Reuniões no Café CentralNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

Reuniões no Café Central

Plano de trabalho

Sobre a ideia de engendrarem um bom investimento para as caganitas, foi feita a primeira abordagem de Chixe ao seu amigo Nanixe. Chixe deu-se por bem satisfeito, pois conseguiu, como tinha previsto, convencer o seu estimado amigo a acompanhá-lo nas intenções. 
Claro que Chixe já tinha na cabeça o projeto mais ou menos delineado, mas guardando para si alguns segredos. Tinha de ser cauteloso, principalmente com alguns finórios lá da aldeia que têm a mania das espertezas. Mas também com o Nanixe, pois receava que a complexidade do empreendimento assustasse de alguma maneira o camarada. 
O próximo passo seria agendar novas reuniões entre os dois, e o Café Central, estava visto, seria o local ideal desde que o dono da casa, o Martinho, os aturasse a partir da meia-noite, aí até lá para as duas ou três da matina, mantendo-se deste modo o recato necessário.  
Mal se encontraram os dois na rua, conversando sobre o assunto, não foi difícil ao Nanixe concordar de imediato com o agendamento das reuniões, sendo ele próprio quem decidiu por dia sim dia não, para essas ditas reuniões, servindo os dias do não para refletirem sobre alguns obstáculos que, entretanto, poderiam surgir.
Nanixe sentiu-se satisfeito e até honrado, pois o chefe, que é o dono do rebanho, mostrou-se entusiasmado com o seu ar desembaraçado. Restava agora o aviso ao dono do café, mas tinha de ser à socapa, prevenindo-o para que a sua patroa não desse com a língua nos dentes. E, além disso, que não deixasse esgotar a broa, os chouriços e as azeitonas. E o vinho sempre a estalar.
E ficariam as coisas encaminhadas, e aos poucos, com persistência e inteligência, tudo se resolveria.

Atitudes responsáveis de Chixe e Nanixe

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco» Enviado por Jorge Lage (…) Foguetes em S. Gonçalo Há festa na beira-mar! As velhas cantam de galo… Nunca é tarde p’ra casar! (…) S. Gonçalo, meu Santinho, Como tu não há nenhum! Arranja-me um maridinho Para quebrar o jejum… (…) Meu santinho, desespero, Repara na minha idade! Por favor, eu também quero O que quer a mocidade (Amadeu de Sousa – poeta popular) (…) S. Gonçalo de Amarante, Casamenteiro das velhas, Por que não casais as novas? Que mal vos fizeram elas? (…) Hás-de saltar as fogueiras À noite no arraial, Dançar com velhas gaiteiras Uma dança divinal. (João Gaspar) Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco», de Amaro Neves e outros. As festas e romarias fazem parte das festas cíclicas anuais e são precisas para a alma do povo como de pão para a boca. O povo tem remédio para tudo na Bíblia e nas tradições e saberes orais. Há santos, rezas, mezinhas e produtos do campo para tod

Lenda da Nossa Senhora das Candeias

Paredes, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão Numa bela noite, 2 de fevereiro, ia um caminheiro com os seus dois cavalos carregados, que ficaram atolados naquele histórico atoleiro. Era homem de boas ideias. Pediu à Senhora das Candeias, foi ouvido e Nossa Senhora apareceu com uma candeia na mão; alumiou-o e seus cavalos desenterrou, acompanhando-o à povoação (Paredes). - Está visto que o homem tinha bom coração; diz o contador desta história - Delfim da Silva Monteiro - natural e residente naquele lugar. Era uma noite rigorosa com muita chuva e neve que apanhou desprevenido o almocreve. Nossa Senhora a esse homem disse que nada dissesse, mas ele não pôde resistir ao que viu. Foi um Milagre!  Cheio de alegria no seu coração, logo transmitiu e espalhou pela povoação. Toda a gente correu para as fragas daquele lugar, hoje conhecidas por Fragas de Nossa Senhora das Candeias, lindo lugar, digno de se visitar! - Desde esse tempo, a Senhora das Candeias das Paredes foi sem

Vinho fino, tratado ou vinho do Porto

Sobre o vinho do Porto, o vinho mais famoso de Portugal Sobre o vinho do Porto, o vinho mais famoso de Portugal, parece-me existir desde sempre, por parte dos agricultores mais modestos, talvez, e daqueles que gostam de defender as raízes culturais da região do Alto Douro, uma certa contrariedade no que respeita à designação do vinho generoso que se produz, de facto, na região vinhateira do Alto Douro.  A maior parte do vinho colhido no Douro é verdadeiramente envelhecido nas caves de Vila Nova de Gaia, junto ao Porto, sendo aproveitado o nome desta cidade para referir o tão famoso vinho. Razões haverá, além das que se mostram evidentes, para a escolha da expressão “vinho do Porto”, que os historiadores conhecerão melhor do que ninguém, não se pretendendo de modo nenhum com este pequeno artigo dar ênfase a esta realidade, incongruente para alguns, normal para outros. Pinhão Vinho fino ou vinho tratado são as expressões que os mais tradicionalistas gostariam de associar ao vinho generos