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Santa Marta de Penaguião

Santa Marta de Penaguião: homenagem às vindimadeiras Concelho de Santa Marta de Penaguião As terras deste concelho são excecionalmente férteis, o que dá grande relevo à vida agrícola local. Produz com abundância vinho, azeite, frutas, legumes e cereais. O cultivo da vinha atingiu grande relevo depois da criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.  Entre 1757 e 1834, a exportação de vinho, feita pela Régua, tomou grande incremento. Com a extinção da Companhia veio um largo período de decadência, ao ponto de no ano de 1841 toda a produção se ter perdido nas adegas dos lavradores. A indústria vinícola do concelho tem acompanhado as crises gerais do vinho do Porto, que naturalmente aqui se refletem com particular acuidade. O cultivo da oliveira é também muito importante. As duas culturas frequentemente coexistem lado a lado. Informação recolhida da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira – Volume XXVII – Editorial Enciclopédia, Limitada – Lisboa – Rio de janeiro

Falachas, por Jorge Lage

Falachas: o pão mais primitivo de castanha As Falachas estiveram quase em extinção, não fosse a teimosia de uma ou outra “falacheira”. Sim, as Falachas seduziram-me e levaram-me a prosseguir a investigação sobre a Castanha, depois de publicar «A Castanha Saberes e Sabores», aparecendo o livro «Castanea uma dádiva dos deuses», com 100 receitas práticas em que entram as Falachas (páginas 251 e 252) de Pesqueira, de Cimo de Vila de Resende. Fiz cerca de 600 km por causa das Falachas. Porém, notícias deturpadas sobre as Falachas apareceram num ou noutro local e até no meio académico. O livro «Memórias da Maria Castanha» na página 53 e 54 dão uma definição sintética. Assim, o novo livro «Maria Castanha - Outras Memórias», teve de ir mais longe, dissipando crentes primários de certas receitas gastronómicas e alguns escritos de gente mais conceituada.  Quando surjam dúvidas não se fiquem pelo que, às vezes, ligeiramente se diz na internet com meias verdades ou até mentiras. Vão às fontes! Sob

Arroz de marisco

Arroz de marisco: mexilhão e gambas Se as memórias, como costuma dizer-se, não atraiçoam a verdade pela circunstância do esticar do tempo, alguém terá designado por arroz de “cheirisco” o arroz de marisco em quantidades reduzidas do dito. Essa atribuição, de facto, ela mesma cheiraria, não direi a um certo desdém, mas, no mínimo, representaria uma significação pouco abonatória para o arroz de marisco, nem sempre constituído por variedade razoável e dotado de raras qualidades de tempero. Em tacho suficientemente largo, coloque uma cebola partida em pedacinhos pequenos, mergulhada numa porção de azeite. Aconchegue ao lume, forte de início, e comece a pensar no aperitivo que degustará, enquanto durar o trabalho gastronómico, pois sem o aperitivo – no caso uma boa fatia ou duas de queijo de ovelha Flor da Cardenha, ali dos lados de Moncorvo, e um copo branco de Sabrosa, bem fresquinho – sem o aperitivo, como digo, não gozará da inspiração suficiente para levar a bom termo este arroz que, a

Os Emigrantes, por Jorge Lage

Os nossos emigrantes são hoje mais selectivos nas compras que fazem Pão de azeite e azeitonas Os nossos emigrantes de volta mais uma vez, e muitos já idos de novo, neste ano de 2020   Pão de azeite e azeitonas - foto da Padaria Seramota Durante muitas décadas foi vê-los chegar para umas curtas férias com os bolsos cheios de dinheiro e a melhor forma de o ostentarem era (e é) nas grandes máquinas e nas compras que faziam nos supermercados. Varriam, literalmente, com tudo o que era bom e apetecível das prateleiras dos supermercados. Nas aldeias alardeavam-se as grandes compras e o que mais fizesse era o maior. As festas anuais eram de arromba, com muita música e fogo-de-artifício. Os ventos mudaram e quem dá brilho aos festejos anuais são mais os que por cá ficaram e aguentaram um mundo rural moribundo. Hoje, os nossos emigrantes são mais selectivos nas compras que fazem, procuram o melhor e o mais genuíno. É obrigatório levarem o nosso azeite local (Mirandela é o «Poço do Azeite»), o no

Março e novembro, e castanhas (provérbios)

Sete castanhas são um palmo de pão Provérbios, por Jorge Lage Março é tempo de rebentos e o fruto é uma metáfora. Temporã é a castanha que por Março arrebenta. Aí vem o meu amigo Março que fará o que eu não faço. Em tardes de Março recolhe o teu gado. O que se aprende no berço, dura sempre. Cesteiro que faz um cesto, faz um cento, se lhe derem verga e tempo. Sete castanhas são um palmo de pão. Castanha quente só com aguardente, comida com água fria causa «azedia». Cruas, assadas, cozidas ou engroladas, com todas as manhas, bem boas são as castanhas. Em Novembro prova o teu vinho e semeia o cebolinho. Em Novembro, pelo S. Martinho, lume, castanhas e vinho. Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça. Galinhas de S. João, no Natal ovos dão. Míscaro da decrua, cheira por toda a rua.

Como saber se um vinho branco se encontra alterado

Vinho branco alterado ou mesmo deteriorado Numa breve e primeira análise, como saber se um vinho branco se encontra alterado ou mesmo deteriorado, isto é, sem as boas qualidades originais?  Antes de mais, como se sabe, qualquer vinho poderá ter perdido as suas qualidades pelo simples facto da rolha que encerra o vinho na garrafa se encontrar, ela própria, estragada. Neste caso, do sabor e cheiro do vinho destaca-se uma impressão amarga da cortiça que forma a respetiva rolha. Mesmo os menos apreciadores conseguem, de imediato, dar conta desse mau sabor e cheiro desagradável. Não referidas neste pequeno artigo, há, no entanto, outras causas que contribuem para o estado de degradação do vinho branco. Interessa mencionar as alterações principais visíveis aos olhos do normal consumidor de vinhos brancos. Assim, a sua cor, em caso de degradação, começa a ficar acastanhada, em vez de se manter com as suas características cristalinas. Por vezes, o seu aroma lembra quase o vinho do Porto – um c

Queijos: queijo Roquefort

Queijos de leite cru e pasteurizados Roquefort O visionamento de um programa televisivo francês com legendagem em português, em 24-08-2017, no Canal 2 da RTP, sobre algumas marcas de queijos franceses, sugeriu este artigo, com destaque para o queijo "Roquefort". De facto, o texto que se segue é tão simplesmente a transcrição de parte desse programa, com alguns acrescentos, e que resolvemos inserir nas rubricas " Gourmet " e " Gastronomia ". "A França é conhecida também como a grande produtora da maior variedade de queijos – mais de 1000! Queijo Roquefort Existem queijos feitos com leite cru e queijos feitos com leite pasteurizado. Um dos queijos mais célebres em França é o Roquefort, sendo os mais preferidos o queijo "Emmental" e o "Camembert". Cada francês come em média, por ano, 24 Kg de queijo. Em geral, o queijo é, hoje em dia, usado não só como parte de uma boa sanduíche mas também em refeições mais complexas: pode encontrar-s

Bolas Calcadas

Bolas calcadas ou bolas sovadas, por Jorge Lage É curioso como um produto tão peculiar dos concelhos de Mirandela e Valpaços apresenta diferenças na sua forma como na confecção. A bola calcada da cidade de Mirandela e aldeias mais próximas leva na sua confecção: farinha centêa, água, azeite e uma pitada de sal. A bola calcada da zona de Mirandela tem o formato arredondado e afalachado, com ligeiros cortes na face superior para melhor se poder partir com a mão sem recurso a faca. A sua confecção, grosso modo, assenta no pão ázimo dos hebreus e que estes, por sua vez, herdaram dos sumérios e caldeus e dos primitivos egípcios, sendo os cristãos coptas um ramo. A confecção do pão ázimo sem fermento foi adoptada pelos árabes quando iniciaram a sua expansão pela Ásia Menor.  Voltando à bola calcada mirandelense e valpacense, o outro formato é sobre o comprido, como se fosse uma canoa, com as pontas mais aguçadas, na parte norte do concelho de Mirandela, e as extremidades mais arredondas no c

As Minas do Vale das Gatas, em 1943

Pequeno desafio aos laurentinos de S. Lourenço de Ribapinhão Como foi observado em artigo anterior – O volfrâmio das Minas do Vale das Gatas –, consta nesse mesmo artigo uma foto que, juntamente com outra apresentada hoje neste texto, estão as duas em simultâneo publicadas na revista “Visão”, na edição de 30 de janeiro de 1997, com a seguinte legenda: «Mina do Vale das Gatas, 1943: uma noite de pilhagem rendia o ordenado de um professor primário». Não duvidando da verdade jornalística dos autores desse artigo, Ferreira Fernandes e Filipe Fialho, associando os três mineiros e as crianças como intervenientes diretos nos trabalhos da recolha do minério, no Vale das Gatas, não consigo, contudo, ligar os lugares e as circunstâncias em que as fotos foram captadas com sítios mais ou menos conhecidos do Vale das Gatas e pessoas que lá trabalharam, sendo certo que as imagens se referem a uma data já distante, essa de 1943. Setenta e sete anos passaram, reconhecendo-se que será difícil alguém d