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O largo do sr. Albertim (V)

O caldeireiro


O caldeireiro! Chegou o caldeireiro! Esta era a designação atribuída ao homem arranjador das panelas, tachos e púcaros de alumínio que, com o andar dos anos, se iam rompendo.
Chegava o caldeireiro com a sua família ao centro de S. Lourenço e ali se instalava, no largo do sr. Albertim, à espera dos seus clientes. 
Após uma boa temporada, talvez um ano, pela primavera ou já mais próximo do verão, o caldeireiro vinha da sua terra para outras ganhar os trocos do seu sustento e da sua mulher e filhos. 
Com uma pequena placa de ferro assente no chão a servir de bancada de trabalho, um martelito, uma tesoura para cortar o alumínio e um instrumento rudimentar para fazer as soldaduras, ali permanecia, dois ou três dias, sentado quase de cócoras num mocho. Batia o alumínio, cortava-o, batia novamente, soldava e voltava a bater até vedar bem o rasgo da panela. Depois de realizado algum trabalho e ganho já algum dinheirito, o caldeireiro juntava-se aos do jogo do fito que, antes da chegada do correio, se entretinham a dar umas “caradas”, ali no largo ou na estrada, em frente ao estabelecimento do sr. Ernesto e às vezes no largo do sr. Albino. Entretanto, as crianças brincavam por ali enquanto a mulher do caldeireiro, sorridente, na máquina a petróleo ia apurando para a ceia o estrugido.

O largo do sr. Albertim (VI)

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