Em panelas de barro de Bisalhães
Na sequência do artigo anterior “A cereja em cima do bolo”, se a leitora ou leitor estiver voltado(a) para coisas relativamente simples, irá verificar que a cereja nem sempre será necessária; poderá sim comê-la diretamente da árvore se a frescura do dia o permitir.
Numa panela de barro de Bisalhães, deixe cair um fio de azeite e junte-lhe três dentes de alho, levemente esmagados. Coloque em lume brando. Depois de estalado o alho, acrescente uma porção de arroz que achar conveniente. Envolva tudo muito bem com uma colher de pau. Entretanto, deverá ter um recipiente de água a ferver na quantidade certa para o arroz que utilizou. Fogo no máximo, mas cuidado, não vá o arroz queimar-se. Quando a água estiver quase consumida pelos grãos de arroz, junte por cima deste finas lascas de queijo forte como o dos Açores, cobrindo toda a superfície. Fogo no mínimo, agora. Logo que a água desapareça, desligue o lume. Deixe descansar o arroz para libertar o vapor. Após este descanso, a panela de barro com o arroz deverá permanecer em forno bem quente, uns quinze minutos.
Ao mesmo tempo que coze o arroz, aproveite o tempo. Em outra panela de Bisalhães, deite um novo fio de azeite e coloque ao lume. Junte-lhe pequenos pedaços de presunto com o respetivo courato e, com o mesmo tamanho, pedaços de chouriço, preferencialmente picante. Deixe fritar um pouco. Junte-lhe feijão preto previamente cozido. Resta agora que se apure durante o mesmo tempo em que o arroz permanece no forno. Sirva o feijão e o arroz com um vinho da região do Douro. Já no prato, o arroz deve "cortar-se" para que se espalhe, perdendo um pouco do seu calor, misturando-se com o queijo, de modo a sobressaírem aromas e sabor.
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