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Afago ao ministério

Era tal a importância atribuída nas vizinhanças ao intento que os próprios mentores do projeto da caganita, assim agora designado com todas as prosápias, começaram a ressentir-se das responsabilidades. Inicialmente de vaidades desenhadas no sobrolho, cada um no que mais jeito lhe dava, facilmente assumiram expressões carregadas de pragmatismo enigmático, deixando-se cair muitas vezes quando sós para um arregalo de ceticismo. Além das preocupações cada vez em maior número à medida que as ideias se iam juntando, o que mais os afligia no meio de toda a azáfama eram os ares amarelados com que se obrigaram a conviver diariamente, causados naturalmente por uma alimentação desusada e, amiúde, ressequida. Não fora a proximidade da época da tosquia, Chixe, sob influência do sócio e amigo, e com este, dirigir-se-iam a especialistas que os há abundantes por essa região. Mas não. Habituado à arte de corte da lã e por assim dizer ao reflexo do vermelhusco causado pela depilação, com toda a certeza que o parente afastado de Chixe saberia avaliar a situação amarelejada de quem se tornara famoso como o primo e um tipo dele chegado e por isso dele amigo também. 
Sem abusar no trabalho e convívio, há que pacientar. Fora do tempo em que as ideias se ajustam umas às outras, um copo ou dois, de quando em vez, não lhes traria descoordenação nos pensamentos. Além disso, presumindo, as cores viriam de novo ao de cima e tezes pálidas seriam apenas circunstanciais.
É verdade! Voltando um pouco ao princípio, era necessário antes de mais nada uma incursão à capital, no bom sentido, claro, por forma a dar andamento à divulgação junto das autoridades ministeriais, solicitando os apoios necessários e assim pôr em marcha o negócio. Esperariam ser recompensados no futuro, tinham disso certezas desde que, por permeio, não deixassem entusiasmar-se por atos que colocassem em causa motivos de honradez, devendo para isso escolher com todos os cuidados o ministério que afagariam.

Rebanho a circular na autoestrada

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