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Interrupção das conversas e deliberações

Nanixe e o caso do Chixe - novo agendamento de reuniões! Chixe e o amigo Nanixe

Cura da ressaca de Chixe e Nanixe

Cura da ressaca: Para não dar azo a falatórios, decidiram permanecer cada qual em sua casa! Interrupção das conversas e deliberações

Nanixe e Chixe e o azedume das azeitonas

O taxista e a promessa de nunca mais transportar aqueles dois! Cura da ressaca de Chixe e Nanixe

Situação do empreendimento das caganitas!

Rescaldo da primeira parte da história do Nanixe e o caso do Chixe! Nanixe e Chixe e o azedume das azeitonas

Parlapié no Café Central

Assuntos de cabras e ovelhas Situação do empreendimento das caganitas!

Agendamento das reuniões no Café Central

Plano de trabalho a decidir no café! Parlapié no Café Central

Chixe procura um investimento de jeito

Qual o destino para as caganitas dos animais de Chixe? Agendamento das reuniões no Café Central

Nanixe e o caso do Chixe

Nanixe e Chixe, em reunião no Café Central Chixe procura um investimento de jeito

Café Central

O Nanico e o Martinho, dono do Café Central Nanixe e o caso do Chixe

Pardinha

A gata pardinha Connosco se acostumou, desde pequenita, mais sua mãe e duas irmãs gatitas. Cada uma com seu jeito, olhar e mesmo cor. De quem vos conto, Pardinha de nome, é já uma gata adulta, cinzenta, com algumas nuances de brilhantes castanhos claros e um olhar de extrema ternura, apesar das andanças vadias, por aqui e por ali, sabe-se lá até onde. De manhã, sem que seja exigente na hora, presta-se atenta ao sentir da cozinha, e ali aparece, postura já bem desperta. Aproxima-se da portada de vidro num meiguinho miar, sinalizando a sua presença, repetindo três ou quatro vezes o mesmo sinal. O afago de uma palavra é o suficiente para um agradecimento bem correspondido, esticando-se na direção do fecho da porta, sabendo que dentro em breve se abrirá para o pequeno almoço: um leitinho morno a embeber uns pedacitos esmigalhados de pão de trigo. Mas antes, numa saltada ao parapeito da janela, observa atentamente a confeção rápida da sua comida, e espera com paciência até que vira c

A noite sorria a dois passos

… acima da linha do horizonte Dei conta que o lugar onde me encontrava permanecia do outro lado do caminho, em traços esbatidos por ângulos de subtis inclinações. Aproximei-me às ondulações multiversais, impondo-me a hipóteses que justificariam o absurdo como se este fosse facilmente descortinável. Inquieto, humildei-me na contemplação, vislumbrando um tempo que era o mesmo, mas transformado. A partir desse momento, os esquemas que fui esboçando iniciaram um período de recomendações e, desse modo, absorvi, tanto quanto pude, sonhos de esponjas, como sempre os ouvira na infância. As comunicações entreolharam-se descentralizadas, inopinadas, e as árvores, demonstrando a sua imponência, penduleavam como nunca com brinquedos de luz por entre folhas que se permitiam cair em deambulações. Enquanto isto, o céu do Alvão dava-me a entender um breve encontro, até porque a noite sorria a dois passos, trazendo pela mão silhuetas já minhas conhecidas em escaladas para outras imaginações. Não p

Um vinho de se lhe tirar o chapéu

Benditas aduelas Na Consoada bebi um vinho esplêndido em casa do meu cunhado. Vinho de uma pipa encontrada num cardenho esbarrondado e ensilveirado do Rio Torto. O vinho da pipa estava quase no fundo, mas as borras do bom vinho do Porto são milagrosas. A pipa encheram-na com vinho novo e, passado um ano, deu esta maravilha (...) António Cabral Uvas do vale do rio Torto, afluente do rio Douro, na sua margem sul, bem próximo do Pinhão - coração do Douro. Quando cheias chegam as dornas, os sentires afloram pelos mais distintos comentários: - Este sim! - Cheira-se-lhe a alma! - Boa pomada há-de dar, digo-vos eu! Ali permaneceu a pipa, por muitos anos, no canto da antiga adega. Esgotou-se no tempo, definhando-se o vinho na quantidade, encorpando-se e enaltecendo-se, contudo, de sabores cada vez mais intensos. Humilhada no desprezo a que foi votada, a pipa desembebedada deixou vencer-se pela idade e esbarrondou-se. Mesmo assim, ali se ficou a borra velha, encantada, pr

Encontro no Farol XVI

Finalmente, um beijo! Mortificada pelas agruras da vida e pelo cansaço dos anos, apoiada na bengala, curvada pelo sofrimento, aquela velhinha consegue manter uma réstia de felicidade luminosa no seu rosto. Sentada num dos bancos da frente da igreja, alta e espaçosa, maior que a igreja da sua aldeia, espera a sua vez para a confissão.

Encontro no Farol XV

A luz do farol Parece que o mundo tem, inevitavelmente, uma apetência desencorajadora do que é contrário ao sincero e à sua normalidade e que, o aspecto diplomático, fazendo já parte de um processo, como que natural, serve de coluna vertebral e como suporte para a maioria das decisões determinantes dos caminhos universais do ser humano. 

Encontro no Farol XIV

A procissão como pretexto O Manel e aqueles três, lá vão cambaleados, já noite. A procissão continua a ser o pretexto para os desabafos que o vinho origina. Anestesiados, perdem a noção do tempo que passa. Esquecem-se mesmo do tema que discutiram horas a fio. Esgotam-se no choro inebriado desta noite estrelada de fim de Agosto e lamentam-se dos obstáculos da vida. Apesar destes obstáculos, e dos culturais, um raio de luz orientador surge sempre, independentemente das convicções e conceitos religiosos em que cada indivíduo se situa.

Encontro no Farol XIII

O Manel da Quinta O Manel da Quinta, caneca na mão, desunha-se em berros entre a porta e a rua, gritando, espumado:  — Não ajudo ao andor se o raio do padre não passar a procissão pela minha rua. Nem eu nem os rapazes que tenho lá em casa. 

Encontro no Farol XII

O trajecto da procissão Os Verões são motivo de esperança para esta gente. Este ano, o padre novo traz consigo ideias também novas. A procissão da festa em honra de Nossa Senhora das Graças que se realiza todos os anos no segundo Domingo do mês de Setembro percorrerá agora uma grande parte das ruas, ao contrário dos anos anteriores em que se ficava pelo adro da igreja.

Encontro no Farol XI

Luísa, enérgica como sempre A hora da refeição aproxima-se e há que escolher o sítio mais escondido do sol abrasador. A sesta é inevitável. No mesmo banco em que se comeram as batatas regadas em bom azeite, pende-se agora a cabeça sobre o peito, reforçando a papada.

Encontro no Farol X

Ritual diário A manhã está a meio e o calor já aperta. As bestas, não lhes basta o carrego em cima, têm que aguentar ainda com as moscas, atraídas pelo encodeado nas virilhas dos animais. Servem-lhes de sossego o ramo de giestas que o moço, descalço, vergasta sem parar. Seguindo o percurso inverso da madrugada, o ritual diário continua, perdura no tempo, trespassando, com os mesmos métodos, diferentes gerações.

Encontro no Farol IX

A mina do olmo O Ti João continuava dizendo que a mina existe ali, já há muitos anos, e nunca falhara com a água. A mina do olmo é a grande fonte da terra. Bebe-se dela, dá-se aos animais e regam-se as novidades. Estas palavras são ditas e reditas desde sempre. Servem como farol incitador de coragem e indicador de caminhos trilhados pelos sulcos, veios de transmissão do suor e transportadores de alimento. Os sulcos, apesar de suavizados pelas melhores intenções, actuam como se de placas tectónicas se tratassem, adormecidas às vezes, e por longos períodos de tempo, mas com uma grande capacidade de despertarem nos momentos menos esperados. Encontro no Farol X - Ritual diário