No "mou" tempo! por Jorge Lage O tempo anual no meio rural media-se, e ainda se mede para os mais velhos, pela vida das pessoas, pelas colheitas dos frutos e outras fainas agrícolas do que pelos meses do ano. Depois, com mais precisão, era marcado pelas feiras e romarias e pelo calendário litúrgico. Ainda havia outros factos ou tempos nefastos para datar períodos mais longos. Começa assim a canção popular: Raparigas do meu tempo, Rapazes da mesma idade, Já que eu me caso tão cedo, Gozai vós a mocidade! Era o tempo de solteiro que passava para quem se decidia pelo casamento. Nesse tempo, o rapaz casava com a rapariga e a rapariga escolhia um rapaz. Para trás ficava o «tempo de escola», para quem a podia frequentar. Ficava, ainda, «o tempo de rapaz» e «o tempo de rapariga», que, geralmente, quase coincidia com a adolescência, «o tempo de solteiro». A pessoa que casava passava a ter o estatuto de homem ou de mulher adul