Santa Bárbara: da entrada da mina ao pequeno santuário
Eduardo Vilela foi trabalhador da Companhia Mineira do Norte de Portugal, concretamente no lugar de exploração mineira do Vale das Gatas, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão. Desempenhou trabalhos como guincheiro, mineiro e motorista de pesados.
Segundo o Eduardo, uma imagem de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, foi mandada colocar à entrada da mina B, naquele lugar de exploração de volfrâmio, pelo então administrador da concessão mineira, o alemão Kurt Dithmer, que teria uma relação muito próxima com os trabalhadores, sendo ele mesmo por diversas vezes quem contratava ou pelo menos apalavrava com alguns adolescentes e jovens que por ali vagueavam.
A imagem de Santa Bárbara deu assim origem a que, anualmente, no dia 4 de dezembro, se honrasse a Santa com Celebração Eucarística em frente à mina, seguida evidentemente dos festejos habituais de outras aldeias e lugares que um grupo de trabalhadores e habitantes do Vale das Gatas organizava, com o auxílio de uma coleta realizada por toda a freguesia de S. Lourenço.
Após o fim da exploração mineira, a imagem de Santa Bárbara por lá se manteve no mesmo sítio durante vários anos, entendendo-se mais tarde que deveria recolher-se para local mais seguro, pois a azáfama com a entrada e saída dos mineiros e o movimento das vagonetas deixou de existir. Continuando a realizar-se a festa anual, a imagem foi acolhida pelo Eduardo Vilela em sua casa, saindo todos os anos para fazer parte da procissão, até que um dia, com a ajuda das sobras das coletas de vários anos e da Junta de Freguesia de S. Lourenço, foi mandado erigir um pequeno santuário no centro do Vale das Gatas, onde Santa Bárbara continua a ser venerada!
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