Um espaço amplo servia de refeitório no Vale das Gatas
O Vale das Gatas, lugar da freguesia de S. Lourenço de
Ribapinhão onde se explorou durante largos anos o volfrâmio, foi o tema de
conversa com o Eduardo Vilela, em 9 de outubro de 2020, conversa que gravei em
vídeo, encontrando-se este disponível na ligação abaixo.
Contou-nos o
Eduardo, natural da Delgada, lugar da mesma freguesia, alguns pormenores
interessantes da vida de trabalho dos mineiros e outros trabalhadores e
trabalhadoras que faziam pela vida na exploração mineira do Vale das Gatas.
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Eduardo Vilela, junto ao antigo refeitório do Vale das Gatas |
Um
dos pormenores interessantes que relatou o Eduardo foi acerca do refeitório que
acabou por, mais tarde, ter funcionalidades diferentes daquela que certamente
levou à sua construção. Ali, num espaço enorme, eram realizados convívios e
bailaricos, principalmente aos domingos. Sessões de cinema ocorriam nesse grande
salão, que me lembre, aí pelo final dos anos sessenta do século XX, com projeções
de filmes clássicos, a preto e branco, evidentemente. As condições para a
projeção e a tecnologia usada eram relativamente precárias, mas mais que
suficientes para divertir toda a gente, adultos e crianças que não tinham acesso
a salas de cinema modernas.
Aquele espaço amplo, contudo, foi
idealizado para servir de refeitório aos trabalhadores mineiros que de outras
paragens acorriam ao Vale das Gatas. Em tempo de guerra, no auge da exploração
do volfrâmio, a maior parte desses trabalhadores vinham das suas terras, sem as famílias,
recorrendo assim às refeições servidas no refeitório, socorrendo-se também dos
dormitórios onde pernoitavam.
Lembra-nos o Eduardo que, em
determinada época, o minério era de tal modo procurado que três turnos de
trabalhadores asseguravam a sua extração em enormes quantidades.
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