O Douro inspirou poetas como António Cabral e Miguel Torga
São costumes perfeitamente marcados no quotidiano das gentes do Douro que ao longo dos séculos se têm mantido em tudo que envolve a cultura do vinho, principalmente, mas também outras culturas que completam a agricultura duriense. Envolvendo os solares, as quintas, os miradouros, a monocromia do verde das paisagens contrapõe-se às cores berrantes dos vinhedos, no outono. O património, nas suas diversas vertentes, não somente o Vale do Côa, mas igualmente a Capela de S. Pedro de Balsemão do século VII, as ruínas de Panóias em Vila Real, os castelos como o de Numão, Marialva, Penedono e os palácios como o de Mateus, a três quilómetros da cidade de Vila Real, são sinais importantes de interesse cultural para todos os que visitam o Douro.
De diferentes perspetivas e por vários meios, o Douro pode contemplar-se de uma varanda de uma casa brasonada, de um barco de cruzeiro, de comboio, de um hotel, pousada ou casa de turismo rural, ou ainda do automóvel que nos transporta a inúmeros lugares. O rio Douro, visto do alto de um monte ou de um geio, inspirou poetas como António Cabral e Miguel Torga. O primeiro expressando a força, a tenacidade, o suor do homem duriense vertido nas pedras de xisto que fazem as escadarias dos vinhedos; o segundo expressando o efeito de todo aquele esforço – a beleza e a sublimidade do Douro.
Sobretudo nos últimos três séculos, a região vinhateira do Alto Douro foi sendo construída, moldada, "pintada" por sucessivas gerações de agricultores que sempre aqui permaneceram. O vinho fino ou vinho tratado, designado comercialmente como vinho do Porto, é talvez o fruto maior de todo este trabalho.
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