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Queijatas, ou rua das Queijatas

Rua das Queijatas,
em S. Lourenço de Ribapinhão!


Recordar-se-ão os habitantes seniores de S. Lourenço de Ribapinhão que a rua das Queijatas, noutros tempos, era simplesmente conhecida por Queijatas.
– Vamos às Queijatas – dizia-se.
Não se sabe a origem desta designação para o lugar, que agora, no tempo atual, tem como nome rua das Queijatas, situando-se o seu início a dois passos da Igreja Matriz de S. Lourenço, e o seu términus já no começo da descida para o lugar das Poldras, no rio Pinhão, caminho antigo que nos leva a Vilar de Maçada. Desta agora vila do concelho de Alijó, e por esse caminho no verão, chegava, transportado por um burrico, o pão trigo de quatro cantos a distribuir pelas mercearias de S. Lourenço.



Queijatas: que significado para esta palavra que não existe no dicionário?
A palavra mais parecida será “queijadas”, o mesmo que pequenos bolos feitos de queijo, ovos, farinha e açúcar.
Desta maneira, a não ser que alguém conheça a origem da palavra “Queijatas”, resta-nos a sensação misteriosa, não apenas do vocábulo, mas também do lugar. Um lugar aprazível, airoso e muito tranquilo! De lá se observam lindas paisagens para outros lugares da aldeia maravilhosa!
Apesar dessa tranquilidade, diz-se que, antigamente, a melhor festa de S. João, em S. Lourenço, era a das Queijatas. Nas noites de 23 para 24 de junho, bailaricos ocorriam naquela rua, na sua parte mais estreita, parte essa que tomo a liberdade de chamar-lhe centro histórico das Queijatas.
Alguém me contou que pelos anos de 1950/1960, esses bailaricos, muito participados por adolescentes e pelas suas mães, eram realizados espontaneamente ao som da guitarra do saudoso sr. Sebastião Teixeira e da sua própria voz, com versos muitas vezes improvisados.



Contudo, nesse tempo, sendo festas de S. João, o mais entusiasmante eram as pequenas fogueiras que pela rua estreita se acendiam, juntando-se-lhes rosmaninho e bela-luz, plantas que exalam perfumes especiais. E todos saltavam sobre as fogueiras, e todos se divertiam.
Luís da Cruz, Maria Emília da Régua, Maria Pimenta, Maria Fraga, Aníbal Pimenta, Adelaide Conde, e outros, todos moradores daquele lugar, terão participado em alegrias que nas Queijatas aconteciam.
Expresso um agradecimento especial a alguns conterrâneos que, por mero acaso, encontrei pessoalmente na Festa Anual a Santa Bárbara, em S. Lourenço de Ribapinhão, no dia 18 de setembro deste ano de 2022.
Deles recebi simpáticas saudações, como por exemplo do Manuel, filho do Sr. Salvador, que por sua vez me transmitiu as mesmas saudações de seu filho Tó Mané Ribeiro. Na sua curiosidade vai visualizando artigos e vídeos com referências a S. Lourenço, tendo-se-me já dirigido, entretanto, com muita simpatia através de mensagem que inscreveu no canal NetBila do YouTube. Também a Manuela Fonseca, habitando em Souto Maior, é, no entanto, uma autêntica conterrânea fortemente apegada à sua terra – S. Lourenço –, transmitindo-me a sua enorme satisfação e até alguma comoção por observar em vídeo partes da rua das Queijatas, ao mesto tempo ouvindo, no mesmo vídeo, o nome de uma das suas familiares mais próximas, que por lá, nas Queijatas, viveu também.
Tive o gosto de conversar um pouco com a sra. Natividade, filha do saudoso sr. Benjamim Pereira. Gostou muito, disse-me. Mas, com muita simpatia, fez-me o reparo de não ter mencionado nenhum dos seus familiares. Aqui ficam expressos alguns:
Sra. Natividade, irmã do sr, Jacinto, do Valdemar, da sra. Piedade – esposa do sr. Jessé -, da sra. Etelvina Fraga, da sra. Otília e da sra. Guiomar que residia no Brasil. Também um dos filhos da sra. Natividade terá mostrado a sua mãe o vídeo das Queijatas.
Aliás, com outro familiar da sra. Natividade conversei naquele mesmo dia de festa – o Altino Pereira – seu sobrinho, residente há mais de 40 anos no centro de Paris, com quem contacto de vez em quando através da rede social Facebook.

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