… acima da linha do horizonte
Dei conta que o lugar onde me encontrava permanecia do outro lado do caminho, em traços esbatidos por ângulos de subtis inclinações. Aproximei-me às ondulações multiversais, impondo-me a hipóteses que justificariam o absurdo como se este fosse facilmente descortinável. Inquieto, humildei-me na contemplação, vislumbrando um tempo que era o mesmo, mas transformado. A partir desse momento, os esquemas que fui esboçando iniciaram um período de recomendações e, desse modo, absorvi, tanto quanto pude, sonhos de esponjas, como sempre os ouvira na infância. As comunicações entreolharam-se descentralizadas, inopinadas, e as árvores, demonstrando a sua imponência, penduleavam como nunca com brinquedos de luz por entre folhas que se permitiam cair em deambulações. Enquanto isto, o céu do Alvão dava-me a entender um breve encontro, até porque a noite sorria a dois passos, trazendo pela mão silhuetas já minhas conhecidas em escaladas para outras imaginações. Não perdi tempo. Concentrei-me e foquei um ponto acima da linha do horizonte, onde, entretanto, um olhar se intrometeu, felizmente amistoso. Não tenho a certeza se estabeleci simetria à mesma amizade, mas fiz o meu esforço, disso não duvido. Continuo, no entanto, com a dificuldade em crer que sobreviva uma comunidade de chimpanzés na serra do Alvão!
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