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Graça Matos

Graça Matos, mondinense a residir em Lisboa Maria da Graça, mondinense a residir em Lisboa, entusiástica admiradora não apenas da sua terra natal, mas também de Trás-os-Montes e Alto Douro, muito tem contribuído para o prosseguimento do trabalho de divulgação do NetBila, desde 2008 até aos dias de hoje. Com alguns artigos da sua autoria, o seu olhar tem estado sobretudo atento à descoberta dos acontecimentos, eventos culturais, apresentações de livros e outras publicações, dando deles conta a este blogue, agora renovado.  Maria da Graça, desde as primeiras visitas ao NetBila e o início do seu interesse pelos temas inseridos nas suas páginas, soube despertar e manter o entusiasmo naqueles que escrevem ou escreveram ou usam o NetBila. Outras ajudas Maria da Graça tem prestado ao NetBila, agora NetBila'News, pelo que não é de mais deixar-lhe aqui um especial agradecimento.

Jorge Lage

Jorge Lage: investigador e escritor; contribuidor do blogue NetBila'News. No seu trabalho, a motivação de semear um pouco da cultura popular!

Caldo de Castanhas

Caldo de Castanhas com carnes Ingredientes: 1 orelha de porco; 250 g de entremeada; 2 cebolas médias; 0,5 dl de azeite; 1 raminho de salsa ou hortelã; 500 g de castanhas; Água e sal q.b.. Confecção: Limpe as carnes e coza-as em água temperada com sal. Junte uma cebola, cortada aos pedaços, e um pouco de salsa ou hortelã. Pique a outra cebola e refogue-a no azeite.  Adicione ao refogado, as castanhas e um pouco de água da cozedura das carnes. Deixe cozinhar por cerca de cinco minutos. Corte as carnes em pedaços e junte-as às castanhas. Ferva, durante dois minutos. Retire e sirva com a restante salsa ou hortelã. Receita (adaptada) retirada do livro «Receitas com castanhas» editado pela Bandarra Cooperativa Agrícola - Trancoso. Nota: O tempero de sal pode nem ser preciso se as carnes já estiverem salgadas. O raminho de ervas aromáticas pode ser substituído por outro da nossa preferência. Jorge Lage Caldudo

Caldudo

É mais uma sopinha de castanhas mas doce Ingredientes para 4 pessoas: 500 g de castanhas piladas; 5 dl de leite; Açúcar e canela. Confecção: Ponha as castanhas piladas de molho, de um dia para o outro. E depois de retirar todas as pelezinhas, que tenham ficado agarradas às castanhas, introduza-as em água e leve-as a cozer. Quando esmagar uma castanha facilmente, com um garfo, escorra a água e volte a introduzir as castanhas na panela. Regue-as com leite quente e deixe cozer, em lume brando até cozerem bem. Esmague algumas castanhas com um garfo e coma o caldudo bem quente polvilhando com açúcar e canela. Recolha do Clube da Floresta 2000/01, da Escola Secundária de Nelas in «Castanea uma dádiva dos deuses». Nota: Esta receita é uma homenagem à memória de todos quantos viveram no campo em situação difícil, muitos deles passando muita fome, até na noite de Natal. Por outro lado, é também mais um esforço para os portugueses voltarem a comer castanhas no tempo de Natal,

Jorge Lage

Jorge Lage, investigador etnográfico Jorge Lage, mirandelense a residir em Braga, investigador etnográfico, é, hoje, sem dúvida, o estudioso mais esclarecido sobre o castanheiro e a castanha, com livros publicados e a participação em conferências e programas de televisão. O vocabulário, a variedade, as expressões, os provérbios, as receitas tradicionais e outros saberes preenchem a sua vida de investigação. Colunista no jornal "Notícias de Mirandela" tem dado ao NetBila'News, agora com novo formato, muito do seu conhecimento com artigos de opinião, fotografias e notícias sobre variadíssimos temas como por exemplo os relativos às suas atividades de trabalho voluntário nas escolas, a propósito de projetos de preservação da floresta.  Durante largos anos, Jorge Lage fez o favor de enviar a este blogue artigos seus que, entretanto, deixaram de permanecer editados na rede. Alguns desses artigos serão aqui republicados, desde que não façam parte de outros sítios na inter

O amigo do Toino

Toino ouviu com alguma paciência o amigo Viajava só, Toino, descansado, estrada fora em marcha lenta relativamente aos farolins dos outros condutores. Afinal era já noite, encontrando-se ali a fazer que conversava, ele mais o amigo da tasca. Depois de curva apertada, mil pensamentos na sua cabeça sem adivinhar o futuro, para nunca se enganar, repetindo que a seguir a uma curva vem sempre uma reta, por mais pequena que seja. Pois é, tudo isso é verdade, mas desta vez, a seguir àquela curva, lá estava a reta, e era mesmo a reta viva porque se mexia mas, com ela, um tipo assim – como tu – dizia ele, de grande volume – mais que tu – continuava, a acenar com um pano, vendo de imediato que precisaria de ajuda, as mãos bem postas ao alto.  – É como se estivesse a enxergá-lo, mesmo agora. Parece impossível! Até àquele lance, Toino ouviu com alguma paciência o amigo, mas não poderia deixar enganar-se. Não senhor, ao contrário do que ouvira, a seguir a uma curva pode aparecer outra curv

Na tasca do Toino

Nada de distrações "Nada de distrações, chiça!" Há sempre alguém que a meio corta conversas, algumas bem afiadas e até úteis e esqueceu-se Toino por instantes o que ainda há pouco lhe corria na ponta da língua.  Com o sal do bacalhau, saboroso que estava a puxar ao tinto, esqueceu-se zangado o Toino, de pano em punho – nunca o larga o pano o filho finório da tia Maria Alice da quinta dos ciprestes. "Deus a tenha lá em descanso", alguém dirá condescendente, como se o pano, por culpa da mãe, sucedesse à esferográfica de menino. Aspirando à profissão "empregado de escritório" que nunca atingiu, a entrar às nove e sair às cinco, entremeado em deliciosos repastos a todos os almoços, atira-se no gesto do costume e, duma assentada, faz deslisar o pano que não larga desde o punho até ao remate da careca. O amigo do Toino

O postigo da tasca do Toino

Uma nesga de lua espreita pelo postigo Apagaram-se já algumas luzes do céu e uma nesga de lua espreita pelo postigo da tasca do Toino, única naquele lugar da freguesia. Por lá, já tarde, permanece ainda o cheiro a alho, retardado nas sobras espalhadas junto às cascas por cima da banca e no fundo de duas grandes malgas lubrificadas de azeite antigo. Na lareira restam duas lascas de lenha mal queimada, envoltas por grande quantidade de cinza que evidencia pequenas cavidades onde estrategicamente se alojaram inúmeros caroços de azeitonas. No mesmo espaço da cozinha, pois que a uma tasca completa aquela deve pertencer, como afirma o seu dono, configura-se uma espécie de sala de jantar com mesa de madeira tosca, mesmo ao centro, acompanhada à distância de meia dúzia de bancos e duas ou três cadeiras de pernas retorcidas e mal amanhadas. A pouca luminosidade existente no exótico lugar fica a dever-se ao satélite e ao candeeiro de canto com duas lâmpadas, filamento derretido numa delas,

Pinhão

Pinhão, Alijó O Pinhão é um ponto estratégico na cultura do Vinho do Porto. Apesar de uma boa parte desta localidade pertencer ao concelho de Alijó, uma outra, mais pequena, pertence ao concelho de Sabrosa. O Pinhão está situado nas margens do rio Pinhão, fazendo este a fronteira entre os dois concelhos. No lugar do Pinhão surgiram quintas que desenvolveram a produção do vinho português mais famoso do mundo. Desde o tempo em que o Marquês de Pombal mandou demarcar esta região, muitas pipas de vinho partiam do Pinhão para as caves de Vila Nova de Gaia onde o vinho era armazenado e envelhecido e daí exportado. Os barcos que faziam o transporte - rabelos -, típicos do Douro, entraram em declínio a partir de 1880, ano em que o caminho de ferro chegou ao Pinhão. Aqueles barcos foram substituídos pelo comboio, passando este a fazer o transporte do vinho. Várias empresas ligadas ao comércio do vinho instalaram-se no Pinhão. Hoje, a cultura vinícola mantém-se e são várias as quintas c

Serra de Santa Bárbara, S. Lourenço de Ribapinhão

Documento de 1758 sobre São Lourenço Têm sido feitas algumas referências à freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, a propósito do documento de 3 de março do ano de 1758, escrito pelo "reytor da Igreja Matriz de Sam Lourenço de Riba Pinhão". Aqui se deixa mais um pequeno resumo de uma parte desse documento, em que algumas palavras são reproduzidas exatamente como eram escritas naquele tempo pelo senhor padre Seraphim Alvares. «Havia nesta freguesia uma feira franca que decorria entre a véspera do dia do milagroso S. Lourenço e o próprio dia de S. Lourenço - 10 de agosto. A freguesia de S. Lourenço não tem correio. No entanto, os seus habitantes servem-se do correio de Vila Real, que vem na segunda e vai na quinta feira. Diz ainda o senhor padre Seraphim Alvares que a freguesia de S. Lourenço dista da cidade de Braga dezassete léguas e da corte de Lisboa oitenta. O grande terramoto que ocorreu na cidade de Lisboa, no dia um de novembro de 1755, dois anos e oito mes

Cabrito

Cabrito assado, ou mesmo cordeiro ou borrego É sábado. Acordou com vontade de comer uma coisinha especial para o almoço? Pensou e chegou à conclusão que um cabritinho caía bem à próxima refeição? Ok. Descanse... "Nada é impossível"... Naturalmente a expressão vai-lhe no íntimo da consciência. Já ouviu falar nisso e, naturalmente, tem dúvidas. Não desista. Dê largas aos seus pensamentos e apetites. Ponha de lado o pacote das impossibilidades. Vamos a isso. O que lhe apetece, afinal? Cabrito? Cabrito... pois... onde está ele?... Não desista logo à primeira. Vá ao talho e talvez encontre: cabrito, borrego ou o que lhe chamem aqueles que julgam conhecer da coisa. Não ligue. Vá pelos seus instintos. "Querer é poder" já ouviu dizer com certeza. No talho, olhe para a montra das carnes e, lá está, cabrito ou borrego, não se preocupe. Parece-lhe muita quantidade para a refeição com que pensa deleitar-se? Vá com calma e não se precipite. Escolha a metade que es

Pão com Nozes

Nozes, esse fruto maravilhoso da nogueira Neste blogue, há a intenção de transcrever  textos de outros autores, amigas e amigos que, ao longo de vários anos, foram amavelmente enviando e que constam assim dos arquivos NetBila’News. Far-se-á o possível por não repetir conteúdos que, eventualmente, estejam já editados em outros sítios da internet, fazendo por manter deste modo a originalidade da informação inserida nestas páginas.  Sendo assim, iniciamos este propósito com um pequeno artigo sobre nozes - "Pão com Nozes, uma delícia dos deuses" -, de Alzira Cabral. Nozes, esse fruto maravilhoso da nogueira! A foto mostra nozes colhidas ainda há pouco em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, que alguém amavelmente ofereceu. São muito boas, estas nozes! Pão com Nozes, uma delícia dos deuses « - É muito bom, pão com nozes! - Já comeste? - Não, mas vi comer. » É na verdade uma delícia dos deuses este manjar! Nós dois costumávamos comê-las como sobremesa nas

Bacalhau e alho

Bacalhau, alho e colorau Para a consoada, noite festiva pelo nascimento do Menino Jesus há dois mil anos, porque nasceu desprovido de abundância e conforto pode bem a refeição comemorativa desse grande acontecimento distinguir-se pela simplicidade, de acordo com as tradições de cada família. O bacalhau é comum nas mesas e nas refeições dos portugueses em qualquer altura do ano. Sendo uma noite especial como a do Natal, as famílias portuguesas costumam comprar o de melhor qualidade. De facto, não há refeição mais simples: batatas cozidas com bacalhau. Uma boa batata é a primeira preocupação na preparação deste prato tradicional. É essencial para a ligação entre as duas iguarias um azeite de boa qualidade. Este pode, no entanto, apresentar-se com uma "roupagem" diferente, acrescentado do sabor a alho. Assim, numa ou várias tigelas, coloque-se o azeite, alho bem picado e colorau. Misture-se bem. Reguem-se as batatas e o bacalhau. A propósito de batatas, indica-se um v