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Mensagens

Natal, em Vila Real

Aproxima-se o Natal Num tempo em que determinadas camadas da sociedade arremessam para o esgotamento da ignobilidade as suas próprias identidades e os costumes que pais e avós e antepassados distantes, desde tempos remotos enalteceram, o Município de Vila Real, seja lá o partido a que está adstrito ou pessoas que da instituição fazem parte, tem a lucidez admirável para, nesta quadra festiva que é o Natal, darem suporte através das ruas principais da cidade, como se de uma tela se tratasse, ao embelezamento místico através da representação do presépio de Belém, símbolo identitário cristão das gentes que têm sabido preservar através dos tempos a cultura que é nossa, mesmo que a fé, muitas vezes periclitante, nos escorregue por entre dedos.  O Município de Vila Real a organizar e as freguesias do concelho a levarem a efeito, cada qual a seu modo e segundo técnicas distintas, o seu próprio presépio que muitos admiramos, numa sensorial consolação, simples passeio pelas ruas histórica

Souzas Botelhos - "Casa de S. Lourenço"

Brasão da "Casa de S. Lourenço" Recebi de dois primos, naturais de Constantim, concelho de Vila Real, uma cópia da página 345 do livro “Fidalgos e Morgados de Vila Real e seu Termo” de Júlio A. Teixeira (reedição de 1990). Nessa cópia, consta o desenho do Brasão da "Casa de S. Lourenço", como mostra a imagem, e o descritivo, transcrito a seguir, que identifica cada um dos ramos familiares desse brasão: Está este Brazão na Capela e no portão da Casa que foi dos Souzas Botelhos de S. Lourenço. Representa : No primeiro quadrante os Souzas, ramo dos Souzas, Morgados de Vilar de Perdizes, e dos Souzas de S. João da Pesqueira ; no segundo os Botelhos, como descendentes de Affonso Botelho, 1º Alcaide-Mor de Vila Real ; no terceiro os Pintos, ramo, Vila Real, dos Morgados de Balsemão ; e no quarto os Silvas, familia muito antiga nesta Vila. Tanto a Capela como a antiga Casa de S. Lourenço estão hoje na posse de estranhos à Família, havendo ainda naquela povoaçã

Trás-os-Montes

Pelos caminhos de Trás-os-Montes Dizem os escritores e os poetas transmontanos que Trás-os-Montes é uma dádiva especial da Natureza e a grande obra de pedra e água feita em Portugal. É neste Norte que, arduamente, se riscam e planeiam caminhos, se cruzam vontades e se resiste, com granítica força e persistência dos rios, à invasiva e danosa cultura que desvirtua e engana a História. São incontáveis os caminhos que podem percorrer-se na região transmontana. As estradas existentes podem considerar-se, hoje, suficientes para, de automóvel, se atingir facilmente qualquer ponto da região. Do Douro até à fronteira norte com Espanha, sucedem-se os montes para todos os gostos: uns agrestes e extremamente frios na estação do inverno, outros suaves e cultivados, possuidores de microclimas a suportarem vales traçados por riachos de águas límpidas, convidativas a um mergulho de frescura por entre uma vegetação constituída por pinheiros, amieiros, carvalhos, castanheiros, vidoeiros e muitas

O Sr. Manuel, tanoeiro

O Sr. Manuel, tanoeiro de Vilarinho se S. Romão Os pipos em miniatura efetuados de modo artesanal que se apresentam na foto são da autoria do Sr. Manuel Dias da Silva e mostram a evolução, ao longo dos séculos, dos arcos que seguram as estruturas de madeira das pipas e tonéis. O Sr. Manuel, como escrito no artigo anterior, era um profissional exímio como tanoeiro e uma pessoa respeitada e muito conhecida na região, marcando presença em publicações como no livro "Sabrosa - da serra ao rio".  Apesar de idade avançada quando o conheci, o Sr. Manuel mantinha uma vontade extraordinária de explicar tudo o que sabia acerca da sua profissão e dos trabalhos de tanoaria em miniatura que, já na reforma, gostava de realizar. Desde muito cedo, doze anos, O Sr. Manuel iniciou a sua aprendizagem no ofício de tanoeiro. A sua oficina, nos últimos anos da sua vida, fora da azáfama de outros tempos, permanecia mais ou menos silenciosa quando o visitávamos. Concentrado, já um pouco trémul

Manuel Dias da Silva - tanoeiro

Na oficina do Sr. Manuel O Sr. Manuel, não estando já entre nós, infelizmente, lançava um primeiro olhar observador aos visitantes da sua oficina. Homem de poucas palavras antes da conversa ir de encontro ao que o entusiasmava: a construção de pipos e a transformação destes em bares rústicos, nichos, objetos decorativos, bancos, mesas, etc. As miniaturas eram outra parte do seu trabalho. Os pequenos pipos e cubas de cinco e dez litros, construídos com madeira de carvalho já avinhada, eram exemplo da sua perfeição e dedicação a uma profissão artesanal. A execução fiel das suas réplicas era para o Sr. Manuel uma constante preocupação e todos os pormenores cuidadosamente estudados de forma que o resultado final mostrasse exatamente o trabalho de origem. Não se limitava ao trabalho manual. Tanto quanto possível, lia, estudava e observava imagens antigas. Só assim conseguia executar com qualidade e transmitir conhecimento como o relacionado com os arcos dos pipos. Houve uma evoluçã

Um vinho de se lhe tirar o chapéu

Benditas aduelas Na Consoada bebi um vinho esplêndido em casa do meu cunhado. Vinho de uma pipa encontrada num cardenho esbarrondado e ensilveirado do Rio Torto. O vinho da pipa estava quase no fundo, mas as borras do bom vinho do Porto são milagrosas. A pipa encheram-na com vinho novo e, passado um ano, deu esta maravilha (...) António Cabral Uvas do vale do rio Torto, afluente do rio Douro, na sua margem sul, bem próximo do Pinhão - coração do Douro. Quando cheias chegam as dornas, os sentires afloram pelos mais distintos comentários: - Este sim! - Cheira-se-lhe a alma! - Boa pomada há-de dar, digo-vos eu! Ali permaneceu a pipa, por muitos anos, no canto da antiga adega. Esgotou-se no tempo, definhando-se o vinho na quantidade, encorpando-se e enaltecendo-se, contudo, de sabores cada vez mais intensos. Humilhada no desprezo a que foi votada, a pipa desembebedada deixou vencer-se pela idade e esbarrondou-se. Mesmo assim, ali se ficou a borra velha, encantada, pr

Mamoa de Madorras

Estranho! Bacalhau e Mamoa de Madorras! Pode parecer estranho um artigo sobre bacalhau , como o anterior, vir acompanhado de uma fotografia da Mamoa de Madorras, em Vilar Celas, lugar da freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa. Contudo, nas entrelinhas está tudo bem explicado, ou mal explicado, conforme o ponto de vista. Seja como for há uma relação entre o bacalhau mencionado e a Mamoa. Como alguém diria “isto está tudo ligado”. Pelo caminho de Torga, desde S. Martinho de Anta se encontra a Mamoa de Madorras e, por isso e outras causas, deixa-se a seguinte referência ao monumento pré-histórico – um excerto retirado de um dos placares informativos que podem observar-se ao longo daquele trilho dedicado ao escritor transmontano Miguel Torga: «Património Arqueológico - No percurso de S. Martinho de Anta podemos ainda encontrar a Mamoa de Madorras com vestígios de pinturas e gravuras em alguns dos seus esteios, símbolo máximo do Megalitismo em Sabrosa. A preocu