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Geleia

Como fazer um pouco de geleia Poderemos definir "geleia" como um extrato líquido espesso de frutas, no caso aqui referido – de marmelo, fruto do marmeleiro. Vamos à geleia: Depois de cozida uma boa porção de marmelos e utilizada a sua polpa para confecionar marmelada, façamos, com os caroços, um pouquinho de geleia. Em primeiro lugar e apesar de serem um pouco duros, os caroços devem cortar-se ao meio. Numa panela, juntem-se aos caroços mais ou menos o triplo de água em relação ao volume daqueles. Durante uma hora deixe-se cozer esta mistura. A seguir, através de um escorredor, verta-se para outra panela o líquido ainda quente. No escorredor deixem-se os caroços durante algum tempo para que deles se extraia a maior parte do seu suco. Finalizado este processo, todo o líquido, no caso concreto – meio litro – a que se mistura duzentos e cinquenta gramas de açúcar, vai a lume brando durante uma hora. Quando começa a ferver, mexe-se lentamente com uma colher de pau, e

“A Adega”

Restaurante “A Adega”, em Mirandela Segundo as notícias, juntar-se-á a este outono, em Trás-os-Montes e Alto Douro, nos próximos dias, uma massa de ar muito fria. Contudo, recordam-se aqui hoje as temperaturas elevadas de verão que fazem sentir-se na região do interior norte de Portugal, especialmente na Terra Quente em que o calor, como costuma dizer-se, é de rachar. Esta referência à meteorologia e a esse calor vem a propósito de visita ao restaurante “A Adega”, em Mirandela, precisamente num desses dias tórridos.  O interior do restaurante, sala de refeições relativamente pequena, o ambiente, de frescura e limpeza, incólume aos ares domingueiros de respeitáveis ociosos na procura incessante de novidades e experiências capazes para boa vociferação à volta de outras mesas, é, tão só, o resultado da simplicidade, do brio e vontade de bem servir, de modo contrário à intrusão, apenas o suficiente para que todos se sintam bem entre uma tábua de queijo e presunto, naturais, puros, v

Marmelada

Marmelada com marmelo por descascar É muito simples este modo de fabricar a marmelada. Neste caso, a casca dos marmelos entra na sua confeção juntamente com a polpa. Apesar da fruta dever consumir-se crua assim como a sua casca, dependendo evidentemente da espécie frutícola (o marmelo é um fruto com grande acidez, não apropriado para comer cru); porque não fabricar a nossa marmelada com o marmelo completo, excetuando o caroço? É na casca que estão contidos muitos dos nutrientes mais importantes como vitaminas e minerais. Assim, lavemos muito bem uma razoável quantidade de marmelos. Geralmente, em Trás-os-Montes e Alto Douro, os marmeleiros não são sujeitos a qualquer tipo de tratamento químico, podendo perfeitamente usar-se a parte exterior do fruto para consumo. De qualquer modo, uma boa lavagem em água corrente é imprescindível. Sem descascar, parta-se cada marmelo aos pedaços. Pese-se a quantidade de marmelo obtida. Deitem-se todos os pedaços numa panela grande e acresc

Presunto

Perna de porco salgada Da perna de porco salgada, temperada com azeite e colorau e, posteriormente fumada, resulta o presunto. O sal utilizado deve ser grosso, devendo ter-se o cuidado para que a salga seja efetuada ao pormenor em toda a superfície. A perna de porco assim deve permanecer em salgadeira, em local frio, durante longos dias. Depois de retirar o presunto da salgadeira, azeite quanto baste e colorau, misturados, devem passar-se sobre a carne, podendo repetir-se o processo. O frio desempenha um papel importantíssimo, sendo decisivo na qualidade do presunto que não corre, deste modo, grande risco de deterioração. Contudo, a partir de agora, o presunto, suficientemente afastado da lareira, precisa de fumo e algum ar quente. Coloca-se pendurado sobre uma lareira, de modo que as fogueiras, sem demasiada incandescência, libertem sobretudo fumo. O presunto permanecerá sobre a lareira permanentemente acesa até ao fim do inverno que é longo, em Trás-os-Montes. Depois

Restaurante “leitão, bacalhau e vitela”

Um prato de fome, claro que não! Leitão, bacalhau e vitela, de boca! Sendo bacalhau de premeio, alguma coisa estaria para acontecer. Não, afinal, não! Apenas uma impressãozinha ou nada que fizesse esplendor. Continuámos na expectativa ou esperança de uma coisa normal. Um prato de fome, claro que não, mas era bom despertar um sentido apenas, já não digo de tantos assados que se designam assim como parecendo estufados e mesmo estes mal disfarçados, decerto. Lá vem o deslumbramento e meia dúzia de acabrunhados! Afinal a coisa é bem mais rica do que o previsto. Gordura não falta, empoleirada em gelatina, cremosa e outras bonitas palavras, sem mais, moldura às tiras queimada, dir-se-ia enfarruscada não fosse o torresmo de sabor. Tantos anos de panela, melhor coisa seria de esperar. – Por favor, queria pagar. – Pagar é no balcão – isto sempre a andar. De tachos, batatas e estrugidos, nas mesmas mãos outros códigos agora são de considerar.

Restaurante Típico, em Sabrosa

Boa carne grelhada Hora feliz em que o António e o Raul, elementos de um grupo de conterrâneos de S. Lourenço, decidiram reservar mesa em restaurante de Sabrosa, conhecido como Restaurante Típico, conforme rezam os cartões distribuídos e placar da entrada da casa de pasto. O almoço realizado anualmente para cinco pessoas teve este ano uma ementa especial, pois o repasto servido, apesar de simples, foi condizente com as conversas e os assuntos ali abordados, num ambiente descontraído e familiar. A morrinhice do exterior também ajudou à mesa, de onde podia observar-se através de larga janela o silenciar de um sábado de outono em que os trabalhos agrícolas da época são expressos de uma movimentação pouco pronunciada. Apenas um automóvel ou outro quebrava essa monotonia de que mal se dava conta, enquanto os cinco se deliciavam com dois nacos de carne de vitela, boa carne essa bem servida pela simpatia do empregado, nada em demasia, só o essencial para que os convivas do momento mu

Vale das Gatas: o gasómetro

O gasómetro dos mineiros Em artigo anterior “ Vale das Gatas: o dinheiro do volfrâmio ”, esse lugar pertencente à freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa, onde no tempo da segunda guerra mundial o volfrâmio era explorado, sobretudo com a penosidade do trabalho de gentes deveras necessitadas como os mineiros, mencionou-se um dos instrumentos por eles usados na laboração no interior das minas: o gasómetro. Este, servindo de luzeiro na escuridão das galerias do subsolo, era também absolutamente necessário para sinalizar ambientes escassos de oxigénio. Se a chama do gasómetro se apagasse, sem que para isso contribuísse qualquer corrente de ar inesperada, o alarme seria dado ao grupo de mineiros que ali operavam, para se retirarem imediatamente por causa do perigo de um ambiente sem ar respirável. A foto mostra um desses gasómetros de então, velhinho, desgastadas pelo tempo as suas cores.  No dia 9 de novembro de 2019, meio da tarde, numa breve visita a Provesen

Pão e Sabores Regionais

Sabores Regionais - loja gourmet , em Vila Real O pão que se vende no "Sabores Regionais" Além de um sem número de produtos gourmet , é interessante a variedade de pão tradicional e de sabores rústicos que os vilarealenses podem encontrar na cidade de Vila Real, em Trás-os-Montes. A casa "Sabores Regionais" – produtos regionais de tradição – é um bom exemplo, digno de referência. Situa-se na rua Dr. Domingos Campos, edifício Leblon, 8, em Vila Real  e disponibiliza aos seus clientes todos os dias, exceto aos domingos, diferentes tipos de pão: Segunda-feira: pão de Vila Chã e de Mirandela; Terça-feira: pão de Bragança e de Vinhais; Quarta-feira: pão de Vila Chã, de Carrazedo de Montenegro e de Izeda; Quinta-feira: pão de Mirandela e de Bujões; Sexta-feira: pão de Bragança, do Pópulo e de Vinhais; Sábado: pão do Pópulo, de Covas do Douro e de Izeda. Produtos regionais de qualidade A família Quintelas, Rui e Beatriz, realizou o sonho de ver crescer, de

O pão conforme a tradição

Grandes broas de pão O lançamento da semente à terra e a colheita, o processo de transformação em farinha e a confeção do pão, tudo é efetuado conforme a tradição e os costumes que os transmontanos insistem em preservar. Em Trás-os-Montes, uma das maiores tradições gastronómicas diz respeito ao pão de centeio e pão de milho, não descurando, no entanto, o de trigo e de mistura. Seja qual for o pão, é, certamente, de grande qualidade pela sua rusticidade, textura, consistência e paladar, características únicas no pão que é fabricado principalmente na parte norte, centro e leste da região transmontana. Por exemplo o concelho de Montalegre oferece-nos grandes broas de pão, assim como Freixo de Espada à Cinta. Mirandela, com broas mais pequenas, fabrica de igual modo um pão de boa qualidade, como é exemplo o mostrado na foto. O pão de Mirandela é vendido não só naquela cidade do distrito de Bragança, nas margens do rio Tua, mas também levado a outras localidades transmontanas. Vila R

Bolos “económicos” da padaria Miguel

Bolos “económicos” ou de azeite Voltamos ao Carvalhal, no concelho de Moncorvo. Desta vez para degustar os tão apreciados “bolos económicos” de Trás-os-Montes. Como em todos os doces, há sempre modos diversos de os confecionar. Neste caso, bem gostaria de deixar aqui a receita da casa, mas esta não é do meu conhecimento. Há-de ter certamente um “segredo" qualquer. Como pode observar-se, o aspeto deste precioso bolinho “económico” convida à degustação. De económico tem pouco e é certamente muito rico e gostoso. Basta passar pela padaria Miguel, no lugar do Carvalhal, em Moncorvo e lá estão à venda todos os dias. Convém passar cedo, pela manhã. De contrário, talvez só ao outro dia. Os transmontanos do Nordeste gostam de acompanhar este bolo "económico" com queijo puro de ovelha da região que, diga-se, um dos melhores de Portugal, pelo precioso leite de que é constituído, sem misturas despropositadas, oriundo de ótimas pastagens do planalto transmontano.  A rec

Pão de quatro quilos

Para quem aprecia o pão rústico Referimo-nos em artigo anterior na rubrica gastronomia ao pão da padaria Miguel , no Carvalhal, concelho de Torre de Moncorvo. Um pão gostosíssimo! Não podemos, contudo, deixar de mencionar outro pão, também fabricado na mesma zona – em Carviçais, sede de freguesia do concelho de Moncorvo. É verdade! Se há pão rústico, este é um bom exemplo. Quatro quilos de pão: dos melhores pães do mundo, atrevo-me a dizê-lo, antes de mais pela imponência do naco, bem cozido. Experimente cortá-lo ao meio e verificará que não o faz à primeira. É um pão de miolo consistente e a sua côdea atinge um grau de dureza apreciável. Mas o mais importante é a rusticidade do seu cheiro e a qualidade do sabor. Conserva-se perfeitamente durante uma semana sem que para isso deva congelar-se. É um pão verdadeiro, sem misturas ou “melhorantes” como os que hoje em dia se acrescentam nas padarias despreocupadas com a qualidade do produto.  Que padaria é esta?  Não existe, ou

Pão: um dos melhores

Padaria Miguel, no Carvalhal, Torre de Moncorvo Como se sabe, a farinha é o ingrediente principal, resultante de cereais, para fabricar o pão. Juntando à farinha água e sal, obtém-se uma massa de certa consistência e elasticidade, podendo facilmente moldar-se. A esta massa acrescenta-se o fermento ou levedura para a fazer crescer. Certamente que muito bom pão haverá por esse país fora. Não é fácil, como se compreenderá, para quem não é especialista e se limita simplesmente a apreciar um bom pão, avaliar a qualidade das farinhas de milho, trigo ou centeio e das inúmeras formas de confecionar o pão, alimento nobre e precioso, indispensável para uma alimentação equilibrada do ser humano. Aquela massa, dividida em pequenas ou grandes quantidades, depois de cozidas num forno, dão como resultado o pão, como o da imagem, de quilo e meio, comprado na padaria Miguel, no Carvalhal, Torre de Moncorvo. De há uns largos anos a esta parte, verificamos que, tal como a simpatia da senhora a a

Comentadores e presidentes

Agora, não! Ligue-se um dos canais televisivos portugueses. Encontrar-se-á, por aí, certamente, um respeitável comentador; daqueles ilustríssimos que pulularam ou pululam pelos altos cargos partidários e políticos ou conceituadas empresas a suportarem anos a fio o bom andamento da economia e das justiças portuguesas. Argumentos válidos, sim senhor, razões de sobra, pois claro, e um sem número de palavras bonitas esvaziadas de conteúdo, sustentadas por rasgados sorrisos e gestos cuidados para uma eficaz comunicação. "Agora, não", "só depois do outono", pois antes ocorrerão ainda outros fenómenos da natureza, mas que não vêm agora a propósito – dizem por estas ou por outras palavras os comentadores conceituados da praça portuguesa, lisboeta, melhor dito, figuras respeitáveis a ocuparem no momento lugares, também eles de muito respeito, assentes em patamares de impulsão para eventuais candidaturas – se não for para uma presidência há-de ser para outra coisa qual