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Do Rio Douro ao Planalto

Do rio Douro à Alijó
Régua, Pinhão, Favaios, Alijó


É na vasta região demarcada do Douro que se produz o famoso vinho do Porto, assim conhecido nos quatro cantos do mundo. É do Porto porque daí parte após o seu envelhecimento, mas as suas raízes são do Douro, do Alto Douro Vinhateiro.

Estrada Régua Pinhão. Em segundo plano, a aldeia de Covelinhas.

Este precioso néctar – o vinho tratado ou vinho fino – e os vinhos de mesa, apreciados e reconhecidos internacionalmente com inúmeros prémios, constituem hoje o principal setor económico da região. O grande investimento humano na transformação da paisagem do vale do Douro e das suas encostas até aos planaltos circundantes deram origem àquela que é a mais antiga região demarcada, com uma paisagem deslumbrante, jardim verde, de tonalidades exuberantes e espontaneidade artística, e alterações constantes implementadas pelas estações do ano em conjugação com as diversas fases de crescimento das folhas e uvas.
Aqui se fixaram as populações desde a longínqua ocupação romana, delineando a História, à volta do trabalho agrícola incessante, sobretudo na cultura da vinha e produção de vinho.
Da margem sul do rio Douro, por exemplo da região de Lamego, logo se avistam para norte os montes mais próximos, suaves montes a construírem uma linha de ondulância no horizonte, encostas num sem fim de vinhedos até às águas do rio.
A ponte antiga com arcos de ferro, construída em 1872 para substituição das barcaças usadas antes dessa data, que transportavam passageiros e bens entre as duas margens foi agora restaurada e recuperada como ponte pedonal. Um ponto importante a visitar para quem chegar em passeio à Régua. De lá se aprecia de perto e do alto, o rio Douro e as suas margens, assim como uma bela panorâmica da cidade da Régua.

Estrada do Pinhão para Alijó. Vista parcial da quinta do Noval.

A ponte de pedra, concluída em 1933, fazia parte de um projeto para levar o Caminho de Ferro a Lamego. Assim não aconteceu, sendo adaptada a rodovia em 1947.
A montante da Régua, a uma distância curta, encontra-se a Barragem de Bagaúste, finalizada em 1973, uma das barragens a produzirem energia, que moldam o rio e permitem a sua navegabilidade. Da Régua ao Pinhão, a estrada é paralela ao rio e a paisagem é digna de observação, não havendo lugar a distrações se estiver ao comando do automóvel. Até ao Pinhão circula pela margem esquerda do rio. Encontra-se a foz do rio Távora que percorre 54 quilómetros, desde Trancoso até ao lugar de Espinho, concelho de Tabuaço.
Avista-se agora a Quinta das Carvalhas, na imponência de um monte que domina da margem sul o Pinhão. Já por ali subiram nas suas encostas, em tempos, os bólides do Rally de Portugal. Na outra margem, o comboio acompanha o rio numa paisagem de sonho. Lá está o Pinhão, um dos principais centros da região do Alto Douro. Aí chegou o primeiro comboio em 1 de junho de 1880. A estação do Caminho de Ferro com os seus 24 painéis de azulejos a representarem a paisagem e costumes dos durienses é o ex-libris desta localidade.
Do Pinhão, inicia-se o caminho para os planaltos do Moscatel – Favaios e Alijó. Para além dos vinhos do Porto e de mesa, aqui se produzem o vinho espumante e o Moscatel.

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