NetBila'NewsNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Pinhão

Pinhão, Alijó O Pinhão é um ponto estratégico na cultura do Vinho do Porto. Apesar de uma boa parte desta localidade pertencer ao concelho de Alijó, uma outra, mais pequena, pertence ao concelho de Sabrosa. O Pinhão está situado nas margens do rio Pinhão, fazendo este a fronteira entre os dois concelhos. No lugar do Pinhão surgiram quintas que desenvolveram a produção do vinho português mais famoso do mundo. Desde o tempo em que o Marquês de Pombal mandou demarcar esta região, muitas pipas de vinho partiam do Pinhão para as caves de Vila Nova de Gaia onde o vinho era armazenado e envelhecido e daí exportado. Os barcos que faziam o transporte - rabelos -, típicos do Douro, entraram em declínio a partir de 1880, ano em que o caminho de ferro chegou ao Pinhão. Aqueles barcos foram substituídos pelo comboio, passando este a fazer o transporte do vinho. Várias empresas ligadas ao comércio do vinho instalaram-se no Pinhão. Hoje, a cultura vinícola mantém-se e são várias as quintas c

Serra de Santa Bárbara, S. Lourenço de Ribapinhão

Documento de 1758 sobre São Lourenço Têm sido feitas algumas referências à freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, a propósito do documento de 3 de março do ano de 1758, escrito pelo "reytor da Igreja Matriz de Sam Lourenço de Riba Pinhão". Aqui se deixa mais um pequeno resumo de uma parte desse documento, em que algumas palavras são reproduzidas exatamente como eram escritas naquele tempo pelo senhor padre Seraphim Alvares. «Havia nesta freguesia uma feira franca que decorria entre a véspera do dia do milagroso S. Lourenço e o próprio dia de S. Lourenço - 10 de agosto. A freguesia de S. Lourenço não tem correio. No entanto, os seus habitantes servem-se do correio de Vila Real, que vem na segunda e vai na quinta feira. Diz ainda o senhor padre Seraphim Alvares que a freguesia de S. Lourenço dista da cidade de Braga dezassete léguas e da corte de Lisboa oitenta. O grande terramoto que ocorreu na cidade de Lisboa, no dia um de novembro de 1755, dois anos e oito mes

Cabrito

Cabrito assado, ou mesmo cordeiro ou borrego É sábado. Acordou com vontade de comer uma coisinha especial para o almoço? Pensou e chegou à conclusão que um cabritinho caía bem à próxima refeição? Ok. Descanse... "Nada é impossível"... Naturalmente a expressão vai-lhe no íntimo da consciência. Já ouviu falar nisso e, naturalmente, tem dúvidas. Não desista. Dê largas aos seus pensamentos e apetites. Ponha de lado o pacote das impossibilidades. Vamos a isso. O que lhe apetece, afinal? Cabrito? Cabrito... pois... onde está ele?... Não desista logo à primeira. Vá ao talho e talvez encontre: cabrito, borrego ou o que lhe chamem aqueles que julgam conhecer da coisa. Não ligue. Vá pelos seus instintos. "Querer é poder" já ouviu dizer com certeza. No talho, olhe para a montra das carnes e, lá está, cabrito ou borrego, não se preocupe. Parece-lhe muita quantidade para a refeição com que pensa deleitar-se? Vá com calma e não se precipite. Escolha a metade que es

Pão com Nozes

Nozes, esse fruto maravilhoso da nogueira Neste blogue, há a intenção de transcrever  textos de outros autores, amigas e amigos que, ao longo de vários anos, foram amavelmente enviando e que constam assim dos arquivos NetBila’News. Far-se-á o possível por não repetir conteúdos que, eventualmente, estejam já editados em outros sítios da internet, fazendo por manter deste modo a originalidade da informação inserida nestas páginas.  Sendo assim, iniciamos este propósito com um pequeno artigo sobre nozes - "Pão com Nozes, uma delícia dos deuses" -, de Alzira Cabral. Nozes, esse fruto maravilhoso da nogueira! A foto mostra nozes colhidas ainda há pouco em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, que alguém amavelmente ofereceu. São muito boas, estas nozes! Pão com Nozes, uma delícia dos deuses « - É muito bom, pão com nozes! - Já comeste? - Não, mas vi comer. » É na verdade uma delícia dos deuses este manjar! Nós dois costumávamos comê-las como sobremesa nas

Bacalhau e alho

Bacalhau, alho e colorau Para a consoada, noite festiva pelo nascimento do Menino Jesus há dois mil anos, porque nasceu desprovido de abundância e conforto pode bem a refeição comemorativa desse grande acontecimento distinguir-se pela simplicidade, de acordo com as tradições de cada família. O bacalhau é comum nas mesas e nas refeições dos portugueses em qualquer altura do ano. Sendo uma noite especial como a do Natal, as famílias portuguesas costumam comprar o de melhor qualidade. De facto, não há refeição mais simples: batatas cozidas com bacalhau. Uma boa batata é a primeira preocupação na preparação deste prato tradicional. É essencial para a ligação entre as duas iguarias um azeite de boa qualidade. Este pode, no entanto, apresentar-se com uma "roupagem" diferente, acrescentado do sabor a alho. Assim, numa ou várias tigelas, coloque-se o azeite, alho bem picado e colorau. Misture-se bem. Reguem-se as batatas e o bacalhau. A propósito de batatas, indica-se um v

Batatas com bacalhau

Em água a ferver durante três minutos Poderão considerar que não há nada mais banal do que fazer referência a este prato - batatas com bacalhau -, muito usado nas cozinhas portuguesas e, de uma forma especial, na quadra natalícia. A intenção é apenas transmitir o que de mais importante pode retirar-se da sua cozedura, segundo sugestão de um mestre da cozinha de quem me não lembro o nome. O bacalhau deve escolher-se suficientemente grosso e de boa qualidade como o "asa branca". Depois de demolhado convenientemente, muito simplesmente coloque-se, durante três minutos, em água a ferver, ou seja, apenas depois de se iniciar a fervura da água poderá colocar-se dentro o bacalhau, aí permanecendo apenas três minutos. Retire-se com uma tenaz de cozinha e está pronto a comer-se com batatas e couve cozidas, tudo bem regado por bom azeite. Bacalhau e alho

Gatos ao pequeno-almoço

Gatos ao pequeno-almoço, bem entendido, o pequeno-almoço dos gatos. Depois dos sonhos no conforto da caixa que engendraram, refestelam-se os gatos num pequeno almoço de pão e leite, a condizer com a quentura da noite!

Confraria De Pyjames

De Pyjames: preocupações de natureza histórico-cultural Ainda do prospeto «Encontro "Saber Trás-os-Montes" (Vila Real, 2009) - Gastronomia Trasmontana e Alto-Duriense • Grémio Literário Vila-Realense», copiou-se para este pequeno artigo a imagem e respetiva legenda: «Representação da Confraria De Pyjames num capítulo da Confraria dos Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real, 29 de Junho de 2002)». Do mesmo documento, editado pelo Grémio Literário Vila-Realense, transcreveu-se de igual modo um pequeno excerto do parágrafo que faz referência à Confraria De Pyjames e suas preocupações de natureza histórico-cultural, documentadas em algumas iniciativas: «colocação de lápides em alguns dos restaurantes que foram palco de congressos; colocação em 1997 de duas placas (“polacas”), na “Esquina da Gómes”, como forma de recordar a importância desse estabelecimento surgido em 1952 e da esquina na história da cidade e de cada um dos seus habitantes em part

De Pyjames: registos e memórias

Congresso dos pyjamantes de 1958 ou 1959 A foto, inserta no prospeto «Encontro "Saber Trás-os-Montes" (Vila Real, 2009) - Gastronomia Trasmontana e Alto-Duriense • Grémio Literário Vila-Realense», refere-se, segundo informação do mesmo documento, ao congresso dos pyjamantes de 1958 ou 1959, no Restaurante Excelsior, em Vila Real. Do prospeto foi transcrito para mais esta referência a “De Pyjames” o parágrafo: «Aos jantares que se realizaram, sempre no último sábado de Novembro, na Marisqueira, na Pensão Guedes, no Restaurante Excelsior, no Asilo ”O Amparo de Nossa Senhora das Dores”, na Toca da Raposa, na residência do António da Toca, no Chaxoila, no Imperial, na Pensão Areias, no Restaurante Montanhês, nos Irmãos Unidos e em tantos outros lugares, sucedia-se, como já se disse, o Baile, que nesses tempos tinha lugar ora no Club de Vila Real ora nos claustros do Governo Civil. A ele compareceram, algumas vezes, vestidos com o seu traje de noite e simultaneamente de g

"Casa do Ferrador "

Segunda parte da refeição A refeição não se dá para grandes conversas, tais são os deliciosos sabores das diversas carnes de porco que se vão apresentando. Apenas os olhares se cruzam em tom de boa concordância. Os mais velhos aconselham os mais novos e fazem notar que o cozido propriamente dito ainda há-de chegar e, por isso, não abusem das entradas. Entretanto, eis que chega mais uma travessa, desta vez fígado fatiado que é uma delícia. Sem ser necessário pedir, o pão e o vinho estão constantemente a chegar. Pudera... com tão maravilhoso manjar...! Bem, alguns parecem estar já satisfeitos, esperando só por curiosidade o dito..., e vem, mas antes uma linguiça estalada na brasa acontece. E lá vai mais um copo. Uma boa travessa de ótimas carnes de porco a fumegarem, bem cozidas como convém e batatas de pouca rega, farinhudas, aparece por encanto no meio da mesa: orelheira, beiça, unha (pé de porco), salpicão, linguiça, chouriça normal e chouriça de sangue, carne de vitela e galin

Restaurante "Casa do Ferrador "

Casa do Ferrador, em Alturas do Barroso - Boticas Sobe-se até à altitude de 1100 metros, em Alturas do Barroso, aldeia do concelho de Boticas, em Trás-os-Montes, precisamente a sul da barragem dos Pisões. No centro da povoação, próximo da praça principal onde se situa a igreja, ali se encontra o restaurante que, segundo se diz, serve o melhor cozido do mundo, neste caso o celebérrimo cozido à barrosã. De facto, a refeição deixa qualquer um ou qualquer uma que se intitule como "bom garfo" abismado(a). O sr. Humberto e o seu pai receberam, certamente ainda recebem calorosamente os comensais, dando explicações sobre a casa que pertenceu ao ferrador daquelas paragens e o único prato servido no inverno, até ao mês de abril - o cozido à barrosã. A mãe do sr. Humberto atarefa-se na cozinha, no rés-do-chão, subindo por diversas vezes as escadas para o primeiro andar - sala principal da casa - tomando conta da lareira e dos três potes onde são cozinhados as carnes, as batatas e

Arroz de couve e costela de vinha d'alhos

Arroz de couve, chouriça de sangue e costela de vinha d'alhos Em dezembro, janeiro e, às vezes em fevereiro é altura da matança do porco, aqui para as terras transmontanas e alto-durienses. A região de Trás-os-Montes e Alto Douro não é assim tão pequena e, por isso, os usos e costumes variam, por vezes muito, de lugar para lugar.  Hoje dou-vos conta de uma das especialidades gastronómicas relacionadas com a carne do porco – o que foi criado com a mais natural das lavagens: batata, couves, fruta, nabos, abóbora, tudo partidinho e cru.  É daqueles pratos fumegantes e de cheiro intenso, apropriado para um dia de inverno, à lareira: arroz de couve, chouriça de sangue e costela de vinha d'alhos. O arroz pode ser carolino e a couve troncha. A uma cebola em azeite medianamente estrugida, juntem-se os "olhinhos" (partes interiores, mais tenrinhas) de couve troncha bem lavada em água corrente. Adicione-se uma areia de sal, a gosto, tape-se o tacho e deixe-se cozinha

Ossos da suã e açorda, em S. Lourenço

Ossos da suã cozinhados de diversas maneiras Quando alguém em Trás-os-Montes fala em ossos da suã refere-se naturalmente aos ossos da espinha dorsal do porco. Contudo, sem duvidar da explicação encontrada no dicionário, confirmou-se junto de quem sabe, prestando amavelmente todos os esclarecimentos a envolverem esta parte do porco e que, a partir desta altura do ano, é procurada por particulares e por alguns restaurantes, preocupados em servir pratos tradicionais. Servem-se os ossos da suã de variadas maneiras, aqui nas terras transmontanas. Em algumas delas, apenas os ossos sobressaem, sendo a carne escassa e daí o provérbio: "Ossos da suã, barba untada, barriga vã". Há lugares em que a carne do lombo, a melhor do animal, não é separada dos referidos ossos e é assim que depois de cozidos vão para a mesa. São destes que se comem em S. Lourenço de Ribapinhão, no concelho de Sabrosa. No dia seguinte à desfeita do porco, com todas as carnes já devidamente salgadas, os