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Espelho d'Água

Espelho d'Água, na praça da Nossa Senhora da Conceição, em Vila Real.

Pyjamantes: registos e memórias

“De Pyjames” Conforme os registos e memórias de alguns pyjamantes, o primeiro jantar da confraria De Pyjames, referido já em artigo anterior, terá ocorrido em 1956, na Marisqueira, onde muito se terão divertido os precursores do grupo dos pijamas, acompanhados de um bom cozido à portuguesa ou talvez cabrito assado ou vitela assada com arroz de forno e vinho da região, preparando-se desse modo para uma entrada fulgurante no Baile de Gala instituído pela Academia Vila-Realense.  Na primeira metade da década de 1960, num dos jantares e no meio de tantas risadas, brincadeiras e pijamas terá surgido a expressão “De Pyjames”, relacionada com outra “De Colores” muito usada nesse tempo, e ainda hoje, pelo Movimento dos Cursos de Cristandade, movimento católico que surgiu em Palma de Maiorca, no final da guerra civil de Espanha, em 1939, chegando a Fátima em 1960 e a Vila Real pouco tempo depois, com grande adesão. Assim, imitando o dístico “De Colores”, um ou outro pyjamante usava no pr

De Pyjames

Primeiro jantar É no contexto das limitações impostas pelo reitor do Liceu Nacional Camilo Castelo Branco, Dr. Martinho Vaz Pires, às iniciativas que a Academia Vila-Realense levava a efeito no 1º de Dezembro, privilegiando, em detrimento destas, o programa realizado pela Mocidade Portuguesa, que um grupo de ex-alunos (a que se juntam alguns que frequentavam ainda o mesmo estabelecimento de ensino e outros que a ele eram totalmente estranhos) decide organizar um jantar no último sábado do mês de Novembro, dia em que a Academia estava autorizada a realizar o seu Baile de Gala, que incluía uma ceia a que não reconheciam qualquer qualidade. Se é verdade que para alguns as medidas adotadas pelo reitor foram consideradas discricionárias e meramente políticas (e oportunamente retratadas no Regadinho – um cortejo que passava em revista a vida do Liceu e da cidade, bem na linha da irreverência do meio académico local), o que os uniu a todos nesta iniciativa foi o desejo de fazer uma ref

Confraria dos Pyjamantes de Vila Real

O jantar dos pijamas Em artigo anterior sobre a casa de pasto "Chaxoila", referiu-se o facto de ter sido adotado este restaurante como um dos preferidos para as tertúlias anuais da confraria dos Pyjamantes de Vila Real, que aconteciam nesta cidade transmontana, desde o ano de 1956, segundo apontam as memórias. Disso é prova a placa alusiva que se encontra à entrada daquele restaurante, como é mostrado na fotografia, assinalando a data da tertúlia do ano de 1992, realizada em 28 de novembro, no seu trigésimo sexto aniversário, onde consta a quadra: "Prós Pyjamantes, o tempo gira em tal sarabamda, que – quantos anos já temos? Ninguém sabe a quantas anda......" A palavra sarabanda aparece escrita com "m", naturalmente por erro do artista que gravou as palavras na pedra, ou talvez assim estivesse escrito nas mentes pyjâmicas.  Os elementos que faziam parte da confraria dos Pyjamantes reuniam-se todos os anos, uma semana antes do primeiro de deze

Grupo do X-Nove II

Valores éticos da organização Com a coragem firme e atitude determinada que caracterizam certo membro desse grupo, mas por forma a não ferir suscetibilidades a determinado visado, célebre e afoito, esse dito membro, pelos vistos um dos elementos organizadores do evento, viu-se forçado através de cuidado e eloquente discurso, com frontalidade, a chamar a atenção de toda a assembleia, para os perigos de ideólogos hostis  de subúrbio, que alimentam o vício de tentarem adulterar o que são os verdadeiros valores éticos da organização. Eliminada a pedra no sapato relativa à situação embaraçosa a que fora exposta a lei orgânica estatutária e organizativa, o famoso em questão, depois de algumas expressões de argumentos de oposição, mas sem tese de fundamentação, viu-se obrigado à submissão das suas teorias, de modo que, em ar de quem boceja involuntariamente numa inspiração assaz profunda e ridícula, acabou inesperadamente numa atitude de sujeição à evidência, com muitos perdigotos aind

Restaurante "Chaxoila"

Restaurante Chaxoila, em Vila Real O Chaxoila é um restaurante de tradição da cidade de Vila Real, em Trás-os-Montes. Situa-se do lado direito, na estrada nacional que nos leva a Vila Pouca, Pedras Salgadas e Chaves, logo à saída da cidade. Desde muito cedo, este restaurante foi adotado pela confraria dos Pyjamantes de Vila Real como um dos seus preferidos para as tertúlias anuais: uma semana antes do primeiro de dezembro reuniam-se os tertulianos vestidos com a parte superior dos pijamas, comendo, bebendo e “batizando” os novos com rituais divertidos. Marcada a mesa com antecipação, encaminhados fomos para zona de fumadores que hoje não deveria existir em áreas cobertas e, evidentemente, contrárias ao nosso agrado. Não fora o cheiro a tabaco, por sorte já em cima da sobremesa e, por isso, não sobreposto ao saboroso assado de cabrito antecedido de uma boa tripa aos molhos bem condimentada, de tradição verdadeira e vila-realense, o almoço colocar-se-ia numa classificação de nível

Parque do Corgo em Vila Real

Parque do Corgo em Vila Real, Portugal, 24 de fevereiro de 2017

O Codesso

A caminho da comezaina, encontrámos o Codesso Pelo emaranhado de vias estreitas do planalto serrano, entre a Carvalhada, no lugar da Delgada, em S. Lourenço, localidade e freguesia antiga do concelho de Sabrosa e as Fragas de Panóias, inspirados nas almas antigas e seres errantes dessas paragens, sem querer, fomos ao encontro do codesso. Num facílimo exercício de escuta e concentração, conseguimos ouvir os guinchos e, pelas aragens, sentir os odores das vísceras queimadas utilizadas nos rituais aos deuses severos. É verdade! E o codesso ali ao pé do caminho! Talvez degenerado, impõe-se, no entanto, não pela ramagem abundante que não possui, mas pela astúcia que consegue adivinhar-se quando se vê implantado junto dos calhaus graníticos que pastam nesta região. Em tom vigoroso de quem bem conhece as vidas destes tojos, alguém profere: – Codesso-bastardo!... Deixámo-lo sossegado na sua agrura e fomos andando. Antes da visita à Igreja Paroquial de Vale de Nogueiras, no Assento

Grupo do X-Nove

Manietação e excitada polémica Ao vigésimo primeiro dia do mês das maias, ano dezanove do terceiro milénio, reuniram-se os já afamados elementos do grupo do X-Nove, reconhecidos pelas suas aptidões e saberes e capacidades de mediação nos mais variados e importantes domínios de interferência. Verificou-se desta vez excitada polémica, devido a dissemelhantes opiniões a respeito do local a escolher para a realização de mais um importante plenário, polémica essa alimentada e injustamente exagerada, nomeadamente pelos órgãos de comunicação social de diferentes correntes políticas e revistas “cor de rosa”. Foi facto constatado por diversos líderes de opinião independentes, forte pressão psicológica sobre os organizadores do evento, na tentativa de manietação, segundo interesses sectários e deficitários pouco fidedignos aos verdadeiros proveitos do que pretende ser um grupo interventivo, com rigorosas normas de orientação para uma sociedade mais justa e equilibrada, conforme à justiç

Restaurante "O Gonçalo"

Restaurante "O Gonçalo", em Vilar de Maçada O restaurante "O Gonçalo", em Vilar de Maçada, encontra-se à saída daquela localidade, a caminho de Sanfins, Favaios e Alijó – vila sede de concelho –, na região do Alto Douro. No restaurante vive-se um ambiente agradável em que a família que o mantém amavelmente serve os seus clientes, de um modo aberto, franco. Pensamos ser aconselhável a marcação de mesa (259 919 280) para um almoço ou jantar. Contudo, ninguém ficará certamente sem comer mesmo que apareça de surpresa. O sr. Maximino, a sua esposa e filho Élio, no nosso caso porque muito bem recomendados, privilegiaram-nos com a sua presença à mesa servindo-nos uma boa panela de barro com arroz de galo de cabidela, chegado ainda a borbulhar da fervura e um tinto reserva da Quinta da Ranginha, propriedade da mesma família. Antes ainda, umas lascas de bom presunto amaciadas por rosé meio fresco. Após a sobremesa e café, não faltou uma visita à adega e espaço circu

Restaurante LBV 79

Restaurante Bar LBV 79, no Pinhão Não, não estamos em qualquer luxuoso cruzeiro descendo o rio Douro. À primeira vista a fotografia parece demonstrar isso mesmo, mas de facto não. Trata-se da esplanada terraço do Restaurante Bar LBV 79, no Pinhão – coração do Douro –, localidade ladeada pelo rio Douro e foz do rio Pinhão. No rés-do-chão deste restaurante, o bar com lugares também ao ar livre. No primeiro andar, um espaço reservado ao restaurante com um belo terraço sobre o rio Douro, ali ao pé – uma maravilhosa varanda para observar a paisagem num almoço descontraído. Depois da refeição, a esplendorosa marginal sugere um passeio descontraído. 

Tecelagem artesanal

Fios de lã de ovelha e de linho Pelo que se ouve contar em diversas regiões, nomeadamente em Trás-os-Montes e principalmente pelas pessoas com mais idade, muitas famílias e casas abonadas possuíam teares que iam passando de geração em geração, servindo para fabricar os próprios tecidos. Tapetes, mantas e carpetes eram normalmente efetuadas por senhoras artesãs que se dedicavam à tarefa de tecer, com fio de lã de ovelha. No concelho de Vila Real, desde há muitos anos, tornou-se famosa a tecedura em linho, sendo na aldeia de Agarez, mas também em Mondrões e Couto de Adoufe, que ricas peças eram confecionadas, como por exemplo lençóis, colchas e toalhas de mesa, autênticas obras de arte muito apreciadas.  Agarez é uma aldeia pertencente à freguesia de Vila Marim, concelho de Vila Real, englobando também as aldeias de Arnal, Galegos da Serra, Quintela e Ramadas. Antes da concretização da obra – a peça tecida –, no caso específico do linho, este, desde o trabalho que envolvia o s

Trilho de S. Martinho de Anta

Pelos caminhos de Miguel Torga S. Martinho de Anta é sede da União de Freguesias de São Martinho de Anta e Paradela de Guiães, pertencente ao concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real. S. Martinho de Anta é hoje uma vila notabilizada pelo facto de aí ter nascido e vivido o grande escritor português Miguel Torga. A sua terra natal, as serras envolventes e também o Douro foram certamente motivos de inspiração à obra do escritor. Estudiosos dos seus livros em prosa e em verso, muitos outros escritores e especialistas literários, professores e alunos, assim como inúmeros curiosos têm-se deslocado dos mais diversos pontos a esta linda vila transmontano-duriense para ouvir falar de Miguel Torga e conhecer os caminhos que calcorreou pelas paisagens do vale do rio Douro e territórios serranos bravios. Os são-martinhenses, autoridades locais e concelhias souberam sempre enaltecer a grande figura da Literatura Portuguesa e preservam orgulhosamente a sua memória. São disso exemplos a recons