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Vilar de Perdizes

Vilar de Perdizes: Congresso de medicina popular Vilar de Perdizes é uma aldeia da União de Freguesias Vilar de Perdizes e Meixide, do concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, no norte de Trás-os-Montes, Portugal. A localidade de Vilar de Perdizes fica praticamente em cima da fronteira com Espanha, muito próxima das aldeias espanholas de Fideferre, Espiño e San Millao. O mistério, a bruxaria, o espiritismo e as mezinhas ou remédios caseiros são palavras associadas à cultura destes lugares de que Vilar de Perdizes é o centro, terra onde, todos os anos, no início de setembro, acontece o Congresso de Medicina Popular, cujo mentor é o Padre Fontes , amante e precursor da dinâmica da cultura popular da região onde nasceu. Começando dos costumes transmontanos e concretamente os da aldeia de Vilar de Perdizes e lugares circunvizinhos, o Padre Fontes, ao longo dos anos, conseguiu fazer ressurgir, praticamente do nada, tradições antigas que se mostram agora no Congresso e através de outro

João de Deus Rodrigues

João de Deus Rodrigues, Prémio Nacional de Poesia 2011 Fernão de Magalhães Gonçalves João de Deus Rodrigues João de Deus Rodrigues nasceu na aldeia de Morais, concelho de Macedo de Cavaleiros, no ano de 1940. É casado e pai de dois filhos. Em 1961 foi para Lisboa, como militar, tendo depois ingressado no Ministério da Economia. Em 1970 é colocado no Ministério do Exército – Fábrica Militar de Braço de Prata – e mais tarde ficou a pertencer ao Ministério da Defesa Nacional, de onde é aposentado. Fez o Curso Complementar dos Liceus e frequentou cursos profissionais na IBM Portuguesa, e um curso de desenho e pintura. Fez exposições individuais de pintura e participou noutras coletivas, nacionais e internacionais, tendo sempre como tema dos seus trabalhos a Ruralidade. Trabalhou, ainda, doze anos na atividade seguradora.  Para além da escrita, colabora em a

S. Pedro, em Vila Real

Anualmente, a feira de S. Pedro, em Vila Real Feira dos Pucarinhos O artesanato, hoje encarado de algum modo como uma forma de arte, era em tempos idos uma resposta do homem rural às suas necessidades do dia a dia. Sendo o distrito de Vila Real uma área rural por excelência, o artesanato sempre aí se foi desenvolvendo sob as mais diversas formas e técnicas, mantendo-se ainda hoje vivo na região, apesar de, tal como em outras zonas do país e por diversos motivos, atravessar a maior crise de sempre.  Em Vila Real, algumas formas de artesanato tradicional continuam a marcar a sua presença; no entanto, outras mais modernas têm vindo a aparecer, inovadoras mas também apoiadas nas tradições. Em relação às primeiras é importante referir o barro preto de Bisalhães e os linhos de Agarez, duas aldeias pertencentes ao concelho de Vila Real, muito próximas da cidade. As peças de louça em barro e os tecidos de linho desde sempre assumiram o protagonismo da F

Panela e Pichorro

Muito se exigia da panela de barro preto! Desde conservar sangue de porco antes da enchida, fazer o arroz das vessadas, cozer as batatas ou o caldo, muito se exigia da panela de barro preto! Nas longas noites de Inverno, em que a chuva tocada a vento se abatia sobre a telha vã da cozinha, rezava-mos o terço, enquanto as castanhas coziam doces e farinhudas na panela redonda. Ao terminar as orações obrigatórias estavam as castanhas no ponto de ser comidas, como se mão invisível articulasse esta sincronia infalível. A alguma distância do tresfogueiro, o pichorro grande aveludava o vinho para nossa companhia e das castanhas. À volta do fogo, para o qual tudo convergia, a tia comandava a oração e nós respondíamos de forma acelerada, a avó num latim distorcido e o avô no canto do escano, mantinha-se de olhos fechados e em silêncio, como se meditasse profundamente. A concentração e o recolhimento eram sempre quebrados por um gato, que inspirado no

Casa do Careto, em Podence

Caretos e matrafonas de Podence Na Casa do Careto encontra-se o registo da tradição carnavalesca da aldeia de Podence, do concelho de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, associada aos caretos, representados nas telas das pintoras Graça Morais, Balbina Mendes e outros artistas da região. Fotografias e algumas publicações encontram-se também naquele lugar. Estão expostos os fatos, os chocalhos, as máscaras e toda a indumentária dessas figuras sedutoras e enigmáticas, imagens diabólicas e de mistério que, anualmente, animam as ruas da aldeia de Podence, festas e feiras do distrito. Lá estão também os únicos seres que os Caretos "respeitam" nas suas tropelias, gritarias e chocalhadas, na altura do carnaval - as matrafonas. A Casa do Careto encontra-se aberta todo o ano em horário de acordo com a tasquinha regional anexa. Casa do Careto, Podence

O ciclo do pão

Morais - O ciclo do pão por João de Deus Rodrigues Ceifa e malha do trigo (Reconstituição) Há já alguns anos que a freguesia de Morais, com o apoio da Câmara Municipal de Macedo, tem levado a efeito a reconstituição da ceifa e da malha do trigo.  É sabido que as cópias, mesmo parecendo iguais, não são como os originais. Também aqui a ceifa e a malhada do trigo, não são como nos tempos em que eram a sério… Quando se saía de casa, antes do nascer do sol, acompanhado por uma burra com a cântara de barro cheia de água, nos alforges, e os vincelhos, para atar o pão, em cima da albarda… Hoje, quando os ceifeiros saíram para o campo já o sol ia alto, e todos partiram de automóvel… Às oito horas, começaram a juntar-se na Praça os ceifeiros: homens, mulheres e jovens. Lá estavam a Iria, a Maria, a Laurinda, a Dulce, a Isabel, o Domingos Afonso, o Alexandre Geraldes, o Manuel Morais, o João Ramos, o Luís, o Modesto Afonso (o lavrador que cedeu a leira de trigo para

Linhos de Agarez

Artesanato: linhos de Agarez, Vila Real Tear Em tempos idos, uma boa parte das famílias e casas de lavradores da região tinham à sua disposição teares, essas máquinas interessantíssimas para tecer, naturalmente mais ou menos complexas de acordo com as posses financeiras, pois um tear era construído com sabedoria e habilidade, tarefa só ao alcance de alguns. O tear da foto não é um desses a que me refiro. É um tear de mesa, de dimensões mais reduzidas que os de Agarez, contudo, semelhante na complexidade, servindo igualmente para tecer peças mais pequenas. Encontra-se atualmente no ArteAzul’Atelier, em Vila Real, para aprimoramento da sua estrutura, com objetivos de investigação da arte de tecer e, eventualmente, realização de algumas obras. Linho Outros teares, ou pelo menos vestígios estarão ainda na posse de algumas famílias, em certas aldeias, como em Agarez, a mais representativa, mas também Mondrões e Couto de Adoufe, entre outras no concelho de Vila Real, onde algumas artesãs con

Olaria negra de Bisalhães

A olaria de Bisalhães é um dos ex-libris de Vila Real Olaria negra de Bisalhães A olaria de Bisalhães é um dos ex-libris de Vila Real, pela sua tradição secular que se prolonga até aos nossos dias.  O barro é picado até se desfazer em pó. As impurezas são removidas e a mistura com a água cria a matéria-prima. Em seguida, o oleiro dá-lhe forma na roda e, antes que a peça seque, desenham-se nela flores e outros ornatos. A cozedura faz-se num forno aberto no chão. Colocadas as peças, cobrem-se com rama de pinheiro verde, a que se ateia o fogo. O forno é abafado com caruma, musgo e terra, para que se não libertem fumos e seja obtida a cor negra característica.  Recomenda-se uma visita à aldeia, local onde um ou outro oleiro trabalha e se localizam os fornos, e aos postos de venda na Avenida da Noruega, em Vila Real, à saída para a autoestrada Porto-Bragança.

As sardinheiras da Torre de Dona Chama

Torre de Dona Chama, concelho de Mirandela Jorge Lage Torre de Dona Chama, Mirandela As sardinheiras eram um grupo de pessoas pobres que, num Portugal rural e com muito pouca mão-de-obra assalariada, tentava conseguir o sustento para a sua casa e fintar a morte pela fome. Contudo, as lavradeiras pequenas e remediadas ao verem-lhe fazer negócio, lançavam para o ar o dito: «a sardinheira vende sardinha e come galinha». Inicio esta memória deste comércio móvel rural pela Torre de Dona Chama por ter conseguido os dados com facilidade. Ao arrolar a enumeração dos que se dedicavam à venda da sardinha cabeçuda, da escochuda ou escochada (sem cabeça) e do chicharro, à volta dos anos cinquenta, temos um rol de sardinheiras e sardinheiros: a Tia Lucília, o Ti Carlos Costa Polimenta, a Tia Maria Gucha, a Tia Marquinhas Guerra, o Ti Tavares e a Ti Maria Calhelhos.