vilarinho, ainda hoje aparecem a esmo pelos ermos circunvizinhos da

Mondim de Basto

Mondim de Basto: dados históricos por Luís Jales de Oliveira e Alfredo Pinto Coelho Mondim de Basto: entre o Minho e Trás-os-Montes No século II A.C. as legiões Romanas sob o comando do Cônsul Décio Juno Bruto invadem e conquistam toda a Região. Há resistência heróica da famosa cidade Cinínia, solar da belicosa tribo dos Tamecanos, provavelmente situada no alto de Nossa Senhora da Graça (Monte Farinha). Décio Juno Bruto funda na serra de Ermelo a cidade «Maranus», que viria a tornar-se numa das mais famosas e importantes de toda a Península Ibérica (séc. II A. C.). Nasce em Atei Santa Senhorinha de Basto (Ano 924). São assassinados e sepultados em S. Pedro de Atei sete Condes por um familiar de D. Afonso Henriques (Princípio da Nacionalidade). D. Sancho I concede Foral a Ermelo (Abril de 1196). D. Nuno Álvares Pereira caça neste Concelho e aqui recruta homens para a batalha de Aljubarrota, tomada de Ceuta, etc. (1384/1385). Gonçalo Vaz, o Moço, deste Concelho, salva a vida a D. João I,

Responso de S. Justo

Responso de S. Justo Para livrar de todos os perigos por Jorge Lage Jesus, Santo nome de Jesus! (3 vezes) Justo Juiz final, Filho da Virgem Maria. Foste nado em Belém, E em vale de Jacaria. Peço, Senhor, nesta hora, E neste dia, Que livreis e guardeis, Toda a minha família, De noite e mais de dia. Quem for para lhe bater, Prender ou algum mal lhe fazer, Maus olhos não os vejam, Má boca não lhe fale, Maus braços não os abracem, Más pernas não os alcancem, Como disse Nosso Senhor Jesus Cristo ao seu discípulo. Fasta-te e elo (3 vezes) Com armas de Cristo, andem guardados, Com leite da Virgem Maria, orvalhadas, Pelo sangue de Nossa Senhora e Jesus Cristo. Tragam sempre sempre no corpo deles, Para não serem presos, nem mortos, Caminhos andarão, bons e maus, E encontrarão os bons. Passarão os maus, Não os verão. Queria Deus que eles sejam, De noite e mais de dia, Como foi Jesus Cristo Dentro do ventre da Virgem Maria. Eu os entrego a Jesus, E à flor donde E

Enterro do Bacalhau

Enterro do Bacalhau, tradição popular de Vila Real Costume de Vila Real, em tempos que já lá vão. Chico Costa, em Crónicas de Vila Real (1987), conta como era. Na noite de Sábado Aleluia saía o Enterro do Bacalhau. " À frente, um esquadrão de cavalaria, com terno de clarins, da tropa do Matadouro, abria o cortejo. Seguiam-se na sua máxima força as tropas do Cimo do Campo da Rua dos Ferreiros. Um bacalhau enorme, feito de cartão, enfiado num garoto, seguia escoltado pelos últimos militares... ". Havia também carrascos, juízes, advogados. E testemunhas: " As de acusação estavam a cargo dos criados dos talhos; as testemunhas de defesa eram marçanos das mercearias ". Passo de procissão, archotes, muito povo, " Um coro de carpideiras acaudatava o préstito ". Seguia-se o julgamento que redundava numa " hilariante paródia aos acontecimentos locais ". Finalmente, o bacalhau era enforcado, ouvindo-se versos humorísticos. Os merceeiros, por exemplo, cantav