A Geometria do DouroNetBila'News Avançar para o conteúdo principal

A Geometria do Douro

Ondas geométricas nas encostas do Douro


De tão curta a viagem, o quadro apresenta-se-nos breve, capaz, contudo, numa atitude inspiradora de obrigação reflexiva sobre o suporte da arte que são as superfícies onduladas das encostas do Douro, concretamente nesta sub-região do Alto Douro, meio caminho de Vila Real à Régua – Santa Marta de Penaguião – após a passagem fronteiriça da Cumieira, ainda no alto como se marcasse pela exigência os contornos dos bardos das vinhas novas, desenhos precisos que os arquitetos de hoje da natureza duriense engendram de modo a que o sol melhor trespasse pelo calor os ares do mosto que voltará.
Nesta nova atitude de um Douro moderno, que se compreende, o xisto esconde-se nas entranhas, tornando-se quase invisível. Apesar disso, está presente com a discrição sábia de quem, desde o começo, conhece estas terras. Não sente vontades de mostrar-se. Evoluiu, cresceu e a exuberância com que exibia a sua face nos muros infindos e escadarias monumentais deixou se substituísse numa arte do tempo presente que, por despertar sensibilidades entretanto ensaiadas, reaparece como por magia noutros lugares. Continua instrumento na mesma determinação, pintando pela sua mão não apenas os contrastes sombrios mas sobretudo avivando aqui e ali coloridos que com ele viajam e constroem e contam a verdade histórica do Douro!
No plano mais próximo desta obra, como se de uma assinatura se tratasse, o rio, o Douro, lá continua na luta de sempre. Em alturas de seca como a do ano de 2017, insiste em preservar o vigor do seu leito por onde barcos sonham e descem, observações atentas deambulam pelas margens, um copo aqui, outro ali, não apenas por ser domingo, mas porque apetece, um brinde, uma fotografia pensada e observadores e passeantes de fim de época prantam-se nas coisas mais simples desta compostura do xisto, deixando sossegar-se, apesar do calor.

Fotografias do Concelho de Santa Marta de Penaguião

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