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Adega Castanheira

Restaurante em Lamares

Apesar de visitar este restaurante algumas vezes, este pequeno texto refere apenas singelos pormenores de um almoço, em setembro de 2011, ainda essa casa daria os primeiros passos da sua existência.
A ementa não poderia ser melhor, principalmente para quem o trabalho exige força física. Nesse dia, o peixe e mesmo o bacalhau não imperavam.
Tripas, leitão assado, costeletas de vitela grelhadas!
A escolha torna-se difícil, mas com a simpática ajuda do dono do restaurante a opção vai para uma "vaquinha" de tripas e leitão, com acompanhamento de um bom vinho tinto da região. Da região de S. Lourenço, concretamente de Vilela, direi eu, mesmo ao lado da fonte de Vilela – a Fontela. Um conjunto de pequenas propriedades de cultura da vinha por lá continuam ainda a produzir. Dizia-se há uns quarenta ou mais anos que o vinho dessas terras, pertencentes não só a laurentinos, mas também a habitantes de Lamares e outros lugares da freguesia de Mouçós, era uma especialidade. Sendo esses lugares terras de montanha, ali tinham e têm alguns o seu quinhão, de clima um pouco mais ameno e favorável à produção de vinho.
Estamos, então, em Lamares, na Adega Castanheira. Vêm primeiro as tripas – saborosíssimas e em quantidade mais que suficiente. Em dias normais ficaríamos por ali. Mas já que se gasta, como é costume dizer-se, fomos saboreando vagarosamente a primeira parte do repasto. Uma boa salada de alface e tomate regada com azeite e vinagre estava presente. Por delicadeza e respeito aos vegetais que fazem bem à saúde, depenicou-se aqui e ali um pouco.
Troca de pratos.
Subitamente, eis que aparecem, dourados e estaladiços, pedaços de um leitão acabadinho de assar num dos fornos a lenha do restaurante. Vale a pena juntar o molho, sim senhor.
Mais uma vez, devagar, degustou-se o delicioso animal, junto a umas batatas novas, fritas na ocasião.
– Sobremesa? 
– Não. Não vale a pena. Café, por favor.
– E um xarope!? – diz o anfitrião que serve com eficiência e gosto.
– Um xarope deve fazer bem à digestão, desde que se evite a condução! 
Na presença dos comensais, os copos de balão são embebidos na aguardente velha a que se chega o fogo. Após a queima, o líquido é despejado e uma nova aguardente brilha agora no interior de cada balão, pronta a beber.
Um final de refeição sorridente, perfeito!
Fica este restaurante em Lamares, aldeia da União das Freguesias de Mouçós e Lamares, concelho de Vila Real. Quem se dirige para Bragança pela autoestrada, logo a seguir à capital transmontana, a uns sete minutos de marcha moderada, segue-se o acesso a Lamares e, em direção à aldeia, encontra-se logo ali, à direita, o restaurante Adega Castanheira.

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