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Na tasca do Toino

Nada de distrações

"Nada de distrações, chiça!"
Há sempre alguém que a meio corta conversas, algumas bem afiadas e até úteis e esqueceu-se Toino por instantes o que ainda há pouco lhe corria na ponta da língua. 
Com o sal do bacalhau, saboroso que estava a puxar ao tinto, esqueceu-se zangado o Toino, de pano em punho – nunca o larga o pano o filho finório da tia Maria Alice da quinta dos ciprestes.
"Deus a tenha lá em descanso", alguém dirá condescendente, como se o pano, por culpa da mãe, sucedesse à esferográfica de menino.
Aspirando à profissão "empregado de escritório" que nunca atingiu, a entrar às nove e sair às cinco, entremeado em deliciosos repastos a todos os almoços, atira-se no gesto do costume e, duma assentada, faz deslisar o pano que não larga desde o punho até ao remate da careca.

O amigo do Toino

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