A experiência da Sra. Maria Emília da Ribeira contada à revista "Visão"
Vem este escrito ao de cima, na sequência do artigo inserido neste blogue, em 13/10/2019, "Minas do Vale das Gatas" e da consulta a uma das publicações antigas da revista "Visão" – o número 202, datado de 30 de janeiro de 1997 – a propósito do tema da exploração do volfrâmio em Portugal. Alguns factos ali relatados baseiam-se em documentos pertencentes aos serviços secretos americanos, expressando de alguma forma a história das minas do Vale das Gatas e de outras existentes na região transmontana, pertencentes à Companhia Mineira Norte de Portugal, dirigida pelo alemão Kurt Dithmer.
O sr. Dithmer permaneceu naquele lugar durante muitos anos, tornando-se uma figura respeitada da terra, apesar da sua condição de patrão, dando emprego a muitos homens e mulheres, não só da freguesia e terras da região norte, como de aldeias do sul do Douro e também, durante um certo tempo, a uma boa centena de cabo-verdianos.
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Senhora Maria Emília da Ribeira Fotografia da revista "Visão" inserida na sua edição de 30 de janeiro de 1997 |
O que realço daquela publicação é a referência à saudosa e respeitada figura, sempre simpática, esposa do senhor Mateus da Ribeira – a senhora Maria Emília da Ribeira, de S. Lourenço –, assim conhecida de todos os laurentinos. A senhora Maria Emília foi, em dada altura, entrevistada pela mesma revista, publicando a sua fotografia e citando o seu relato e factos relacionados com os trabalhos e sacrifícios na exploração do volfrâmio que ela própria viveu e testemunhou, tendo ainda a oportunidade de transmitir ao jornalista as duas quadras a seguir:
Minha mãe vou pr'ó minério
Que lá anda boa gente
Ganha-se lá bom dinheiro
Mas o corpo é que se sente.
O dinheiro do minério
É dinheiro amargurado
Agarradinho ao martelo
Passo lá o meu triste fado.
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