Vinhos e GastronomiaNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Vinhos e Gastronomia

Vinhos e Gastronomia, por Academia Vinhos de Portugal


Harmonização de vinhos portugueses com gastronomia


Quando se trata de comida, alguns vinhos e países possuem casamentos tradicionais mantidos ao longo dos tempos – empanadas argentinas e churrasco com Malbec, paelha espanhola e tapas com Tempranillo, e até mesmo dolmas gregos e polvo grelhado servido com Assyrtiko. No entanto, para a maioria dos epicuristas, citar "comida portuguesa" provavelmente não evoca os pratos tradicionais de leitão Pata Negra assado (o porco preto, de cascos negros, que se alimenta de bolotas) e bacalhau, o bacalhau salgado amado nacionalmente supostamente preparado de mais de 1000 maneiras diferentes. Como a maioria não conhece estes pratos ou a sua qualidade intrínseca portuguesa, este país ibérico está em ligeira desvantagem epicurista, certo? Não, nem tanto assim…
A comida portuguesa é soberba e se se aventurar a vir a Portugal, assegure-se de que pára nos templos culinários de Lisboa tais como o venerável Restaurante Belcanto de José Avillez, Cantinho de Avillez (também de José Avillez, é claro), a celebrada Tasca da Esquina de Vitor Sobral e, ou, fazer uma reserva no Porto, no muito hip (e delicioso) restaurante Sessenta / Setenta que é supervisionado pelo talentoso Francisco Meirelles. Ou arranje uma mesa no eminente e clássico Fialho na cidade alentejana de Évora, que é também a casa da adorável e discreta Taberna. Quarta Feira. Como pode imaginar, a proeza culinária desses estabelecimentos faz um ótimo trabalho a mostrar os vinhos locais.


No entanto, a maioria de nós não viaja através de Portugal e portanto não é capaz de fazer estas ligações locais. Mas não tenha receio: não é obrigatória comida portuguesa para exibir os vinhos portugueses! Os vinhos portugueses possuem um equilíbrio e estrutura que os torna extremamente amigos da comida, possuindo também uma variedade de sabores deliciosamente únicos. Os enólogos portugueses têm uma inerente compreensão da maridagem entre vinho e comida e não têm cedido a modas modernas ou estilos que podem pontuar bem em publicações do sector mas que na mesa não correspondem às expectativas.
É comummente entendido que é a estrutura de um vinho que determina o emparelhamento de comida e vinho, mais do que as castas ou a geografia. Vinhos que têm uma acidez fresca, teor alcoólico moderado, uso criterioso de carvalho e taninos equilibrados (para os tintos) são os mais flexíveis à mesa e os vinhos portugueses decididamente possuem esses atributos. As uvas que são plantadas por todo o país dão origem a vinhos que exibem essas qualidades estruturais equilibradas: desde os brancos feitos a partir de Arinto, Alvarinho e Bical aos tintos feitos a partir de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Trincadeira.
Os perfis de sabor dos vinhos portugueses são únicos, o que não é surpreendente dada a realidade que as castas portuguesas não são muito vistas fora do seu país de origem. Como tal, elas são exóticas, misteriosas, deliciosas e saborosas, e combinam bem com a comida mais aventureira do sudeste asiático, Índia, América Latina e África do Norte, mas sendo ainda suficientemente acessíveis para emparelhar com uma comida europeia mais tradicional bem como com uma comida regional americana cada vez mais distintiva. É fácil combinar as uvas mais leves e aromáticas como Alvarinho e Loureiro com comida tailandesa, vietnamita e asiática em geral, enquanto os vinhos mais exóticos feitos de Antão Vaz, Encruzado e versões mais maduras de Bical emparelham bem com os alimentos mais condimentados do sul da Índia, Caraíbas e América Latina. Tintos com sabor cheio feitos de Aragonês e Trincadeira, como aqueles que se encontram no Alentejo, combinam muito bem com guisados ricos e estufados de praticamente qualquer lugar da Europa, enquanto os tintos ousados do Douro, feitos a partir de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca (entre outros) são tão sublimes com um bife grelhado ou costeleta de cordeiro como qualquer Cabernet Sauvignon de Napa Valley ou vinho tinto do Médoc.

Informação “Academia Vinhos de Portugal” Wines of Portugal

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Encontro com Delfim da Silva Monteiro, nas Paredes

Número de telefone para contactar o Sr. Delfim: 969179420 No lugar das Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, o encontro espontâneo com Delfim da Silva Monteiro que, em tempos, me contou a lenda de Nossa Senhora das Candeias. Neste vídeo, em linguagem simples, muito expressiva, refere as curas que consegue a quem o procura, através da invocação de Nossa Senhora da Saúde!

Lenda da Nossa Senhora das Candeias

Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão Numa bela noite, 2 de fevereiro, ia um caminheiro com os seus dois cavalos carregados, que ficaram atolados naquele histórico atoleiro. Era homem de boas ideias. Pediu à Senhora das Candeias, foi ouvido e Nossa Senhora apareceu com uma candeia na mão; alumiou-o e seus cavalos desenterrou, acompanhando-o à povoação (Paredes). - Está visto que o homem tinha bom coração; diz o contador desta história - Delfim da Silva Monteiro - natural e residente naquele lugar. Era uma noite rigorosa com muita chuva e neve que apanhou desprevenido o almocreve. Nossa Senhora a esse homem disse que nada dissesse, mas ele não pôde resistir ao que viu. Foi um Milagre!  Cheio de alegria no seu coração, logo transmitiu e espalhou pela povoação. Toda a gente correu para as fragas daquele lugar, hoje conhecidas por Fragas de Nossa Senhora das Candeias, lindo lugar, digno de se visitar! - Desde esse tempo, a Senhora das Candeias das Paredes foi sem

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco» Enviado por Jorge Lage (…) Foguetes em S. Gonçalo Há festa na beira-mar! As velhas cantam de galo… Nunca é tarde p’ra casar! (…) S. Gonçalo, meu Santinho, Como tu não há nenhum! Arranja-me um maridinho Para quebrar o jejum… (…) Meu santinho, desespero, Repara na minha idade! Por favor, eu também quero O que quer a mocidade (Amadeu de Sousa – poeta popular) (…) S. Gonçalo de Amarante, Casamenteiro das velhas, Por que não casais as novas? Que mal vos fizeram elas? (…) Hás-de saltar as fogueiras À noite no arraial, Dançar com velhas gaiteiras Uma dança divinal. (João Gaspar) Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco», de Amaro Neves e outros. As festas e romarias fazem parte das festas cíclicas anuais e são precisas para a alma do povo como de pão para a boca. O povo tem remédio para tudo na Bíblia e nas tradições e saberes orais. Há santos, rezas, mezinhas e produtos do campo para tod