Ecomuseu de Barroso - Espaço padre Fontes, em Montalegre
Ao acaso, alguns ensinamentos sobre aspetos da cultura tradicional da região
do Barroso, Trás-os-Montes
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Ecomuseu de Barroso - Espaço padre Fontes, Montalegre |
No Entrudo vale tudo
Em Montalegre é dado o nome de "Serrada da Velha" ao Entrudo
Entrudo
Os velhos diziam que neste dia não se podia comer caldo, porque, caso contrário, suava o cu todo o ano. Em algumas localidades dizia-se também que os mosquitos não largariam quem comesse caldo nesta altura.
São curiosas algumas designações locais relacionadas com o Entrudo: o 19º dia antes do Entrudo (Quinta-feira magra) chama-se Quinta-feira dos Compadres; a Quinta-feira Gorda é denominada pelos Barrosões de Quinta-feira das Comadres. Ambos são ocasião de festejo. Na Quinta-feira Gorda era uso levar-se leitões, porcos e broa aos santos, para invocar a sua protecção.
Em algumas aldeias do concelho de Montalegre é dado o nome de "serrada da velha" ao Entrudo. Esta realiza-se na 4ª Quarta-feira do mês de Fevereiro e a rapaziada da aldeia costumava envergar ao pescoço chocalhos de vacas (geralmente chocalhos bastante grandes). Andavam então pela aldeia a "serrar" (provocar com palavras e barulho).
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Vista para o castelo de Montalegre |
Almoço de Quaresma (jejum)
Na época quaresmal a dieta mudava, devido aos preceitos da religião cristã: a antecipação da morte de Cristo era recriada através do sacrifício do corpo. Esta é a base do jejum e da abstinência (aplicável a quem tivesse entre 7 e 60 anos), que em tempos recuados se iniciou com a abstenção de consumo de carne por ser o alimento mais caro e prezado devido às propriedades energéticas e de sabor. Também no Barroso se abstinha de comer carne quem podia consumi-la, uma vez que apenas os mais abastados a tinham à disposição frequentemente.
Páscoa
Após o acompanhamento simbólico com a alimentação regrada da Paixão e da morte de Cristo na Quaresma no dia de Páscoa a abundância manifesta a alegria com a Ressurreição. Neste dia consumia-se muita carne, com relevância dada à de carneiro ou anho, pela identificação com a do animal que representa o sacrifício de Cristo pela Humanidade. Na altura em que o compasso pascal chega a cada casa é oferecida a mesa, ou seja, as iguarias confeccionadas para esta época: aletria, rabanadas, pão-de-ló, vinho e jeropiga.
Informação recolhida no Ecomuseu de Barroso
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