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Santa Bárbara (Oração)

Oração a Santa Bárbara, enviada por Natividade Vilela A Natividade Vilela, depois de ler no blogue NetBila o responso a Santa Bárbara, contra as trovoadas, enviado por Jorge Lage, sentiu o desejo de recomendar uma outra oração de seu conhecimento, também a Santa Bárbara.  Expresso um agradecimento especial à Natividade pela sua gentileza, não deixando de o ser, mesmo acabada de sair do hospital!  A Natividade não adiou para mais tarde o envio ao blogue NetBila da oração a Santa Bárbara que aqui transcrevo: Santa Bárbara se vestiu e se calçou Suas santas mãos lavou Ao caminho se deitou Jesus Cristo encontrou. E Jesus lhe proguntou Tu Bárbara onde vais? Eu não vou nem deixo de ir, Só ao céu quero subir Para espalhar esta trovoada Que no céu está armada. Vai Bárbara, espalha-a por onde não haja pão nem vinho, nem bafo de meninno Nem pint

João de Deus Rodrigues

João de Deus Rodrigues, Prémio Nacional de Poesia 2011 Fernão de Magalhães Gonçalves João de Deus Rodrigues João de Deus Rodrigues nasceu na aldeia de Morais, concelho de Macedo de Cavaleiros, no ano de 1940. É casado e pai de dois filhos. Em 1961 foi para Lisboa, como militar, tendo depois ingressado no Ministério da Economia. Em 1970 é colocado no Ministério do Exército – Fábrica Militar de Braço de Prata – e mais tarde ficou a pertencer ao Ministério da Defesa Nacional, de onde é aposentado. Fez o Curso Complementar dos Liceus e frequentou cursos profissionais na IBM Portuguesa, e um curso de desenho e pintura. Fez exposições individuais de pintura e participou noutras coletivas, nacionais e internacionais, tendo sempre como tema dos seus trabalhos a Ruralidade. Trabalhou, ainda, doze anos na atividade seguradora.  Para além da escrita, colabora em a

O ciclo do pão

Morais - O ciclo do pão por João de Deus Rodrigues Ceifa e malha do trigo (Reconstituição) Há já alguns anos que a freguesia de Morais, com o apoio da Câmara Municipal de Macedo, tem levado a efeito a reconstituição da ceifa e da malha do trigo.  É sabido que as cópias, mesmo parecendo iguais, não são como os originais. Também aqui a ceifa e a malhada do trigo, não são como nos tempos em que eram a sério… Quando se saía de casa, antes do nascer do sol, acompanhado por uma burra com a cântara de barro cheia de água, nos alforges, e os vincelhos, para atar o pão, em cima da albarda… Hoje, quando os ceifeiros saíram para o campo já o sol ia alto, e todos partiram de automóvel… Às oito horas, começaram a juntar-se na Praça os ceifeiros: homens, mulheres e jovens. Lá estavam a Iria, a Maria, a Laurinda, a Dulce, a Isabel, o Domingos Afonso, o Alexandre Geraldes, o Manuel Morais, o João Ramos, o Luís, o Modesto Afonso (o lavrador que cedeu a leira de trigo para

As sardinheiras da Torre de Dona Chama

Torre de Dona Chama, concelho de Mirandela Jorge Lage Torre de Dona Chama, Mirandela As sardinheiras eram um grupo de pessoas pobres que, num Portugal rural e com muito pouca mão-de-obra assalariada, tentava conseguir o sustento para a sua casa e fintar a morte pela fome. Contudo, as lavradeiras pequenas e remediadas ao verem-lhe fazer negócio, lançavam para o ar o dito: «a sardinheira vende sardinha e come galinha». Inicio esta memória deste comércio móvel rural pela Torre de Dona Chama por ter conseguido os dados com facilidade. Ao arrolar a enumeração dos que se dedicavam à venda da sardinha cabeçuda, da escochuda ou escochada (sem cabeça) e do chicharro, à volta dos anos cinquenta, temos um rol de sardinheiras e sardinheiros: a Tia Lucília, o Ti Carlos Costa Polimenta, a Tia Maria Gucha, a Tia Marquinhas Guerra, o Ti Tavares e a Ti Maria Calhelhos.

Responso a Santa Bárbara

Responso a Santa Bárbara, contra as trovoadas enviado por Jorge Lage Santa Bárbara Bendita se vestiu e se calçou suas santas mãos lavou Jesus Cristo encontrou e o Senhor perguntou: - onde vais Bárbara? - Senhor, eu ao Céu vou. - Vai, Barbarinha, vai manda esta trovoada para onde não haja pão nem vinho, nem bafo de menino pequenino. Onde só haja uma serpente sem nada que lhe dar senão aguinha da fonte e areias do mar. Pelo poder de Deus e da Virgem Maria, um Padre Nosso e uma ave Maria. (Barroso da Fonte in «55 Orações Marianas» - 2013, de Manuela Morais) Nota: Numa má hora da tormenta podia ir toda a colheita. Santa Bárbara (Oração)

Cantaria e perpianho

A arte da cantaria e do perpianho por Jorge Lage Os canteiros de Abadim - Terras de Basto A arte da cantaria e do perpianho Há muito tempo me encantei pelos poemas, recordações e escritos do amigo Abílio Bastos, carpinteiro de profissão, de grande carácter. Emigrante de sucesso e artista da madeira na América. Por isso convenci-o, contra a sua vontade, a ir-me passando algumas memórias escritas. Assim, partilho mais um «poema inédito» de 1963 e que nos fala da arte da pedra dos canteiros. Mais, este curto apontamento etnográfico, da dura e artística labuta da pedra, aparecendo a quadra abaixo como forma de aliviar o esforço titânico dos pedreiros, fazendo, com ajuda de roldana, içar as cantarias trabalhadas para as paredes das casas. Em 1960, os artistas de Abadim (sob a orientação do mestre) reconstruíram a Igreja de S. Nicolau, ordenada pelo grande abade

Desouriçadores

Desouriçadores de Castanha Desouriçadores de castanha Nas suas pesquisas pelos caminhos da etnografia, Jorge Lage, escritor enraizado na cultura popular, persistente na busca e na preservação da verdade dos costumes antigos, muito especialmente da sua região - Trás-os-Montes -, especialista na temática que envolve a castanha e o castanheiro, oferece, através dos seus escritos e dos seus livros, muito da história antepassada das gentes transmontanas. Jorge Lage, contribuidor assíduo deste blogue - o NetBila -, enviou-nos desta vez uma foto por si obtida no Museu Etnográfico de Aldeia do Bispo - Guarda - “Museu da Castanha". Esta imagem faz-nos lembrar que não é fácil extrair, apenas com as mãos, as castanhas dos ouriços - invólucros espinhosos onde se desenvolve o fruto do castanheiro. Assim, os antigos, para esse efeito utilizavam instrumentos adequados - os desouriçadores de castanha.

O Sebastião Dino

O Sebastião Dino por José Ribeiro Vale do rio Pequeno, em Cabeda - Vilar de Maçada, encosta onde se situam as melhores quintas da povoação A veia versejadora do Sebastião Dino O Sebastião Dino foi um dos personagens mais castiços da Vilar de Maçada do meu tempo. A par do Simão da Eusébia e de mais uns poucos. Que são relativamente raras estas figuras cheias de carisma, riquíssimas de profunda filosofia sobre o mundo, sobre a vida e sobre o carácter das pessoas nas suas lucubrações aparentemente desconexas, inspiradas muitas vezes por um copito a mais… Muitíssimas histórias cheias de humor, de sarcasmo ou de peripécias várias, ainda hoje se contam destes figurões, histórias essas que vão passando de geração em geração. E conta-se como sua a conhecida anedota do Mártir São Sebastião e da última e fatal seta que lhe feriu o coração, desabafo esse que transcrevo uma versão menos vernácula: «pois foi essa mesma que o «cozeu…» Outra faceta talv

Douro: carrego atribulado

Um carrego atribulado do carreiro Benedito por José Ribeiro Estávamos em meados dos anos cinquenta e seguia o seu caminho normal de Vilar de Maçada para o Pinhão pela estrada de Sabrosa com uma pipa de vinho tratado para uma casa inglesa o carreiro Benedito e os seus dois ajudantes, os três já bem «tratados» também com umas pinguinhas surripiadas à dita pipa.  Era relativamente fácil matar a sede num néctar tão tentador como era uma pipa de quinhentos litros de vinho fino, ali à mão, transportada na solidão de um caminho e na pachorrenta chiadeira de um carro de bois… Com um pequeno escopro e umas pancadinhas laterais aliviava-se um bocadinho um dos aros, uma verruma fina fazia o furinho no espaço entre aduelas por onde uma palhinha seria o biberão para tal deleite! Com um bocadinho de sebo no furo e re-apertado o aro da pipa, ficava tudo como à saída do armazém.  Mas aquele carrego, nessa tarde escaldante de verão pela estrada de Sabrosa,

A história da «Casa da Máquina»

A casa da máquina de meu avô Zeferino por José Ribeiro Ruínas da Casa da Máquina, em Vilar de Maçada A história da «Casa da Máquina», como era conhecida uma destilaria de aguardentes vínicas fundada por meu avô materno Zeferino Alves Rodrigues, começa em Parada do Pinhão, no vizinho concelho de Sabrosa, donde meu avô era natural, sendo seu pai e meu bisavô, Rodrigo Rodrigues Alves, Juiz de Paz e correligionário de António Teixeira de Sousa de Celeirós, casado em Sanfins, último Primeiro Ministro da monarquia com D. Manuel II.  O meu avô, por volta de 1910 mudou-se com a família toda para a vizinha povoação de Vilar de Maçada (a minha mãe e meus tios e tias eram tão crianças que sempre se consideraram vilarmaçadenses, tendo já aqui nascido os dois mais novos, César e Cassilda). Essa curta «emigração» que iria ditar o destino da nossa família deveu-se a uma razão muito pragmática: A freguesia de Parada do Pinhão está fora da Região Demarcada do Al

O casamento trinta anos adiado

O casamento trinta anos adiado por José Ribeiro Capela de Cabeda O casamento trinta anos adiado da Maria da Fonte com o Herculano do Côto Esta Maria da Fonte nada tinha a ver com a heroína do Alto Minho do tempo da Patuleia. Mas foi também a heroína de uma comovente história de amor passada ao longo da segunda metade do século passado. A Maria da Fonte era uma bela mulher de Cabeda. Ainda a conheci muito bem, já mulher madura. Foi sempre uma bonita mulher, elegante, aloirada e de porte senhorial, apesar da dureza da vida de aldeia, no ganha pão do dia a dia. Tanto mais com quatro filhos para criar, filhos do seu amado Herculano Ribeiro, mais conhecido por Herculano «do Côto», nome de um bairro da aldeia, bairro de bons artífices e de exímios caçadores. Tempos desgraçados aqueles! Jornas de cinco mil réis, mal davam para a brôa que daria um bocado de «sustância» ao caldinho da ceia... E o Herculano, a certa altura, mais precisamente no ano da graça de 1947, resolveu botar-se a emigrar

Padre Fontes

Padre Fontes enviado por Eugénio Mendes Pinto Romance de uma vida (excerto) Montalegre Ando bem disposto, apesar do mau tempo que se tem feito sentir pelas bandas do Barroso. Hoje, o Sol abriu o cinzento e foi possível ver o azul do mar no céu. Não quero transformar o texto em poesia. Tudo quero simples como a minha simplicidade. Levantei-me cedo, pois este silencioso aroma da manhã obrigou-me a deixar os lençóis. Mas ando com azia. Penso que é do vinho doce que uns amigos me trouxeram do Porto. Delicioso esse mel. Não resisto àquele sabor da cor do sangue de Cristo, sem fermentações. Divino. É nestas pequenas coisas que Deus existe. Julgo que não estou a dizer nenhuma atrocidade. Deus está nas pequenas coisas, nos momentos que ficam para a eternidade, na beleza, na harmonia. Mas deixemos Deus repousar no dia que amanhece. Levantei-me, estive a escrever uns pequenos textos, celebrei missa e, como sempre, vim para a câmara. Durante a viagem de Vilar de Perdizes para Montalegre atravesso

Bento da Cruz

O ideal de felicidade de Bento da Cruz por Barroso da Fonte Quero «viver apaixonadamente e morrer a tempo» foi o ideal de felicidade de Bento da Cruz Convivi com Bento da Cruz na Barragem de Pisões na década de sessenta. Em 30 de Junho de 1962 abandonei o Seminário de Vila Real. E, nos primeiros dias de Julho seguinte, fui ali pedir emprego, recorrendo ao Senhor José Cruz que tinha sido primeiro sargento militar e que vivia maritalmente com minha prima, Maria do Carmo, professora do ensino primário. O seu Pai era conhecido pelo «Tio Vicente Terré», de Codeçoso que casara para Gralhós, onde a filha nasceu. Curiosamente veio a ser a professora que preparou para a quarta classe o atual Presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes, António Chaves, que curiosamente foi o maior confidente e biógrafo de Bento da Cruz.  O inspetor José Dias Baptista que foi meu condiscípulo de Seminário em Vila Real, desde o primeiro ano

Maria da Graça

Maria da Graça, uma mondinense de respeito por Costa Pereira Já uma vez, em Março de 2010, escrevi acerca desta minha distinta conterrânea, da diáspora, como eu, o que repito e teimo divulgar: "Não vai gostar, mas como a sei mulher que a quem como ela amar e defender a terra onde ambos nascemos é capaz de perdoar este meu atrevimento, eis-me a revelar o nome daquela "minha conterrânea Mg que para ver e conhecer gente transmontana que em verso ou prosa honre as letras lusas não há igual!", como noticiei no blog Ao sabor do tempo, em post, de 26 de Fevereiro 2010, intitulado "encontro cultural". Trata-se da minha conterrânea Maria da Graça Borges de Matos, natural de Mondim de Basto, onde nasceu a 4 de Janeiro de 1956, filha de José Teixeira de Matos e de Maria Alzira Teixeira Borges. Como já divulguei, nada de novo aqui. De novo, apenas que fez anos no passado dia 04, e que nem uma mensagem de parabéns lhe mandei. Nesse dia, infelizmente fui chamado, pela amizad

Nuno Nozelos

Nuno Álvares Pereira da Conceição Nozelos por Jorge Lage Nuno Nozelos nasceu em Fradizela (concelho de Mirandela), em 15 de novembro de 1931. Foram seus pais Manuel António Nozelos e Esperança de Deus Gonçalo, sendo Nuno o primeiro de oito filhos. Após o ensino primário na própria aldeia de Fradizela, frequentou o ensino dos Salesianos, primeiro em Poiares da Régua, depois em Mogofores e finalmente no Estoril, onde concluiu o curso de Filosofia. Posteriormente frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa. Fez, além disso, diversos cursos de índole profissional, virados para a área jurídico-administrativa e relacionados com a carreira que seguiu no Ministério da Saúde. Aí começou a trabalhar em 1955, vindo a ocupar o cargo de técnico superior principal, lugar em que se aposentou em 1984. Paralelamente com a carreira administrativa, Nuno Nozelos esteve sempre virado para a escrita, sua grande vocação, quer enquanto escritor, quer enquanto jornalista e conferencista.

Piteira Santos

Piteira Santos, filho de barrosão e nome grande na Amadora por Barroso da Fonte Fernando António Piteira Santos, patrono da Biblioteca da Amadora, nasceu em 23-01-1918, na Amadora, mas era filho do barrosão Vitorino Gonçalves dos Santos, natural do concelho de Montalegre. A mãe - Leonilde Bebiana Piteira Santos - nascera em Lisboa, de família oriunda de Ançã. Esta senhora que fora católica praticante, familiarmente tratada por «Mãe-toni», faleceu em 26-02-1963, pouco tempo depois do filho ter partido para o exílio. O pai, valoroso republicano, foi promovido, por distinção, ao posto de tenente da GNR, sendo posteriormente transferido para o exército, de onde se reformou, como major. Foi agraciado com a Ordem Militar de Avis e com a Torre de Espada, falecendo em 27-02-1943. O seu biógrafo escreve que Vitorino Gonçalves dos Santos «herdou de seus pais traços marcantes das suas personalidades, ressaltando a inteireza de carácter e de fidelidade a princípios, faceta que se coaduna com a ati

A Nobreza Barrosã

A Nobreza Barrosã e a Casa do Cerrado por Barroso da Fonte A humanidade, na evolução própria da espécie, ao longo dos milhões de anos, não se contentou com o grau da normalidade. A razão que distingue os humanos dos restantes animais, foi sempre atrevida. E, desse atrevimento ou insatisfação de não ser igual aos outros, brotaram sortilégios para uns, vícios para outros, com consequências para o bem ou para o mal. Uns primaram pelo sucesso, evoluindo e progredindo à escala local, nacional ou mundial. Outros regrediram, animalizaram-se no corpo e no espírito, destruindo tudo à sua passagem. Sempre as forças contraditórias do bem e do mal, do saber e da ignorância, da riqueza e da pobreza, do luxo e do lixo. Essa insatisfação que sempre acompanhou o ser humano hierarquizou uns e outros. Ao nível da família, da comunidade local, nacional e internacional.  A esse escalonamento chamou títulos da nobreza. Vêm de longe esses graus hierárquicos. Essa classificação generalizou-se e estendeu-se a

Contribuidores do NetBila'News

NetBila, agora NetBila’News Informação de Trás-os-Montes e Alto Douro! Desde 2006, ano em que o NetBila iniciou a sua atividade, as regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro têm sido referenciadas e descritas nas páginas deste blogue, apenas com algumas ligeiras interrupções para alteração de plataformas, entretanto necessárias com o intuito de melhorar tecnologias e performances dos respetivos sites, permitindo aos utilizadores aceder aos conteúdos com melhor agilidade.  Com a prestimosa contribuição de alguns colaboradores, as páginas do NetBila têm sido enriquecidas com textos ligados às culturas e histórias das regiões, para além de imagens, muitas delas documentos inéditos da vida transmontano-duriense. Deste modo, o NetBila tem ajudado na divulgação de Trás-os-Montes e do Alto Douro Vinhateiro, região classificada pela UNESCO, em 14 de dezembro de 2001, como Património da Humanidade na categoria de Paisagem Cultural. Com as suas opiniões e textos, o escritor duriense António Cabral

Fisgas de Ermelo – Mondim de Basto

Eu sei duma "Maravilha", por Luís Jales de Oliveira Cascata das Fisgas de Ermelo - Mondim de Basto “Das Fisgas não falarei. A medonha realidade perderia nas palavras a telúrica dimensão. São quedas impressionantes de deixar cair as horas em divina contemplação. A um passo do abismo, direi da visão dantesca das entranhas dos infernos. Nas pias, ou nas piocas, nas piscinas naturais, direi da visão edénica dos esplendores do Paraíso. Perspectiva wagneriana, rente às nuvens de alabastro – perspectiva genesíaca, rente á vaporosa espuma das cataratas do Olo. Um brinco da Natureza! Quando Deus criou o mundo, era tudo muito bom. Nas Fisgas, cala-te boca, exagerou um bocadinho… Se eu dissesse, mas não digo, diria que o azul do Cabril é céu dos falcões peregrinos que fecundam o colo da brisa. E no centro da epopeia, o rude pastor dos penhascos transvestido de Moisés. Trezentas cabeças aos pés e nos olhos um soneto azul celeste. Só ele sabe dos mistérios, dos trilhos e das veredas, dos

Caldo de Chicharrinhos

Caldo de Chicharrinhos, por Jorge Lage Ingredientes: 300 g de chicharrinho; 1 tomate; 1 cebola; 1 banha (ou azeite); Salsa, alho, louro, cominhos, malagueta, sal e vinagre (ou limão). Preparação: Põe-se um tomate a refogar com a gordura, com uma cebolinha, um dentinho de alho, uma folhinha de louro e bastante salsa, e deixa-se ferver um bocadinho com estes temperos. Quem tem cominho deve deitar um uma pitada desse temperinho para dar aquele gostinho. Junta-se a água e deixa-se ferver. Depois junta-se o chicharrinho sem a tripa. É quase só levantar fervura, a bem dizer, porque coze num instante. Depois faz-se um molhinho cru. Pisa-se bem a salsa, o alho, sal e uma malagueta e vinagre ou limão. Depois junta-se um pinguinho do caldo que cozeu o peixe, que é mais saboroso. Se estiver muito avinagrado junta-se mais um pouco de caldo. Depois retira-se o chicharrinho do caldo e põe-se este molho por cima. E bebe-se aquele caldinho que faz muito bem à gente. B