Pelos montes do Alvão, o Sérgio e seu filho JoãoNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Pelos montes do Alvão, o Sérgio e seu filho João

Sérgio e João, pastores de Varzigueto, Mondim de Basto


A pastorícia é uma profissão que exige uma dedicação completa, diária, presa aos animais, mas ao mesmo tempo propiciadora de uma certa liberdade, na medida em que o pastor percorre livremente os caminhos da serra, normalmente em belíssimos ambientes da natureza.
A propósito, Jorge Lage conta-nos em artigo publicado recentemente neste blogue “Os pastores” que uma das condicionantes dos que apascentam os seus animais são os caminhos e as rotas a seguir em função das rotas trilhadas por outros pastores. Ou seja, quando na mesma área existiam vários pastores, como acontecia antigamente nas serras em volta de Mirandela, conta Jorge Lage que, muitas vezes, o gado que saiu à frente e tomou certa direção obrigava o seguinte a rumar noutra direção, mesmo que a intenção fosse a mesma do primeiro.
“Gados a andarem próximos uns dos outros não era aconselhado.”
No entanto, a vida dos pastores, ou pastoras que as há também, só eles e elas saberão descrever melhor essas vidas com os animais.

João e Sérgio

No verão de 2013, fomos, um pequeno grupo de amigos, visitar uma das partes lindíssimas da serra do Alvão, concretamente nas margens do rio Olo, numa zona entre as aldeias do Barreiro, Varzigueto e Açureira. Encontrámos nessa visita um dos dois pastores de Varzigueto, o Sérgio mais seu filho João, parecendo este já nessa altura ter queda e vontade para a profissão de pastor. Tal como o pai, o João foi muito comunicativo e alegre na conversa que manteve com o grupo. 
A razão que me levou a escrever este artigo, tal como outros cujas ligações apresento em baixo, foi a admiração por nós sentida junto dos dois que connosco merendaram e conversaram alegremente, falando sobretudo das suas cabras e ovelhas e assuntos relacionados com a vida de pastor.
Nunca mais vi o Sérgio e o seu filho João, passando entretanto até hoje sete anos desde aquele agradável encontro. Há dias fiquei surpreendido quando os vi de novo, agora na televisão! Uma peça televisiva apresentava o João, como exemplo daqueles jovens que seguem a profissão de pastor. O João completou o 12º ano, e agora com vinte anos decidiu abraçar por conta própria o trabalho de apascentador, com um rebanho de setenta e tal ovelhas e cabras que, naturalmente com a ajuda do pai e da mãe, adquiriu a um familiar também pastor.
Parabéns ao João e ao seu pai, o Sérgio, pastor de Varzigueto!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Encontro com Delfim da Silva Monteiro, nas Paredes

Número de telefone para contactar o Sr. Delfim: 969179420 No lugar das Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, o encontro espontâneo com Delfim da Silva Monteiro que, em tempos, me contou a lenda de Nossa Senhora das Candeias. Neste vídeo, em linguagem simples, muito expressiva, refere as curas que consegue a quem o procura, através da invocação de Nossa Senhora da Saúde!

Lenda da Nossa Senhora das Candeias

Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão Numa bela noite, 2 de fevereiro, ia um caminheiro com os seus dois cavalos carregados, que ficaram atolados naquele histórico atoleiro. Era homem de boas ideias. Pediu à Senhora das Candeias, foi ouvido e Nossa Senhora apareceu com uma candeia na mão; alumiou-o e seus cavalos desenterrou, acompanhando-o à povoação (Paredes). - Está visto que o homem tinha bom coração; diz o contador desta história - Delfim da Silva Monteiro - natural e residente naquele lugar. Era uma noite rigorosa com muita chuva e neve que apanhou desprevenido o almocreve. Nossa Senhora a esse homem disse que nada dissesse, mas ele não pôde resistir ao que viu. Foi um Milagre!  Cheio de alegria no seu coração, logo transmitiu e espalhou pela povoação. Toda a gente correu para as fragas daquele lugar, hoje conhecidas por Fragas de Nossa Senhora das Candeias, lindo lugar, digno de se visitar! - Desde esse tempo, a Senhora das Candeias das Paredes foi sem

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco» Enviado por Jorge Lage (…) Foguetes em S. Gonçalo Há festa na beira-mar! As velhas cantam de galo… Nunca é tarde p’ra casar! (…) S. Gonçalo, meu Santinho, Como tu não há nenhum! Arranja-me um maridinho Para quebrar o jejum… (…) Meu santinho, desespero, Repara na minha idade! Por favor, eu também quero O que quer a mocidade (Amadeu de Sousa – poeta popular) (…) S. Gonçalo de Amarante, Casamenteiro das velhas, Por que não casais as novas? Que mal vos fizeram elas? (…) Hás-de saltar as fogueiras À noite no arraial, Dançar com velhas gaiteiras Uma dança divinal. (João Gaspar) Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco», de Amaro Neves e outros. As festas e romarias fazem parte das festas cíclicas anuais e são precisas para a alma do povo como de pão para a boca. O povo tem remédio para tudo na Bíblia e nas tradições e saberes orais. Há santos, rezas, mezinhas e produtos do campo para tod