NetBila'NewsNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Usanças

As rogas nas vindimas do Douro

Da montanha ao Douro: a alegria das rogas  As vindimas na região do Alto Douro são sempre motivo de festa e alegria. Após um ano de árduos trabalhos pelos íngremes socalcos, e num clima de frio intenso de inverno e calor estival, chegados a setembro, com a colheita das uvas, fruto de um ano de muitas preocupações por causa das contingências da meteorologia e de males diversos que sempre espreitam as videiras, a festa é grande e prolongada. Nas vindimas, todos os dias são recomeços para uma etapa de trabalho e ao mesmo tempo de divertimento. É diferente de todos os outros, este trabalho de cortar as uvas, em grupo, de as transportar e, à noite, as músicas populares a animarem os lagares que ainda existem nas quintas e nas casas de algumas famílias para fabricar aquele vinho especial e tradicional, pisadas as uvas com pés e pernas. Nos dias de hoje, com as facilidades de transporte, os trabalhadores deslocam-se rapidamente em carros e camionetas, desde as suas aldeias à região d

A pisa das uvas

Ganhar a "meia-noite" Na região transmontano-duriense, a que melhor conheço, mas também noutras regiões, a pisa tradicional das uvas, após a sua colheita, era dos trabalhos mais importantes para uma boa fermentação e consequente preparação do bom vinho. Ainda hoje, em algumas Quintas, também com fins turísticos, uma pequena parte do vinho faz-se por esse processo antigo.  A pisa das uvas realizava-se tradicionalmente num lagar, por homens que, em grupos, com os braços dados uns sobre os outros, efetuavam primeiramente o “corte”, percorrendo o lagar várias vezes, até que as uvas se transformassem num líquido vinícola espesso. Este procedimento inicial, mais organizado e responsável, exigia bastante esforço. De seguida, o trabalho tornava-se mais ligeiro, pois os pisadores podiam agora percorrer o lagar de modo aleatório e mais soltos, iniciando-se alguns jogos adequados àquele ambiente festivo, durando cada sessão quatro horas. Além dos jogos, como por exemplo a cabra-c

O largo do sr. Albertim (VIII)

O Amolador Mó ou Rebolo é uma pedra redonda que gira sobre um eixo central e serve para afiar (amolar) instrumentos de corte ou de perfuração. A palavra “amolar” significa precisamente “afiar no rebolo”. Da palavra “amolar” provém a designação “amolador”, ou seja, aquele que amola, aquele que afia – profissão antiga, ainda hoje existente através de alguns resistentes na arte de amolar. – Tem cuidado qu’inda t’amolas…! É verdade! Também o amolador nas suas derivas entre aldeias e vilas chegava ao largo do sr. Albertim, naquela época áurea, em frente ao seu estabelecimento onde tudo se passava. Vindo da serra, rua do Outeiro abaixo, fazia anunciar-se o amolador de facas e tesouras através do som da gaita de amolador, seguido pelo burrico que lhe servia de companhia e transporte de alguns bens. Trazia a sua geringonça, instrumento artesanal complexo para o seu trabalho, roda a percorrer os caminhos sinuosos e intermináveis de terra e calçadas até ao aparecimento de um qualquer c

O largo do sr. Albertim (V)

O caldeireiro O caldeireiro! Chegou o caldeireiro! Esta era a designação atribuída ao homem arranjador das panelas, tachos e púcaros de alumínio que, com o andar dos anos, se iam rompendo. Chegava o caldeireiro com a sua família ao centro de S. Lourenço e ali se instalava, no largo do sr. Albertim, à espera dos seus clientes.  Após uma boa temporada, talvez um ano, pela primavera ou já mais próximo do verão, o caldeireiro vinha da sua terra para outras ganhar os trocos do seu sustento e da sua mulher e filhos.  Com uma pequena placa de ferro assente no chão a servir de bancada de trabalho, um martelito, uma tesoura para cortar o alumínio e um instrumento rudimentar para fazer as soldaduras, ali permanecia, dois ou três dias, sentado quase de cócoras num mocho. Batia o alumínio, cortava-o, batia novamente, soldava e voltava a bater até vedar bem o rasgo da panela. Depois de realizado algum trabalho e ganho já algum dinheirito, o caldeireiro juntava-se aos do jogo do fito que, a