Região do Alto Douro, Património Mundial
por Costa Pereira
À pendura fiz em meados de agosto uma agradável incursão por terras da região
duriense, onde ido dos lados de Amarante desci a Mesão Frio; e pela Rede e
Caldas de Aregos dei comigo no Peso da Régua. Vila desde 1837, a Régua foi
elevada a cidade em 1985, e nessa altura reconhecida também como Cidade
Internacional da Vinha e do Vinho. Situada na margem direita do Douro, esta
desenvolvida cidade do distrito de Vila Real é hoje um dos polos de atração
turística mais importantes da região em que está integrada.
Uma vez que a etapa a seguir tinha por fim chegar a Armamar, a decisão foi
deixar a Régua e da outra banda do rio tomar a encantadora estrada que
marginando o Douro aponta em direção ao Pinhão, para no primeiro desvio com a
indicação da capital da "maçã de montanha" chegar ao destino.
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Vista de Armamar para a Régua |
Vila e sede de concelho do distrito de Viseu, Armamar é o município com mais
quilómetros de fronteira com o leito do rio Douro. Além do vinho é também dos
maiores produtores nacionais de maçã e esta representa uma das mais
importantes fontes de rendimento da população local. O destino seguinte era
São João da Pesqueira. Pela estrada que passa pelo lugar da Carrasqueira, onde
se colhe uma encantadora panorâmica daquela zona vinhateira, desceu-se
novamente à beira rio. Para de novo junto ao rio continuar para montante até
que uma placa de sinalização apareça a indicar a "vila possuidora de um dos
mais antigos forais, concedido por Fernando, o Magno". Estrada fora, a placa
surge já perto do Pinhão; e Casais do Douro é a primeira aldeia que já na
estrada de São João da Pesqueira nos aparece. Ali tive pena de não ter podido
visitar o Eng. Arlindo Pinto e Cruz, um amigo de longa data, que em Mondim de
Basto deixou saudades. Mas em trabalho não se brinca e quem me conduzia leva
isso à risca.
Cerca das 12h30, uma boa hora para procurar almoço, estava a entrar no centro
da muito asseada e antiga vila São João da Pesqueira, que na região duriense
também faz parte do distrito de Viseu. Pena tive de não poder visitar o seu
famoso santuário de São Salvador do Mundo, situado a cerca de 5 km da vila, na
estrada que de São João da Pesqueira segue em direção à barragem do Cachão da
Valeira. Ao não fazê-lo, perdi a oportunidade de ver um dos mais belos
miradouros do Alto Douro, com vistas sedutoras sobre a zona da Valeira.
Missão cumprida, agora havia que pensar no regresso a casa. Retomando, em
sentido oposto, a mesma estrada de Casais do Douro, mais uma vez desci ao vale
para ali, e já nas proximidades da foz do rio Torto, pela ponte de ferro sobre
o rio Douro deixar terras da Beira Alta e pela vila do Pinhão entrar em
Trás-os-Montes (Vila Real).
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Pinhão |
O Pinhão é uma povoação atravessada pelo rio que lhe dá o nome e que na margem
direita do Douro tem a sua foz. O mesmo rio que reparte a ribeirinha
localidade por dois concelhos: Alijó, da margem esquerda, e Sabrosa, da margem
direita. O objetivo desta etapa era visitar a Zona Industrial de Constantim, e
de não demorar demasiado tempo na viagem, dado os dias em agosto já serem mais
curtos e o percurso da jornada ainda longo. Vencida ali a tortuosa ladeira
norte do rio Douro, deu tempo ainda para tomar um cafezinho na terra de Miguel
Torga, S. Martinho de Anta, antes de chegar a Constantim. Aqui, após missão
cumprida, foi o regresso a terras do Lis com um passeio indescritível feito
pela região onde se produz o famoso vinho que com o nome de "O Porto" é
comercializado, a região do Douro, Património Mundial!
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