Um dia, ou parte dele, pelo Douro
Um passeio pelo Douro é sempre um ótimo passeio, mesmo que descontraído e sem grandes expectativas no que diz respeito a visitas concretas a lugares, caves ou restaurantes. Um dia, ou parte dele, chega bem para percorrer este pedaço de Douro que vos indico, esplendorosa paisagem, natureza moldada pelo homem! Talvez mais prático para muitos, uma tarde é o espaço de tempo do dia que será capaz de preencher em pleno as necessidades de um certo bem-estar, na companhia de bons ares, complementados pela variedade de cores e de texturas que a zona envolvente ao rio Douro transpira nesta altura do ano. Vindimas feitas, sente-se muitas vezes o cheiro a mosto durante o percurso feito de automóvel.
Vila Real – saída para a Régua pela estrada de Santa Marta de Penaguião. Passando a Cumieira, a paisagem duriense desperta os sentidos e assim será até Sabrosa. Uma volta grande e indireta até chegar à terra de Fernão de Magalhães, mas vale a pena. Uma primeira paragem para observar do alto algumas raízes do cineasta Manoel de Oliveira – a aldeia da Veiga.
Santa Marta de Penaguião – à entrada desta vila e sede de concelho as boas vindas são dadas com gentileza pelo homem do Douro. Daí em diante, vinhas e mais vinhas, jardins das uvas agora colhidas... Outra paragem deve fazer-se na marginal da Régua com um passeio a pé pela margem do rio que segura o cais, ponto de movimentação turística que atrai vendedores de tudo. Até os famosos rebuçados da Régua ali chegaram vindos da estação de caminho de ferro, fazendo frente aos chapéus, necessários para um passeio de barco se o sol persistir. Já rio acima pela estrada marginal para o Pinhão, passada a barragem de Bagaúste, a água da albufeira espelha o contraste de outros tempos lembrando a rudeza e a força dos que transformaram esta paisagem e transportaram nas emblemáticas embarcações – os barcos rabelos –, o vinho fino para envelhecer nas caves de vinho do Porto, em Gaia.
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Pormenor de uma rua de Provesende |
A estrada paralela ao rio Douro que liga a Régua ao Pinhão é relativamente rápida e, por isso, é necessária precaução. Alguns pontos de paragem servem para contemplar de perto as quintas, as vinhas, a água e o movimento de barcos turísticos. Já no Pinhão, pare junto à estação de comboios. Nas suas paredes exteriores e interiores encontram-se vários painéis de azulejos recentemente recuperados. Observe a arte da azulejaria tradicional e ao mesmo tempo aproveite para, através das imagens executadas com o amarelo torrado e o azul cobalto, se inteirar dos usos e costumes da região demarcada mais antiga do mundo – o Douro Vinhateiro.
Siga para Sabrosa por uma estrada sinuosa, mas com uma paisagem também muito bonita! Faça algumas paragens e aprecie outras quintas como a Quinta do Noval. Passará muito perto de Provesende, uma aldeia recuperada com muitos motivos de interesse. Também Celeirós deveria visitar-se, mas a hora vai avançando. Até Vilarinho de S. Romão são dois passos e Sabrosa está logo ali.
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