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O «Mês das Almas»

O «Mês das Almas» ou «Mês das Bruxas» por Jorge Lage «Halloween» Novembro é conhecido pelo «Mês dos Mortos», «Mês das Almas» e, também, pelo «Mês das Bruxas». Desde o séc. IV que a Igreja Síria tinha um dia para festejar «Todos os Mártires» e, passados três séculos, o Papa Bonifácio IV, dedicou-o a «Todos os Santos». Mais tarde foi fixado o dia 1 de Novembro. Costumava iniciar-se com uma festa vespertina, a 31 de Outubro, que em inglês se diz «All Hallow’s Eve» (ou seja «Vigília de Todos os Santos») evoluindo para «All Hallowed Eve», «All Hallow Een» e, por fim, «Halloween», como se diz hoje. A figura é a de Padre Fontes, numa foto obtida no Ecomuseu de Barroso, em Montalegre. Do lado esquerdo da imagem, uma das fachadas da Igreja da Misericórdia, próxima do castelo de Montalegre. A noite de 31 de Outubro para 1 de Novembro começou a ser celebrada por grupos não cristãos, dando-lhe o sentido de bruxaria. No seu seguimento era preciso recordar todos os que já partiram e a Igreja justapô

Ensinadores são os provérbios

De Jorge Lage e Maria da Graça, os provérbios! Em vinte de Janeiro dá o Sol no abixeiro. Lareira acesa é sol de Inverno. Pinheiro cortado em Janeiro, vale por castanheiro. Bons dias em Janeiro vêm a pagar-se em Fevereiro. Pela Lua Cheia não cortes a tua nem a alheia. À árvore caída todos vão buscar lenha. Entrudo borralheiro, Páscoa soalheira. Não chovendo em Fevereiro, nem bom prado, nem bom palheiro. Faz o teu filho teu herdeiro e não teu despenseiro. Quando chove em Fevereiro, nem bom pão nem bom lameiro. Quer no começo quer no fundo, em Fevereiro vem o Entrudo. Casa de esquina, ou morte ou ruína. Temporã é a castanha, que por Março arreganha. Março de rabo, é pior que o diabo. Não te envaideças do que sabes, e repara sempre no que fazes.

A história da carga perdida e o desassossego na boda

Baseada em factos verídicos, a história da carga perdida e uma festa de casamento aconteceu na década de 1960, numa aldeia transmontana.  Está esta história contada em texto neste blogue. Relata-se neste vídeo, abreviando algumas partes e retirando mesmo alguns parágrafos. A carga perdida e a festa de casamento (início da história)

Fisgas de Ermelo

Fisgas de Ermelo, em plena Serra do Alvão Estrada Nacional 304, entre as aldeias da Várzea e Ermelo Em plena Serra do Alvão, no concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, ficam as Fisgas de Ermelo, uma das 21 Maravilhas de Portugal, em 2012. A imagem mostra, em segundo plano, as espetaculares quedas de água das Fisgas de Ermelo. Resultam da transição entre a zona alta de Lamas de Olo e o vale de Ermelo. Nesta transição, observa-se um enorme desnível, percorrido pelo leito do rio Olo. Ermelo

Empadão de qualquer sobra

Empadão, neste caso de sobras de carnes Sempre numa perspetiva de simplicidade e para que ninguém passe fome, aqui vai mais uma receita para uma refeição de almoço que, não sendo improvisada, é, contudo, confecionada com alguns restos de comida de anteriores refeições, que é conveniente aproveitar e não desperdiçar. Então, dentro do frigorífico, o que há de sobejo de outros dias que possa ser aproveitado para o almoço?  Carne de vitela, do nispo, já refogada e condimentada, umas lascas de presunto que restaram de uma merenda e umas rodelas de chouriço escondidas num dos recantos do frigorífico.  Com estes ingredientes sobrados, confecionaremos um empadão, se houver batatas em casa. E há, por acaso, há! As batatas deverão ser de boa qualidade, brancas. Num tacho suficientemente grande e largo, dependendo dos convidados, evidentemente, e após o aparo dos tubérculos, coloquem-se nesse recipiente com água já a ferver ou quase. Entretanto, coloque-se em outro tacho uma cebola cortada aos pe

Compota de Castanha

Compota de Castanha por Jorge Lage Ingredientes: 2 Kg de castanha; 1,5 Kg de açúcar; 0,5 litro de água; 1 limão, 1 pau de canela e erva-doce. Confeção: Leve ao lume as castanhas a cozer. Preparar a calda, levando ao lume a água, o açúcar, a casca de limão e a erva-doce. Deixar ferver durante 5 minutos (pérola leve) e juntar as castanhas, o sumo de limão e o pau de canela. Apurar em lume brando. Deixar arrefecer e só depois colocar dentro dos frascos. Receita de Olinda Carralas Penela da Beira - Penedono in "Castanha um fruto saudável" Nota: As compotas e as caldas de frutas eram uma forma de as famílias terem à mão as delícias do campo durante todo o ano. A minha saudosa e generosa avó, Maria Rosa Aleixo, deliciava-me com a aveludada geleia de marmelo, o divinal doce de ginja e a fabulosa compota de pêra ou pêssego a sorrir da compoteira e sempre pronta a saltar para a mais alva fatia de pão trigo. A minha mulher faz, igualmente, compotas tradicionais fabulosas, com que me v

Rabanadas Conventuais

Rabanadas Conventuais por Maria da Graça Ingredientes: 1 pão cacete médio; 0,5Kg de açúcar; 2,5 dl água; 6 gemas; 1 ovo; 1 pauzinho de canela; 1 casquinha de laranja; canela em pó para polvilhar. Confeção: Convém que o pão seja comprado com 2 dias de antecedência. No dia, corte o pão em fatias da grossura de 1 dedo. Misture o 0,5 kg de açúcar com a casca de laranja, a canela em pau e os 2,5 dl de água e leve ao lume; ferve durante 8 minutos exatos. Entretanto, bata as gemas e o ovo muito bem. Passe as fatias de pão, uma a uma, pelo batido e deite-as no açúcar fervente, deixe solidificar as gemas, retire-as e escorra-as. Vá-as colocando num prato e por fim polvilhe-as com canela em pó, se desejar. Enquanto as rabanadas estão no açúcar, se este começar a querer ganhar cor ou mais ponto, vá adicionando 1 ou 2 colheres de água quente.

Pão-de-ló de Vizela

Pão-de-ló de Vizela por Jorge Lage Ingredientes: 24 gemas de ovo; 3 claras de ovo; 400 gr de açúcar; 300 gr de farinha triga (tipo 55); 200 gr de açúcar para cobertura. Confeção: Batem-se as gemas e as claras com açúcar até se obter um preparado quase branco. Junta-se a farinha e bate-se até ficar misturada. Deita-se a massa em formas quadradas de lata forradas com papel costaneira (grosso). Leva-se a cozer em forno quente (220 graus centígrados). A meio da cozedura reduz-se o calor e deixa-se cozer. Estará cozido quando lhe espetar um palito e sair seco. Apaga-se o forno, deixa-se arrefecer um pouco e retira-se o papel dos lados. Com as 200 gramas de açúcar e um copo de água faz-se uma calda muito forte, (112 graus centígrados). Deixa-se amornar e depois espalha-se por cima e dos lados do pão-de-ló, com uma espátula ou colher de pau, em movimentos de vaivém, até a calda ficar opaca. Conserve-se em local seco e, de preferência, em recipiente fechado e forrado a papel absorvente (o pape

A carga perdida e a festa de casamento (VII)

A história da carga perdida e o desassossego na boda (Sétimo episódio) Como foi possível? Assim continuavam nesta expressão, mal refeitos do sucedido e azucrinados perante a evidência da burrica ter perdido a carga. Mulheres, homens, crianças, todos gritavam e questionavam os dois rapazes sobre o que acontecera com o terceiro, sem que fossem dadas respostas claras e convincentes. Há que ir à procura do menino. O que terá sucedido? Após algumas hesitações, lá vão então de novo em direção ao moinho os dois rapazelhos, a burrica, sempre pronta a dar uma mão, e dois adultos mais afoitos. Uma vez mais, o animal toma conta do andamento, parecendo entender a urgência em encontrar o menino que sobre o seu lombo vinha acomodado.  Por ali abaixo, tinham já feito mais de metade do percurso e, para espanto de todos, a burra fica subitamente especada junto a um combro, assentado numa curva apertada e num dos lugares mais íngremes. Na base do combro contrária ao caminho, um denso giestal encobria o

Vale das Gatas: conversa com Eduardo Vilela (2ª parte)

Segunda parte do vídeo realizado em 09-10-2020, no Vale das Gatas, freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa, procurando reavivar aspetos dos trabalhos e rotinas dos mineiros e trabalhadoras e trabalhadores que contribuíam para a exploração do volfrâmio nas minas deste lugar! Vale das Gatas: conversa com Eduardo Vilela

Vale das Gatas: conversa com Eduardo Vilela

Alguns pormenores dos trabalhos que se desenvolviam para a exploração do volfrâmio nas minas do Vale das Gatas, na freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa! (09-10-2020) Vale das Gatas: conversa com Eduardo Vilela (2ª parte)

Lugares ao lado do Douro

Não pertencendo ao Douro, lugares há que com ele se identificam Lugar das Paredes, uma das entradas para a freguesia de S. Lourenço, dela fazendo parte! Muito se fala hoje do Douro e da região vinhateira do Alto Douro. Ainda bem para a região, para as populações que aí vivem e empresas que fazem da cultura da vinha e produção de vinhos o seu negócio, contribuindo para o aumento do emprego e o desenvolvimento local e regional. Mesmo as regiões vizinhas lucrarão de alguma maneira com esse desenvolvimento. De facto, o Douro é conhecido nos quatro cantos do mundo, pelos seus vinhos de altíssima qualidade e pelas condições de excelência oferecidas aos turistas através do alojamento em pequenos hotéis e casas de turismo rural, e cruzeiros de luxo a percorrerem o rio Douro desde a sua foz, no Porto e Vila Nova de Gaia até Barca d’Alva. Também a partir daí, já no Douro Internacional, os barcos de recreio e mini cruzeiros são meios ótimos para conhecer essa parte do rio por entre as suas arriba

A carga perdida e a festa de casamento (VI)

A história da carga perdida e o desassossego na boda (Sexto episódio) A burrica da tia Alice foi assim incumbida de ajudar os três moçoilos, após a infeliz ideia destes terem esvaziado a botelha do vinho tratado, provocando-lhes tamanho incómodo que julgaram nunca poder acontecer-lhes, de tal modo era docinha a pomada e tão bem escorregava goela abaixo. A burrica, acostumada com a tia Alice a palmilhar o caminho, que dava depois de algumas ramificações para os pontos principais da aldeia, sempre com o máximo de sacos de farinha bem apertados ao lombo, desembaraçava-se por ali acima com firmeza e numa passada que os rapazelhos dificilmente acompanhavam, pois a carga era desta vez muito mais leve. Valendo-se a burrica do fraco peso do rapazinho combalido, meneando as ancas, afocinhava de vez em quando para manter o equilíbrio e dar força às patas dianteiras. Determinada, trepava tão rapidamente aquele chão irregular de pedras soltas que os dois, com passad

Freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, 06-10-2020

Alguns aspetos da natureza na freguesia de S. Lourenço de Ribapinhão, concelho de Sabrosa!

A carga perdida e a festa de casamento (V)

A história da carga perdida e o desassossego na boda (Quinto episódio) O desgraçado do rapaz ficou mesmo anestesiado, permanecendo estatelado ao lado da mó, no seu movimento constante sem nada perceber sobre o ocorrido. Melhor sorte tiveram os outros dois que, ao contrário daquele, aliviaram a digestão, libertando-se de ardores, deixando no espaço do moinho uma mistura de cheiros esquisitos e azedias. – Valha-me Deus. O que aconteceu? – disse a tia Alice deveras assustada, lamentando-se do disparate que tinha cometido, deixando os meninos sozinhos com a botelha. Passado um pouco de tempo, resfriou-se a tia Alice Carolina com um pouco de água fresca no rosto, fazendo o mesmo aos dois mais escorreitos e ao coitado, agora já encostado a dois sacos de farinha, mas continuando sem tugir nem mugir.  Refeita da aflição, a tia Alice logo arranjou modo de resolver este imbróglio que se lhe tinha deparado. Disse então que os dois deveriam levar o a