NetBila'NewsNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Trás-os-Montes

Paredes, S. Lourenço de Ribapinhão

Paredes, S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa 12-01-2021

A história de duas árvores

"Duas Árvores": uma linda história em que duas árvores são as protagonistas. Uma história da autoria de Salvador Parente, no seu livro "Rudes Penedias - Paisagem Trasmontana!

O “Mirandelês”

Dicionário de expressões populares da região de Mirandela Edição do Município de Mirandela Em três artigos editados ultimamente neste blogue, deu-se conta de algumas expressões populares, segundo o “Mirandelês”, resultado da pesquisa e recolha levada a efeito por diversos lugares do concelho de Mirandela, por Jorge Golias, Jorge Lage, João Rocha e Hélder Rodrigues – autores do dicionário de expressões populares. Neste “Mirandelês”, como refere Jorge Golias no prefácio, pretendeu-se reunir as palavras e os ditos populares da região de Mirandela, urbana e rural, sobretudo da primeira metade do século XX, não se finando por aqui o objetivo desta obra. Outras versões deverão surgir, completando e corrigindo a atual. Expressões populares, segundo o Mirandelês Expressões Populares, segundo o Mirandelês (2) Expressões Populares, segundo o Mirandelês (3)

Adeus ó Valgouvinhas

Adeus ó Valgouvinhas, Marião por Jorge Lage Vale de Gouvinhas, Mirandela (imagem composta) Adeus ó Valgouvinhas, Marião, Não és bila nem cidade, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião, És um pobo pequenino, Marião, Feito à minha vontade, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião, Hei-de cercar Valgouvinhas, Marião, Com trinta metros de fita, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião, À porta do mou amor, Marião, Hei-de pôr a mais bonita, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Os meus olhos não são olhos, Marião, Sem estarem os teus defronte, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Parecem dois rios de auga, Marião, Quando vão de monte a monte, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Já corri os mares em volta, Marião, Com uma bela branca acesa, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Em todo o mar achei auga, Marião, Só em ti perco a firmeza, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Ad

Expressões Populares (3)

Expressões Populares, segundo o Mirandelês Enviado por Jorge Lage «M» Macacar – macaquear, troçar. Macacoa – solipanta, mau-humor (deu-lhe a macacoa!). Maçadela – maçadura, pisadura. Macarena – macabra, sinistra. Macarono – boneco feio, cabeçudo, gigantone. Machadinhas – setenta e sete anos, (se passar as machadinhas, pronto estou safa!). Machona – mulher corpulenta, mulher de grande porte, cavalona. Machorra – estéril, baleira, que não procria. Madraço – preguiçoso, mandrião. Madronho – medronho. Magano – malandro, mariola. Mais de quantos – muitos. Mais-a-mais – além do mais, além disso. Mais-que-tudo – pessoa a quem se ama muito (ali vem o meu mais que tudo). Mal-ajambrado – mal amanhado, mal vestido. Malandraige – malandragem, bando de malandros. Malapata – pouca sorte, má sina, infelicidade. Malápia – maçã pequena e brava que amadurece pelo S. João (Ribeiro 1941, DT) - maçã temporã muito apreciada. Malato – carneiro novo com um ou dois anos, maior do que o borrego. Mal-dos-

Expressões Populares (2)

Expressões Populares, segundo o Mirandelês Enviado por Jorge Lage «H, I, J, L» Habilita-te! – Atreve-te! Arrisca-te! Há-de ir descalço para a cama – há-de ir ao rego. Hás-de-me vir comer à mão! – ainda me hás-de pedir ajuda. Homem velho e mulher nova, ou corno ou cova – crítica popular ao velho que escolhe uma nova. Homes de Sta. Maria (de Émeres), beis de Valpaços e mulheres de Valtelhas, quem os meter em casa torce as orelhas! – Homes pouco trabalhadores e promeiros até andavam de socos e de gravata. Beis que estavam habituados a lavrar os terrenos arenosos ou saibrosos se fossem para terrenos duros não tinham bom desempenho à charrua ou à agrade. Mulheres de Valtelhas por não serem limpas, isto é, preguiceiras para a lida da casa. Íamos aos soitos dos oitros – íamos roubar castanhas. Ir à araba – ir lavrar. Ir à galela – ir apanhar pequenos cachos de uvas. Ir ao rebusco, ir ao gaipêlo, vinha. Ir a toque de caixa – ir à pancada. Ir de arroncho. Ir aos gambozinos – é uma partid

Expressões Populares

Expressões Populares, segundo o Mirandelês Enviado por Jorge Lage «A» A capa e o sarrão nunca pesaram! – O agasalho e a merenda nunca pesaram! À certa confita – A alturas tantas. À côa! – Gritava-se para afugentar o lobo ou alcateia! À cuca – À espreita. À drede – Adrede. De propósito. Por mangação. A fazer comida para pobres e a vender aves de bico, nunca ninguém ficou rico – Em negócios de migalhas não se conseguem milhões. A filha casada ao pé da porta é pior que a cabra na horta – Tenta levar da casa dos pais para a sua casa, tudo o que pode. À frente que atrás vem gente! – Vamos embora. Segue o teu caminho! À galinha que canta como o galo corta-lhe o gargalo – Onde há galos não cantam galinhas! A mulher e a pescada, querem-se da mais lascada – A uma mulher bonita e bem feita chamava-se “uma lasca”. A ingrampar – A enganar. A jurdir – A fazer. A urdir. A tramar. A tua ferramenta é como a do Troca, quando não corta, desnoca! – Isto dizia o Arnaldo Falcão de (Chelas) ao Alfredo Chovi

As Heranças Judaicas em Trás-os-Montes

Heranças Judaicas em Trás-os-Montes Práticas e vestígios por Barroso da Fonte "Trás-os-Montes" - Óleo sobre tela, de Amélia Raio Sempre curioso em conhecer o passado de Trás-os-Montes e Alto Douro, Província pobre e sempre maltratada pelos poderes públicos, como ainda hoje acontece, voltei as minhas leituras para os povos que nos antecederam e que por aqui deixaram práticas e vestígios que seguimos sem sabermos como. Maria José Ferro Tavares, doutorou-se na Universidade Nova de Lisboa e foi vice-reitora da Universidade Aberta. Publicou, em 1970, um livro sobre os Judeus em Portugal no Século XIV. Em 2010, o Clube do Colecionador dos Correios publicou dela «as Judiarias de Portugal», com uma edição numerada e autenticada, pelo editor, com uma tiragem de 6 mil exemplares, contendo os selos das emissões filatélicas das obras A Herança Judaica em Portugal (2004) e as Judiarias de Portugal (2010). Coube-me adquirir o exemplar 4886. Esta autora que conheci pessoalmente quando, nos

Vilar de Perdizes

Vilar de Perdizes: Congresso de medicina popular Vilar de Perdizes é uma aldeia da União de Freguesias Vilar de Perdizes e Meixide, do concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, no norte de Trás-os-Montes, Portugal. A localidade de Vilar de Perdizes fica praticamente em cima da fronteira com Espanha, muito próxima das aldeias espanholas de Fideferre, Espiño e San Millao. O mistério, a bruxaria, o espiritismo e as mezinhas ou remédios caseiros são palavras associadas à cultura destes lugares de que Vilar de Perdizes é o centro, terra onde, todos os anos, no início de setembro, acontece o Congresso de Medicina Popular, cujo mentor é o Padre Fontes , amante e precursor da dinâmica da cultura popular da região onde nasceu. Começando dos costumes transmontanos e concretamente os da aldeia de Vilar de Perdizes e lugares circunvizinhos, o Padre Fontes, ao longo dos anos, conseguiu fazer ressurgir, praticamente do nada, tradições antigas que se mostram agora no Congresso e através de outro

Casa do Careto, em Podence

Caretos e matrafonas de Podence Na Casa do Careto encontra-se o registo da tradição carnavalesca da aldeia de Podence, do concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, associada aos caretos, representados nas telas das pintoras Graça Morais, Balbina Mendes e outros artistas da região. Fotografias e algumas publicações encontram-se também naquele lugar. Estão expostos os fatos, os chocalhos, as máscaras e toda a indumentária dessas figuras sedutoras e enigmáticas, imagens diabólicas e de mistério que, anualmente, animam as ruas da aldeia de Podence, festas e feiras do distrito. Lá estão também os únicos seres que os Caretos "respeitam" nas suas tropelias, gritarias e chocalhadas, na altura do carnaval - as matrafonas. A Casa do Careto encontra-se aberta todo o ano em horário de acordo com a tasquinha regional anexa. Casa do Careto, Podence

O ciclo do pão

Morais - O ciclo do pão por João de Deus Rodrigues Ceifa e malha do trigo (Reconstituição) Há já alguns anos que a freguesia de Morais, com o apoio da Câmara Municipal de Macedo, tem levado a efeito a reconstituição da ceifa e da malha do trigo.  É sabido que as cópias, mesmo parecendo iguais, não são como os originais. Também aqui a ceifa e a malhada do trigo, não são como nos tempos em que eram a sério… Quando se saía de casa, antes do nascer do sol, acompanhado por uma burra com a cântara de barro cheia de água, nos alforges, e os vincelhos, para atar o pão, em cima da albarda… Hoje, quando os ceifeiros saíram para o campo já o sol ia alto, e todos partiram de automóvel… Às oito horas, começaram a juntar-se na Praça os ceifeiros: homens, mulheres e jovens. Lá estavam a Iria, a Maria, a Laurinda, a Dulce, a Isabel, o Domingos Afonso, o Alexandre Geraldes, o Manuel Morais, o João Ramos, o Luís, o Modesto Afonso (o lavrador que cedeu a leira de trigo para

O ritmo agrícola

Calendário dos trabalhos agrícolas Da revista "Trás-os-Montes", em determinado tempo, retirámos ensinamentos simples que convém recordar ou mesmo aprender sobre as alturas mais convenientes do ano para a realização dos principais trabalhos agrícolas. As estrelas e luas do céu marcam o ritmo das atividades agrícolas em Trás-os-Montes.  De dezembro a janeiro, apanha-se a azeitona.  De janeiro a março, lavra-se a terra. Depois, a seguir à lavra da terra, são os trabalhos da horta, da vinha, do olival e da sementeira das batatas. De maio a junho, cortam-se os fenos e as malhadas fazem-se até agosto.  Em setembro, fazem-se as vindimas.  De outubro a novembro, semeia-se o centeio. Dados recolhidos da revista "Trás-os-Montes"

A Nobreza Barrosã

A Nobreza Barrosã e a Casa do Cerrado por Barroso da Fonte A humanidade, na evolução própria da espécie, ao longo dos milhões de anos, não se contentou com o grau da normalidade. A razão que distingue os humanos dos restantes animais, foi sempre atrevida. E, desse atrevimento ou insatisfação de não ser igual aos outros, brotaram sortilégios para uns, vícios para outros, com consequências para o bem ou para o mal. Uns primaram pelo sucesso, evoluindo e progredindo à escala local, nacional ou mundial. Outros regrediram, animalizaram-se no corpo e no espírito, destruindo tudo à sua passagem. Sempre as forças contraditórias do bem e do mal, do saber e da ignorância, da riqueza e da pobreza, do luxo e do lixo. Essa insatisfação que sempre acompanhou o ser humano hierarquizou uns e outros. Ao nível da família, da comunidade local, nacional e internacional.  A esse escalonamento chamou títulos da nobreza. Vêm de longe esses graus hierárquicos. Essa classificação generalizou-se e estendeu-se a

Moncorvo

Torre de Moncorvo Igreja Matriz de Torre de Moncorvo O termo da comarca de Moncorvo estendia-se outrora até às pontes de Chaves e Amarante. Locais a visitar:  Mata Nacional do Reboredo, Museu do Ferro da Região de Moncorvo, Vale Lacustre da Vilariça, Miradouro de S. Gregório em Adeganha. Monumentos: Igreja Matriz (iniciada em 1544, demorou 100 anos a sua construção); Igreja Matriz de Adeganha (séc. XII); Igreja da Misericórdia (Renascença); Igreja de Santo Apolinário (Urros); Capela da Senhora da Teixeira (Açoreira); Castro do Baldoeiro (Adeganha); A «Derruída» ou Vila Velha (antiga sede do concelho); Solares e Casas Brasonadas. Gastronomia: Folares, Carne Assada, Fumeiro, Amêndoas, Queijo e Vinho da Região. Romarias: Nossa Senhora da Assunção (15 de Agosto - Moncorvo), Nossa Senhora do Amparo (1º Domingo depois de 15 de Agosto - em Felgar), Festa de Santa Eufémia (1º fim de semana de Setembro - Felgueiras), S. Martinho (11 de Novembro - Maçores). Artesanato: Olaria, tapetes, mantas de

Feira do Fumeiro de Montalegre 2019

Feira do Fumeiro de Montalegre, 26-01-2019 Vídeo realizado na Feira do Fumeiro de Montalegre, em 26 de janeiro de 2019, entretanto melhorado, nomeadamente no seu formato e resolução.

Os pastores

O pior para um pastor brioso era acancelar as reses cheias de fome Os pastores por Jorge Lage Em finais da década de cinquenta, há cerca se sessenta anos, só na minha aldeia havia uns oito rebanhos de gado, a saber: dos Pinto Azevedo (de Vale Pradinhos – Macedo de Cavaleiros) cujo pastor era o António Mateus, de alcunha «o Sardinha» que tinha uma memória prodigiosa; do casal do Capitão Ilídio Esteves, sendo pastor o Abel Caldeiras, dos homens mais íntegros e sérios que conheci, embora tivesse mau vinho; do Correia de Oliveira onde pastoreava o Miguel Mateus; do meu tio, António José Lage; do meu pai, Eugénio Lage, cujo pastor mais marcante foi «o Canhoto» (Adriano); do Carlos Meireles, cujo pastor mais sonante foi «o Campainha»; o dos Abelhas, por vezes, com o Arlindo mais no trabalho de paquete e o Rôla (João) como pastor; e o do Casal dos Limas. Com tantas cabeças de canhonas para alimentar não havia erva nem arbusto que crescesse muito. Incêndios só nalgumas moutas de silvas. E esta

O «Mês das Almas»

O «Mês das Almas» ou «Mês das Bruxas» por Jorge Lage «Halloween» Novembro é conhecido pelo «Mês dos Mortos», «Mês das Almas» e, também, pelo «Mês das Bruxas». Desde o séc. IV que a Igreja Síria tinha um dia para festejar «Todos os Mártires» e, passados três séculos, o Papa Bonifácio IV, dedicou-o a «Todos os Santos». Mais tarde foi fixado o dia 1 de Novembro. Costumava iniciar-se com uma festa vespertina, a 31 de Outubro, que em inglês se diz «All Hallow’s Eve» (ou seja «Vigília de Todos os Santos») evoluindo para «All Hallowed Eve», «All Hallow Een» e, por fim, «Halloween», como se diz hoje. A figura é a de Padre Fontes, numa foto obtida no Ecomuseu de Barroso, em Montalegre. Do lado esquerdo da imagem, uma das fachadas da Igreja da Misericórdia, próxima do castelo de Montalegre. A noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro começou a ser celebrada por grupos não cristãos, dando-lhe o sentido de bruxaria. No seu seguimento era preciso recordar todos os que já partiram e a Igreja justapô

A história da carga perdida e o desassossego na boda

Baseada em factos verídicos, a história da carga perdida e uma festa de casamento aconteceu na década de 1960, numa aldeia transmontana.  Está esta história contada em texto neste blogue. Relata-se neste vídeo, abreviando algumas partes e retirando mesmo alguns parágrafos. A carga perdida e a festa de casamento (início da história)

Cávado e Rabagão

Rios Cávado e Rabagão: tão importantes como esquecidos Barroso da Fonte Publicam-se hoje livros num ritmo só comparável com a «raspadinha», o jogo da crise popular. E vendem-se livros em livrarias, nas grandes superfícies de bens comestíveis, nas estações dos Correios, nas lojas de electrodomésticos, nos postos de abastecimento e nos quiosques, mesmo nos mais exíguos. Passou a haver menos jornais, menos fumadores na classe adulta e mais bugigangas que estragam os dentes da pequenada.  Mas não há, lamentavelmente livros que falem da hidrografia, das barragens, das eólicas, dos moinhos de vento, das azenhas que tão úteis foram, assim como os moinhos movidos a água que eram comunitários e que armazenam histórias e «estórias» de contar e esperar por mais. A par dessa falha avultam idênticas ausências desse património construído cuja origem remonta aos tempos primitivos. E amanhã será tarde. O rio Cávado, inteiramente Português, assim como o Rabagão seu principal afluente, deram azo, em me

Terras do Marão

Por Terras do Marão, de Costa Pereira Travassos... Há muito tempo que não visitava Travassos, esta aldeia do Bilhó que o rio Cabril ou Mestas rega. Voltei a fazê-lo no início de agosto, aproveitando uma deslocação de Vilar de Ferreiros a Vila Real (via Lamas de Olo) para assim mais uma vez matar saudades dos meus tempos de criança em que, com frequência, a pé ou ao colo de minha saudosa mãe percorria os cantos dessa simpática aldeia da montanha maronesa e na hospitaleira casa da também já saudosa Ti Ninfa de Travassos, onde me demorava a brincar. Fiquei encantado com o seu património arquitetónico devidamente restaurado, e em adequados cartazes identificado. Um placar no desvio, em Celas, a recomendar aos turistas que para entrar em Travassos de autocarro só indo à volta pela aldeia do Covelo, ficava ali muito bem, pois é sabido que pelo lado de Celas só lá se chega em carro ligeiro. Fica a recomendação. Próximo da aldeia do Bilhó, com vista para a Senhora da Graça, Mondim de Basto D