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O largo do sr. Albertim (II)

Vista para o centro de S. Lourenço, da Igreja
Expressamos, em primeiro lugar, neste segundo artigo acerca do largo onde a vida de S. Lourenço se concentrava, a satisfação do autor em verificar as reações dos laurentinos inseridas no Facebook, a propósito do largo do sr. Albertim, demonstrando interesse e gosto com palavras sugestivas. Por entre os vários comentários, alguém reparou que faltava uma palavra sobre o sr. Albertim. Deste modo, tomamos a liberdade de transcrevê-la com um agradecimento pessoal. Cito, assim, Manuela Silva:
“Falta uma palavra sobre o Senhor Albertim ... Quando, no primeiro dia de férias lá chegava, havia sempre um sorriso rasgado e uns rebuçadinhos. Os rebuçadinhos adoçavam a boca e o sorriso, a alma...”
Mas outros comentários foram igualmente interessantes, contendo alguns deles referências a outras lembranças, como por exemplo a biblioteca itinerante mencionada pelo Altino Pereira, a residir atualmente no centro de Paris.
De facto, mais ou menos uma vez por mês, em data antecipadamente indicada, a carrinha da biblioteca estacionava no centro de S. Lourenço, neste caso, no largo contíguo ao do sr. Albertim, isto é, no largo do sr. Albino Escaleira Ribeiro, que foi, nesse tempo mais antigo, presidente da Junta de Freguesia de S. Lourenço e também proprietário de um estabelecimento comercial situado naquele largo onde crianças, adolescentes e adultos aguardavam pacientemente para procederem à troca dos livros que tinham escolhido no mês anterior. Este serviço designado por Serviço de Bibliotecas Itinerantes foi criado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1958 e era prestado gratuitamente às populações.
Carrinha do Serviço de Bibliotecas Itinerantes
da Fundação Calouste Gulbenkian
A carrinha, modelo Citroen HY, como todas as outras espalhadas pelo país, era apropriada para o efeito: espaço interior com estantes repletas de livros, tudo muito bem organizado, duas portas de acesso na traseira e uma lateral do lado direito. Os utentes entravam, entregavam os livros ao mesmo tempo que eram conferidos, escolhiam outros fazendo-se uma relação para cada leitor e até ao próximo mês com novas leituras.
Mas a S. Lourenço outras literaturas chegavam. O jornal, com um ou dois dias de atraso, vinha juntamente com o correio – apenas um exemplar devidamente embrulhado e destinado à sra. D. Petronila Sarmento, conhecida por D. Peli, professora aposentada do ensino primário. Posteriormente, três unidades do jornal “O Comércio do Porto” eram subscritas pelo sr. Albertim Vilela que disponibilizava aos clientes para leitura gratuita.

O largo do sr. Albertim (III)

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