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Bento da Cruz

O ideal de felicidade de Bento da Cruz por Barroso da Fonte Quero «viver apaixonadamente e morrer a tempo» foi o ideal de felicidade de Bento da Cruz Convivi com Bento da Cruz na Barragem de Pisões na década de sessenta. Em 30 de Junho de 1962 abandonei o Seminário de Vila Real. E, nos primeiros dias de Julho seguinte, fui ali pedir emprego, recorrendo ao Senhor José Cruz que tinha sido primeiro sargento militar e que vivia maritalmente com minha prima, Maria do Carmo, professora do ensino primário. O seu Pai era conhecido pelo «Tio Vicente Terré», de Codeçoso que casara para Gralhós, onde a filha nasceu. Curiosamente veio a ser a professora que preparou para a quarta classe o atual Presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes, António Chaves, que curiosamente foi o maior confidente e biógrafo de Bento da Cruz.  O inspetor José Dias Baptista que foi meu condiscípulo de Seminário em Vila Real, desde o primeiro ano

Maria da Graça

Maria da Graça, uma mondinense de respeito por Costa Pereira Já uma vez, em Março de 2010, escrevi acerca desta minha distinta conterrânea, da diáspora, como eu, o que repito e teimo divulgar: "Não vai gostar, mas como a sei mulher que a quem como ela amar e defender a terra onde ambos nascemos é capaz de perdoar este meu atrevimento, eis-me a revelar o nome daquela "minha conterrânea Mg que para ver e conhecer gente transmontana que em verso ou prosa honre as letras lusas não há igual!", como noticiei no blog Ao sabor do tempo, em post, de 26 de Fevereiro 2010, intitulado "encontro cultural". Trata-se da minha conterrânea Maria da Graça Borges de Matos, natural de Mondim de Basto, onde nasceu a 4 de Janeiro de 1956, filha de José Teixeira de Matos e de Maria Alzira Teixeira Borges. Como já divulguei, nada de novo aqui. De novo, apenas que fez anos no passado dia 04, e que nem uma mensagem de parabéns lhe mandei. Nesse dia, infelizmente fui chamado, pela amizad

Nuno Nozelos

Nuno Álvares Pereira da Conceição Nozelos por Jorge Lage Nuno Nozelos nasceu em Fradizela (concelho de Mirandela), em 15 de novembro de 1931. Foram seus pais Manuel António Nozelos e Esperança de Deus Gonçalo, sendo Nuno o primeiro de oito filhos. Após o ensino primário na própria aldeia de Fradizela, frequentou o ensino dos Salesianos, primeiro em Poiares da Régua, depois em Mogofores e finalmente no Estoril, onde concluiu o curso de Filosofia. Posteriormente frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa. Fez, além disso, diversos cursos de índole profissional, virados para a área jurídico-administrativa e relacionados com a carreira que seguiu no Ministério da Saúde. Aí começou a trabalhar em 1955, vindo a ocupar o cargo de técnico superior principal, lugar em que se aposentou em 1984. Paralelamente com a carreira administrativa, Nuno Nozelos esteve sempre virado para a escrita, sua grande vocação, quer enquanto escritor, quer enquanto jornalista e conferencista.

Piteira Santos

Piteira Santos, filho de barrosão e nome grande na Amadora por Barroso da Fonte Fernando António Piteira Santos, patrono da Biblioteca da Amadora, nasceu em 23-01-1918, na Amadora, mas era filho do barrosão Vitorino Gonçalves dos Santos, natural do concelho de Montalegre. A mãe - Leonilde Bebiana Piteira Santos - nascera em Lisboa, de família oriunda de Ançã. Esta senhora que fora católica praticante, familiarmente tratada por «Mãe-toni», faleceu em 26-02-1963, pouco tempo depois do filho ter partido para o exílio. O pai, valoroso republicano, foi promovido, por distinção, ao posto de tenente da GNR, sendo posteriormente transferido para o exército, de onde se reformou, como major. Foi agraciado com a Ordem Militar de Avis e com a Torre de Espada, falecendo em 27-02-1943. O seu biógrafo escreve que Vitorino Gonçalves dos Santos «herdou de seus pais traços marcantes das suas personalidades, ressaltando a inteireza de carácter e de fidelidade a princípios, faceta que se coaduna com a ati

A Nobreza Barrosã

A Nobreza Barrosã e a Casa do Cerrado por Barroso da Fonte A humanidade, na evolução própria da espécie, ao longo dos milhões de anos, não se contentou com o grau da normalidade. A razão que distingue os humanos dos restantes animais, foi sempre atrevida. E, desse atrevimento ou insatisfação de não ser igual aos outros, brotaram sortilégios para uns, vícios para outros, com consequências para o bem ou para o mal. Uns primaram pelo sucesso, evoluindo e progredindo à escala local, nacional ou mundial. Outros regrediram, animalizaram-se no corpo e no espírito, destruindo tudo à sua passagem. Sempre as forças contraditórias do bem e do mal, do saber e da ignorância, da riqueza e da pobreza, do luxo e do lixo. Essa insatisfação que sempre acompanhou o ser humano hierarquizou uns e outros. Ao nível da família, da comunidade local, nacional e internacional.  A esse escalonamento chamou títulos da nobreza. Vêm de longe esses graus hierárquicos. Essa classificação generalizou-se e estendeu-se a

Contribuidores do NetBila'News

NetBila, agora NetBila’News Informação de Trás-os-Montes e Alto Douro! Desde 2006, ano em que o NetBila iniciou a sua atividade, as regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro têm sido referenciadas e descritas nas páginas deste blogue, apenas com algumas ligeiras interrupções para alteração de plataformas, entretanto necessárias com o intuito de melhorar tecnologias e performances dos respetivos sites, permitindo aos utilizadores aceder aos conteúdos com melhor agilidade.  Com a prestimosa contribuição de alguns colaboradores, as páginas do NetBila têm sido enriquecidas com textos ligados às culturas e histórias das regiões, para além de imagens, muitas delas documentos inéditos da vida transmontano-duriense. Deste modo, o NetBila tem ajudado na divulgação de Trás-os-Montes e do Alto Douro Vinhateiro, região classificada pela UNESCO, em 14 de dezembro de 2001, como Património da Humanidade na categoria de Paisagem Cultural. Com as suas opiniões e textos, o escritor duriense António Cabral

Fisgas de Ermelo – Mondim de Basto

Eu sei duma "Maravilha", por Luís Jales de Oliveira Cascata das Fisgas de Ermelo - Mondim de Basto “Das Fisgas não falarei. A medonha realidade perderia nas palavras a telúrica dimensão. São quedas impressionantes de deixar cair as horas em divina contemplação. A um passo do abismo, direi da visão dantesca das entranhas dos infernos. Nas pias, ou nas piocas, nas piscinas naturais, direi da visão edénica dos esplendores do Paraíso. Perspectiva wagneriana, rente às nuvens de alabastro – perspectiva genesíaca, rente á vaporosa espuma das cataratas do Olo. Um brinco da Natureza! Quando Deus criou o mundo, era tudo muito bom. Nas Fisgas, cala-te boca, exagerou um bocadinho… Se eu dissesse, mas não digo, diria que o azul do Cabril é céu dos falcões peregrinos que fecundam o colo da brisa. E no centro da epopeia, o rude pastor dos penhascos transvestido de Moisés. Trezentas cabeças aos pés e nos olhos um soneto azul celeste. Só ele sabe dos mistérios, dos trilhos e das veredas, dos

Caldo de Chicharrinhos

Caldo de Chicharrinhos, por Jorge Lage Ingredientes: 300 g de chicharrinho; 1 tomate; 1 cebola; 1 banha (ou azeite); Salsa, alho, louro, cominhos, malagueta, sal e vinagre (ou limão). Preparação: Põe-se um tomate a refogar com a gordura, com uma cebolinha, um dentinho de alho, uma folhinha de louro e bastante salsa, e deixa-se ferver um bocadinho com estes temperos. Quem tem cominho deve deitar um uma pitada desse temperinho para dar aquele gostinho. Junta-se a água e deixa-se ferver. Depois junta-se o chicharrinho sem a tripa. É quase só levantar fervura, a bem dizer, porque coze num instante. Depois faz-se um molhinho cru. Pisa-se bem a salsa, o alho, sal e uma malagueta e vinagre ou limão. Depois junta-se um pinguinho do caldo que cozeu o peixe, que é mais saboroso. Se estiver muito avinagrado junta-se mais um pouco de caldo. Depois retira-se o chicharrinho do caldo e põe-se este molho por cima. E bebe-se aquele caldinho que faz muito bem à gente. B

O Fiolho

Fiolho, uma planta silvestre e amiga por Jorge Lage Também é conhecida pelo nome de «Funcho» (donde deriva o topónimo Funchal – capital da ilha da Madeira), erva-doce ou anis e com várias espécies próximas, sendo umas de aroma mais intenso ou sabor mais adocicado. O nome científico para esta planta aromática silvestre é «Foeniculum officinale L.»,  sendo formada por hidratos de carbono, fibras, cálcio, fósforo, sódio, potássio, magnésio, pró-vitamina A, vitamina C e anetol (óleo essencial). As suas sementes pulverizadas são uma especiaria gastronómica. Fiolho ou Funcho As folhas e caules tenros empregam-se, como outros legumes, em pratos e caldos. Pessoalmente, tenho saudades de comer uns chicharros cozidos com fiolho que a minha mãe cozinhava no pote de ferro, ao lume crepitante da lareira, regado com azeite das oliveiras que o meu pai e os meus avós plantaram (ainda é desse azeite que como ou temperamos na cozinha) e acidulado com umas gotas de vinagre de vinho. A acompanhar podiam s

Jorge Golias, «Pai da Revolução» do 25 de Abril

Jorge Golias, «Pai da Revolução» do 25 de Abril por Jorge Lage O mirandelense Coronel Jorge Golias é o «Pai da Revolução» do 25 de Abril Jorge Sales Golias e "A Descolonização da Guiné-Bissau" A revista trimestral «O Referencial», órgão de informação da Associação 25 de Abril, no seu n.º 128 (Janeiro a Março de 2018) traz uma interessante peça sobre o colaborador do Notícias de Mirandela, Cor./Eng., Jorge Golias, com o título «O Pai da Revolução». Como diz o povo, «a verdade é como o bom azeite, vem ao de cima». Já aqui tinha referido que Jorge Golias esteve na génese do «Movimento dos Capitães» e o texto d’«O Referencial» vem confirmá-lo como verdade histórica. O texto da «Referencial» deve-se a Jorge Golias ter sido o «orador convidado» da 13.ª edição dos «Almoços com histórias», na sede da Associação 25 de Abril, em 10 de Janeiro último. Aí «o Coronel Jorge Sales Golias desfiou memórias, recordou narrativas, reviveu momentos da guerra na Guiné-Bissau e da revolução em Por

Jorge Sales Golias

Jorge Sales Golias por Jorge Lage Jorge Golias em destaque na Associação 25 de Abril A associação 25 de Abril, presidida pelo Coronel Vasco Lourenço, escolheu para o primeiro almoço/debate, de 2018, dia 10 de Janeiro, o Coronel Jorge Sales Golias, mirandelense que esteve na génese do Movimento dos Capitães. Grândola escreveu o seu nome no Monumento aos Capitães. Jorge Golias é seguramente uma das personalidades mais cultas de Mirandela e o que melhor conhece a sua longa História Municipal.  Nas Forças Armadas o seu nome é incontornável para as altas patentes e a História Contemporânea de Portugal refere-o como um destacado militar de Abril. Vasco Lourenço, no texto difundido aos associados, afirma que «o Jorge Golias (…) é um capitão de Abril genuíno, de todas as horas» e «elemento fulcral do Movimento dos Capitães na Guiné, o Golias seria determinante na conspiração, na acção concreta do 25 de Abril e no processo de descolonização/independência dessa antiga colónia portuguesa. (…) O c

Coronel Jorge Golias

Jorge Golias por Jorge Lage Biografia do Coronel Jorge Golias Terão andado, em Mirandela, à procura de alguém influente no 25 de Abril para discursar. Eu referiria duas personalidades: uma o ex-vereador e um dos melhores escritores de Mirandela, o Tenente-Coronel Henrique Pedro; o outro esteve na génese do MFA e do 25 de Abril, o Coronel Jorge Golias. Mas, para quem pouco conhece Jorge Sales Golias, nasceu em 1941, em Mirandela, onde fez o 5.º ano liceal e o 7.º no ex-Liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real. Concluiu a Academia Militar e Engenharia Eletrotécnica no IST. Participou na Guerra Colonial (Guiné 1972-1974) e no 25 de Abril de 1974 foi Chefe de Gabinete do Governador da Guiné, membro do MFA, do Conselho de Administração dos CTT/TLP e adjunto do Chefe de Estado-Maior do Exército. Tem o curso de Estado-Maior, o curso de Logística do Exército dos USA e o de Gestão de Empresas na AIP. É Coronel reformado. Foi administrador de três empresas. Pertence à CHT – Comissão da História

Aníbal Milhais, o soldado Milhões

Era transmontano o soldado Milhões por Barroso da Fonte Herói Nacional da I Guerra Mundial Nasceu em Valongo de Milhais, concelho de Murça, em 9 de Julho de 1895. Faleceu em 3 de Junho de 1970. O heróico soldado, gastando as suas munições e aquelas que os seus camaradas iam deixando à medida que tombavam, manteve os alemães em respeito, o que facilitou a retirada aos fugitivos. Esse gesto que contrariava as ordens do seu comandante, evitou a carnificina humana que seria muito mais catastrófica do que foi. Aníbal Augusto Milhais, seu verdadeiro nome, regressou ao seu batalhão, depois de vaguear sozinho, à deriva, facto que mais enobreceu a sua clarividência, lealdade e bravura. Logo aí foi condecorado com a Ordem de Torre e Espada do seu comando e, ainda em França, é-lhe conferida a mais alta condecoração a que um soldado raso pode aspirar. Em 1919 regressa a Portugal, passa pelos quartéis onde prestara serviço (Bragança, Chaves e Tomar) e recolhe a

Soldado Milhões

Soldado Milhões Centenário da Batalha de La Lys por Jorge Lage A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Lisboa, homenageou o Soldado Milhões, a 14 de abril de 2018, por ocasião do Centenário da famosa e maldita Batalha de La Lys, durante a Primeira Grande Guerra. Esta viria a terminar, sete meses depois, pelas onze horas, do dia 11 de novembro de 1918. Esta guerra foi de uma grande envergadura em que lutaram de ambos os campos de batalha cerca de setenta milhões de militares e tombaram nas várias frentes de guerra uns nove milhões. A batalha mais mortífera para o CEP (Corpo Expedicionário Português) deu-se na planície de La Lys. Esta toca-me por vários motivos: pela dimensão das baixas do exército português (alguém terá passado informação aos alemães porque fomos atacados quando se ia processar à substituição das nossas tropas por ingleses); por, mesmo estando feridos, carregarem na retirada o célebre Cristo das Trincheira que se encontra no Mosteiro da Batalha (há quase 60 anos); por

O Minério do Poço Palheiro

O Minério do Poço Palheiro por José Ribeiro José Ribeiro, filho do bem conhecido e saudoso «doutor de Fornos», da quinta de Fornos, Cabeda.  Aquele poço está testinho de minério! Os serões na Quinta de Fornos, como era costume na aldeia, eram sempre passados no escano à volta da lareira. Lido «O Primeiro de Janeiro» com as notícias do país e do mundo, e comido o apresigo e o caldinho da ceia, preparada nos potinhos de ferro com excelência, carinho e singeleza pela nossa mãe, era o nosso pai quem monopolizava a temática do serão. Como exímio divagador que era, tanto poderia vir a lume uma historinha passada na aldeia como a que irei aqui relatar, ou outra qualquer passada na sua roda de amigos de Vila Real, cujos pontos de encontro eram o Café Excelsior e o Clube. Também poderiam vir à baila algumas das suas preocupações com a vida duriense, dada a sua condição de l

Dormidos (II)

Dormidos por Jorge Lage Ingredientes: 12 ovos; 1 litro de leite; 2 copos de azeite virgem (20 cl ou 1/2 quartilho); Cerca de 2 Kg de farinha-triga; 200 g de fermento de padeiro; 1 Kg de açúcar; 200 g de manteiga; O sumo e a raspa de 2 laranjas; Aguardente a gosto. Preparação: Amassa-se como o pão, misturando a farinha-triga, o leite, 11 ovos, o azeite, 950 g de açúcar, a manteiga, o fermento de padeiro, o sumo e a raspa das laranjas e aguardente a gosto. A massa dorme toda a noite (daí o nome de dormidos) na masseira ou num alguidar ou tacho. De manhã, parte-se a massa em pequenos pães (do tamanho de bolas pequenas/médias) e tende-se. Antes de ir ao forno, pincelam-se por cima com ovo e põe-se-lhe açúcar, retirados das quantidades acima. Vão a cozer em forno com calor médio (cerca de 20 a 25 minutos). Retira-se quando estiver com aspeto corado. Por ser um delicioso bolo seco, pode comer-se em qualquer ocasião seja com café com leite, chá, café, licor ou vinho licoroso, por exemplo. (Re

Bolo favo de caramelo

Bolo favo de caramelo por Maria da Graça Ingredientes: 150 grs. açúcar + (250gr.para o caramelo) 150 grs. manteiga 150 grs. farinha 3 ovos 1 colher de chá de fermento Royal 150 grs. nozes (ou mais) 1 cálice de Vinho do Porto Confeção: Bate-se a manteiga com o açúcar. Em seguida, juntam-se os ovos, um a um, batendo em cada adição. Depois, vai-se juntando a farinha, o fermento, o vinho do Porto e as nozes em pedacinhos pequenos. Vai ao forno em forma untada. Para decorar: cobre-se com meias nozes e rega-se com 250 grs. de açúcar em caramelo.

Bolo de nozes com marmelada

Bolo de nozes com marmelada por Maria da Graça Ingredientes: 250 gr. de açúcar 6 ovos 150 gr. de marmelada 1 cálice de aguardente ou vinho do Porto 125 gr. de farinha 1 colher de chá de fermento algumas nozes Confeção: Bate-se o açúcar com as gemas. Faz-se uma pasta com a marmelada e as nozes pisadas, juntando-se o cálice de vinho do Porto ou aguardente. Junta-se esta pasta ao açúcar e gemas já muito bem batidos. Depois de tudo muito bem misturado deitam-se 6 claras batidas em castelo. Por último, junta-se a farinha com o fermento. Unta-se a forma e vai ao forno.

Natal do Pandegueiro e do Gaiteiro

Natal: para quê tantas compras, tantos presentes, tantos faz de conta? por Jorge Lage Linguagem popular Quem me conhece sabe que não sou muito entusiasta do Natal, questionando-me: – para quê tantas compras, tantos presentes, tantos faz de conta? A noite de Natal ou de consoada sempre foi parca em casa dos meus pais. É claro que havia os tachos e as travessas de gemalte que se enchiam de filhózes e rabanadas, de polvo frito em ovo e salsa. As filhós e rabanadas eram regadas com molho de mel (e canela). Mel da montanha da Padrela, que a minha mãe trocava por azeite, ao Ti «Joeu». Trazia-o em cântaros de cortiça e lata, nas cangalhas sobre o dorso do pachorrento jumentico. As grandes travessas de faiança do cavalinho e outras de porcelana enchiam-se de aletria pobre (só com leite e sem ovos) e polvilhada com canela, deixando rastos de desenhos geométricos a indicarem como devia ser retalhada. Era comida à fatia e à mão ou em cima de trigo, sêmea ou charrão. O meu Pai não dispensava os bo

Pela Ladeira do Arrebentão III

Pela Ladeira do Arrebentão III por Jorge Lage Linguagem popular A mêo da tarde do dia seguinte regressámos a Valdasmós para virar o feno. E passados mais dois dias voltámos lá para trazer a carrada. Puseram-se ao carro as varas compridas ou grade, com duas estadulhetas à frente e duas atrás, para carregar mais feno que até batia no cachaço dos beis. Até as velhas engarelas deram lugar a umas novas e de estadulhos mais altos. Com o feno já junto em pequenos montes preparados para a forcada e mandar para o carro, o meu Pai e o meu irmão avaliaram, em pormenor e desenharam mentalmente, como deviam sair do lameiro encosta sobessa acima, rumo à Ladeira do Arrebentão. A Ladeira do Arrebentão era o «Cabo das Tormentas» da minha aldeia. Só os lavradores mais destemidos se aventuravam com um carro carregado Arrebentão acima. O feno engoliu engarelas, estadulhos, mesmo os dois estadulhos de volta. Dos bois apenas se viam os pescoços, as molidas e os focinhos. O meu Pai calcou munto bem o feno,