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Noroeste Transmontano e suas Barragens

Cávado, Rabagão e Bessa por Barroso da Fonte Publicado pela primeira vez, neste blogue, em 01 de março de 2013 São três os principais rios que nascem, fertilizam e refrescam os solos de Barroso: Cávado, Rabagão e Bessa. Todos férteis em truta e outros espécimes piscícolas. O primeiro nasce na Fonte Fria, na vertente sul da Serra do Larouco, (1.525 m).  A Câmara fez, à sua passagem, bem junto à marginal, um parque de lazer, com um reconfortante açude que substitui, para muitos, a praia atlântica e mediterrânica, para além de parque de merendas. Segue o leito que sempre teve até à foz, em Esposende. Mas não chega lá sem ser útil ao país, mais do que a Barroso. Nesse leito foram construídas, há cerca de meio século, a albufeira de Sezelhe que por túnel subterrâneo de cerca de 5 km, leva o reforço de água à Barragem do Alto Rabagão. O caudal que prossegue originou e mantém a barragem de Paradela construída em 1956. Não se esgota aí esse caudal, antes reúne novos riachos que vão encontrar-s

Pau da Barca

Quando o pau da barca falha… por Jorge Lage Outrora não havia tantas pontes como isso no Portugal Interior. A Ponde da Formigosa, sobre o rio Tuela, próxima de Vale de Juncal, só foi iniciada no último quartel do Séc. XIX e terminada em 1913, pelos mestres vindos de Cabanas, da Terra Fria, sendo um deles o avô do mirandelense (de Vale do Juncal) Vítor Cabano. Portanto, a inauguração foi muito posterior à chegada do comboio a Mirandela (1982). O meu pai, nascido em 1906, dizia-me que o escoamento dos produtos agrícolas da corda de Lomba/Vinhais até Cabanelas eram transportados em carretos de bois, por Chelas, atravessando nas famosas Barcas de Chelas para embarcarem, primeiro Douro abaixo e depois no «Comboio do Tua em Mirandela». Muitas vezes, era uma aventura atravessar o Tuela na Barca (de Chelas) quando ia de monte-a-monte. Eram precisos quatro paus ou bareiros bem grossos, com quatro homens dos mais possantes, subindo um pouco com a barca pelo rio acima para depois cortarem as água

Poço de Azeite

Mirandela, «Poço de Azeite» por Jorge Lage Mirandela Mirandela é apelidada de «Poço de Azeite», por ficar entre vales e ser o concelho transmontano que mais azeite produz. O azeite de Mirandela (e de alguns concelhos vizinhos), foi considerado, por dois gurus mundiais, um italiano e outro francês, superior aos azeites franceses e italianos. O melhor azeite transmontano/mirandelense é consequência das características edafoclimáticas em que se produz (bom clima e boa terra), boas castas (verdeal, cordovil, cobrançosa e bical, entre outras) e da sua produção a frio em lagares modernos. Mas, em Mirandela não se produz só o melhor azeite do mundo. Também se fabricam os melhores esmagadores ou moedores de azeitona. Muito do azeite produzido em terras transmontanas e alto-durienses segue para França e Itália, em auto-tanques, e depois embalado como se lá fosse produzido,

O Bom Azeite

O bom azeite é sinónimo de saúde e qualidade de vida por Jorge Lage A cultura da oliveira, em Portugal, terá sido incrementada (ou introduzida) pelos antigos gregos e cartagineses. Assim, reza a História olivícola lusitana. A bacia hidrográfica do rio Tua foi considerada, durante séculos, terra de óptimo azeite e Mirandela apelidada «Poço do Azeite», principalmente para as gentes serranas da Terra Fria. Há estudos que comprovam que o consumo diário de uma colher de sopa de «azeite virgem» (azeite não adulterado, nem submetido a altas temperaturas para esconder produtos nocivos acrescentados) ajuda a prevenir o cancro da mama. Certo é que há pessoas a consumirem, em jejum, uma colher (de sopa) de azeite diária para manterem uma vida saudável e com mais qualidade. Por isso, muitos rumam a Mirandela, ao longo do ano, onde adquirem o azeite finíssimo do lavrador. No Canadá, qualquer produto orgânico é pago a um bom preço. As pessoas compram muito o que é orgânico e de quinta, como reacção

Seraphim Teixeira Sarmento de Sá

Seraphim Teixeira Sarmento de Sá, homem ilustre de S. Lourenço de Ribapinhão "Estudos Transmontanos e Durienses II" Tudo o que de mais importante pode saber-se sobre a freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, à data de 1758, está descrito em documento elaborado com data do dia 3 de março desse mesmo ano, pelo pároco da freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão - o senhor padre Seraphim Alvares, reytor da Igreja Matriz de Sam Lourenço. Consta nesse documento o nome Seraphim Teixeira Sarmento de Saa, com toda a certeza ascendente da família Teixeira Sarmento, da Casa do Pinheiro. Seraphim Teixeira Sarmento de Saa, como refere o senhor padre Seraphim Alvares, nasceu em S. Lourenço e aí foi batizado na igreja matriz. Foi soldado, servindo em “guerras passadas” e homem ilustre. Foi governador de Cabo Verde e de “Sam Thomé”, com patente de “capitam geral”.  Recolhido na sua casa de S. Lourenço, aí faleceu e foi enterrado na igreja. Fonte: "Estudos Transmontanos e Durienses II"

Matrafões

Matrafões – receita enviada por Jorge Lage  Ingredientes: 2,5 a 3 kg de farinha triga; 18 ovos; ½ litro de azeite; 1 kg de açúcar; 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio; 1 colher de fermento; 1 copo do vinho de aguardente. Confecção: Misturam-se e batem-se os ingredientes (ovos, azeite, açúcar e aguardente) muito bem e por fim adiciona-se a farinha e o fermento. Distribuem-se às colheradas de sopa bem cheias (uma para cada bolo) em formas untadas com azeite e polvilhadas de farinha.  Pincelam-se com ovos batidos.  Cozer em forno bem quente. (Receita cedida por Maria Gentil Vaz e «herdada» da família, de Mós – Torre de Moncorvo) Nota: Estes doces, muito semelhantes aos económicos, faziam-se mais quando surgia uma situação de pressa, pois enquanto que os económicos tinham que “subir” (crescer em bico), o que requereria mais cuidado ao amassar os ingredientes, os matrafões não crescem tanto (ficam mais baixos porque não são polvilhados com açúcar) pelo que requerem menos tempo para a s

Roteiro Arqueológico e Artístico do Concelho de Vila Real

Capela de Guadalupe O "Roteiro Arqueológico e Artístico do Concelho de Vila Real" é da autoria de João Parente. De um modo claro, conciso, João Parente apresenta num pequeno livro textos precisos sobre o património arqueológico e artístico do concelho de Vila Real e imagens expressivas desse património, tudo muito bem enquadrado e esquematizado com os mapas respetivos dos lugares e diversos monumentos e seus pormenores, proporcionando o autor uma consulta rápida, numa leitura simples e culturalmente enriquecedora. Do livro "Roteiro Arqueológico e Artístico do Concelho de Vila Real" de João Parente (textos e fotografias) e mapas de Leonor Ribeiro, com produção de Mediana - Sociedade Gestora de Imagem e Comunicação, retirámos um excerto "Capela de Guadalupe" transcrito a seguir: Roteiro Arqueológico e Artístico do Concelho de Vila Real «É um templo do último quartel de século XV. A circunstância de ter sempre escassez de meios conservou-lhe a beleza e a unid

Cais do Douro, em Cinfães

Porto Antigo e Escamarão O Cais de Porto Antigo situa-se na freguesia de Oliveira do Douro, concelho de Cinfães, aonde os rios Bestança e Douro se unem num abraço. Aqui podem acostar barcos de turismo de maior ou menor dimensão, existindo também uma plataforma flutuante para cerca de 14 barcos de recreio. Dispõe de um amplo terrapleno ligado à água por uma rampa varadouro destinado a estacionamento, bar, lojas e sanitários. O cais serve ainda de porto de espera de algumas embarcações para a Barragem de Carrapatelo. Cais de Escamarão, Cinfães do Douro O Cais de Escamarão, localiza-se na freguesia de Souselo, concelho de Cinfães, próximo à capela de Nossa Senhora da Natividade. Dispõe de um cais acostável para embarcações turísticas, uma fluvina para 10 barcos de recreio e um terrapleno para estacionamento, bar e sanitários. Daí é visível uma pequena ilhota, designada por "Ilha dos Amores", que apresenta vários vestígios arqueológicos. O cais serviu em tempos de paragem para os

Rosquilhas

Rosquilhas (à antiga), por Jorge Lage Ingredientes: 1 kg de farinha; ¼ litro de azeite; ¼ litro de leite; ½ kg de açúcar; 6 ovos; 2 colheres de chá de bicarbonato de sódio; 1 cálice de aguardente e 1 colher de sopa de canela em pó.   Confecção: Amassa-se a farinha com os ovos, indo juntando, aos poucos, o bicarbonato, o azeite, o leite, o açúcar, o cálice da aguardente e a canela. Depois de bem amassado e de a massa ficar moldável, retiram-se pequenos pedaços que se enrolam ao comprido e depois fazem-se as rosquilhas (argolas grandes). Fritam-se na sertã, com o azeite bem quente, até ficarem coradas e viram-se e depois de louras retiram-se. Polvilham-se com açúcar e estão prontas a ser servidas.  Receita fornecida por Irene da Conceição e M.ª Rosa Lage Viegas (ambas de Mirandela) e por nós adaptada. Nota 1: À falta de azeite pode usar-se margarina ou óleo. Não esquecer que o azeite torna a receita mais original, por este ser um produto de Mirandela, também conhecida pelo «Poço do Azeit

Navegabilidade do rio Douro

O rio Douro A navegabilidade do rio Douro permite aos turistas apreciarem uma paisagem ímpar, classificada como Património Mundial. A via navegável do Douro está disponível para as embarcações em toda a sua extensão de 210 quilómetros entre a Foz, no Porto, e Barca d'Alva, junto à fronteira com Espanha. Ao longo do percurso muitos são os motivos de interesse. Os principais pontos de paragem na região são os cais do Peso da Régua e do Pinhão. Entre os dois destaca-se a barragem de Bagaúste, com uma eclusa de 28 metros, mas para percorrer todo o rio outras barragens serão transpostas através das suas eclusas. Existem hoje outros cais, recentemente construídos, nomeadamente os que acedem diretamente a algumas quintas.

O «Borda» de Cabeda

João Manuel Gomes «Borda», de Cabeda por José Ribeiro O «Borda» era a alcunha de um senhor de Cabeda dos finais do século XIX, princípios do século XX, que tinha um grande carisma, pelo que me contam os mais velhos que ainda o conheceram, carisma que lhe provinha do refinado humor que cultivava nas relações sociais na aldeia.  Não se sabe bem donde teria origem esta alcunha de «Borda», mas este senhor, de seu nome João Manuel Gomes, ainda era parente da minha avó paterna, Jesuína Pereira de Carvalho Gomes de Sousa. Remediado, nunca largava o seu cachimbo e tinha uma boa casa no centro da aldeia. Gostava de se transportar na sua mulinha e ia com frequência para a vizinha povoação, sede da freguesia, Vilar de Maçada, aonde, pelos vistos, teria bons amigos.  A casa do João Gomes, como muitas casas da aldeia, tinha uma ampla varanda aberta que dava para a rua, perto do largo central da povoação, o Largo do Olival. Seu pai, Luís Gomes, tinha por hábito fazer a

O «rapto» da merenda na Senhora da Saúde

Uma história verdadeira contada por José Ribeiro Em criança, lembro-me muito bem de ouvir falar na quinta de Fornes, em Cabeda, na margem esquerda do rio Pinhão, e no seu proprietário, o dr. de Fornes, assim era conhecido em S. Lourenço, do concelho de Sabrosa. Vem isto a propósito de uma história verdadeira que me foi enviada, em 7 de maio de 2015, por um dos filhos do saudoso dr. de Fornes, o mais velho, o Engenheiro José Ribeiro, Professor Jubilado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Aqui, nestas páginas do NetBila’News, deixo contada pelo José Ribeiro a dita história, simples, mas representativa das brincadeiras que eram usadas, em tempos idos, pela rapaziada mais nova, passada no santuário de Nossa Senhora da Saúde, em Saudel, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão. José Ribeiro Saudel, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão Terreiro da Romaria da Senhora da Saúde Escrito por José Ribeiro O Simão da Eusébia e o «rapto» da merenda na Senhora da Saúde O S

O Cachão da Valeira

Lugar do Cachão da Valeira Lugar do Cachão da Valeira depois da construção da barragem Cachão, cachoeira, catarata, são palavras que significam corrente de água que cai de uma altura razoável. Neste lugar do rio Douro chamado Cachão da Valeira era precisamente isso que acontecia até 1780, ano em que se deu início às obras de desobstrução nesse ponto do rio, dando-se por concluídas em 1792. Antes desta data, as pequenas embarcações subiam desde a Foz do Douro, em Vila Nova de Gaia, apenas até esse Cachão que impedia a navegabilidade para montante. Foi precisamente nesse lugar, próximo de S. João da Pesqueira, que o grande estudioso e amigo da região duriense, o Barão de Forrester, de nacionalidade britânica, sucumbiu num inesperado naufrágio em 12 de maio de 1861 quando, juntamente com D. Antónia Ferreirinha, desciam o rio Douro, desde a Quinta do Vesúvio. Existe hoje, a jusante desse ponto, à distância de um quilómetro, a barragem da Valeira com uma albufeira que tem uma extensão de tr

Miranda do Douro

Miranda do Douro: cidade portuguesa do nordeste transmontano Parque Natural do Douro Internacional Miranda do Douro Há vestígios da presença humana, no lugar onde se situa hoje a cidade de Miranda do Douro, desde tempos longínquos. Raízes celtas, árabes e romanas influenciaram certamente o percurso histórico de Miranda do Douro até aos nossos dias. A fundação histórica da antiga vila de Miranda data de 18 de dezembro de 1286 e é hoje parte do importante Parque Natural do Douro Internacional. A Sé Catedral de Miranda do Douro, Igreja de Santa Maria Maior, ergue-se no local de uma antiga Igreja gótica do século XIII, cuja construção se iniciou em 1552, tendo sido consagrada em 1566. Só em 1614 se deu por concluído o seu interior. Associada à História de Miranda, existe a segunda língua oficial da República Portuguesa - o Mirandês -, desde 1998. Está gravada nos painéis de informação e nas placas toponímicas das ruas da cidade. Localizado no Centro Histórico, o Museu da Terra de Miranda,

Mona Lisa

Mona Lisa – La Gioconda, Museu do Louvre, Paris Reabriu o Museu do Louvre “Degustada” pelos olhares dos seus visitantes em observações entrecruzadas, Dona Mona Lisa – La Gioconda –, nos anos desgastada e hoje em dia dócil aos smartphones e seus flashs enérgicos, a esposa de Giocondo ali se expõe, de novo, no Museu do Louvre, em Paris, desprovida de formas e saliências modernas, imparcial de atitude. Certamente influenciada pela fortaleza ilimitada de conhecimento do seu génio – Leonardo da Vinci –, misteriosa, esboça simpáticos sorrisos a todos quantos se encontram naquela sala, atentos às vontades de maior proximidade e sobretudo em melhoria de enquadramentos eletrónicos, numa focagem condigna e primorosa que pretendem alcançar. Num certo despropósito, ressaltam disseminados fónicos sinais, descompostos na doidice emaranhada por entre falares e quadros musicais inicialmente confusos, moldados depois e projetados pelo som da Orquestra Filarmónica de Stuttgart, acompanhando do céu cânti