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Boa comida, boa bebida!

Boa comida, boa bebida, uma paisagem deslumbrante! Assim classificaram o restaurante onde se decidiu repastar no dia em que repuseram na conta o IRS. Há que gastar esse maldito e, já agora, dar-lhe vida! Também os empregados são uma categoria. Uma beleza prestimosa quando atravessam a sala de jantar numa elegância pouco vista nos dias de hoje. – Arranjam-se aí umas tripas, sim senhor, e uma cabritada. Ora vamos lá “bêr”. “Lábêr…!?” é uma expressão muito usada hoje em dia em meios distintos de reflexão televisiva e comentário político, mas que até nem vem a propósito. Foi apenas um desviar dos caminhos do enredo da história breve do restaurante e dos seus empregados de mesa.

Mirandela

Reunião: desfecho atribulado

Finda a reunião no Café Central, já a manhã despontava de uma noite gelada. Tudo se resolveria com a ida à capital, estavam convencidos aqueles dois, Nanixe e Chixe. O primeiro, inebriado pelo tinto e pela conversa assaz demorada – quase monólogo de Chixe –, espalhou-se na calçada como trapo, mal vislumbrou os primeiros raios de claridade e o orvalho que rapidamente lhe sistematizou as pestanas, fazendo ressaltar-lhe um ar de compenetrado filósofo, simultaneamente perturbado e incrédulo pela situação que acontecera. – É só um vareio da cabeça e passa depois de alguns instantes.

Quinta do Paço, Vila Real

Discreto olhar sobre a Quinta do Paço, em Arroios, Vila Real!

Reunião no Café Central

Durante uma de tantas reuniões que costumam levar-se a efeito no café central da aldeia, às vezes a desoras, decidem então rumar à capital, pois lá haveria de aparecer um lugar onde tratar do assunto: um ministério ou secretaria onde de certo os ajudariam. Perguntariam a alguém que vissem conhecer melhor que eles estes assuntos e tudo se resolveria. Além disso, muitos cafés como este, e melhores ainda certamente, haverá nos sítios importantes como é a capital, com gente famosa e tudo que até acharão o nosso projeto digno de ser implementado, até porque enchendo os bolsos de economias, estas servirão de igual modo para a bolsa geral do estado.

As caganitas do Chixe

Esse comparsa do Nanixe, ar amuado e desconfiado, vive de pequenas negociatas. Compra e vende de tudo que lhe vai aparecendo. Mas o seu negócio preferido é o do gado. Passeia com os animais pelos pastos da serra e diverte-se enquanto vai e volta. Frequenta com assiduidade as feiras, vende um cabrito aqui e outro ali e mesmo assim o rebanho vai crescendo. Há coisa de dois anos, aproveitado que é o Chixe, decidiu, depois de muito pensar, começar a recolher as caganitas dos animais para utilizá-las nos seus lameiros como adubo. - Como se fazia antigamente, noutros tempos!

Nanixe e o caso do Chixe

Não era hábito do Nanico, aliás, Nanixe como prefere agora ser tratado, preocupar-se muito com os outros nem importunar demasiado a cabeça. O esforço de pensamento transmite-lhe uma certa inquietação, irritabilidade, como ele próprio diz - um certo “nervoso” na língua, uma espécie de comichão gustativa que o preocupa. - Há aqui um nervo qualquer “leva e traz” que deve fazer ligação entre a cabeça e a língua, diz convencido.

Quinta do Vesúvio, Douro Superior

Defronte à Senhora da Ribeira A imagem a acompanhar este artigo resulta de uma foto da década de 1990 que mostra a vista da Senhora da Ribeira, Carrazeda de Ansiães, para a margem sul do rio Douro, concretamente a Quinta do Vesúvio. À foto, da nossa autoria, em virtude das suas reduzidas dimensões e para que pudesse aumentar-se, foi imprimido pequeno toque com algum efeito visual, resultando melhor a expressividade.

Senhora da Ribeira

Senhora da Ribeira, Carrazeda de Ansiães (Douro Superior) A Senhora da Ribeira é uma pequena aldeia que em finais da década de 1990 era praticamente desabitada e a maior parte das suas poucas casas estavam já a degradar-se. Apenas uma ou duas mostravam alguma qualidade no seu aspeto. Outra ainda, de construção recente, em xisto, apresentava-se solitária, servindo certamente para ser ocupada em fins de semana ou em férias.

Sam Lourenço de Riba Pinhão, 1758

Freguesia de São Lourenço de Riba Pinhão, em 1758 Neste artigo e resumo de excerto do documento de 3 de março do ano de 1758, escrito pelo reytor da Igreja Matriz de Sam Lourenço de Riba Pinhão - padre Seraphim Alvares - refere-se que havia na freguesia de Sam Lourenço uma feira franca que decorria entre a véspera do dia do milagroso S. Lourenço e o próprio dia de S. Lourenço - 10 de agosto. A freguesia de S. Lourenço não tem correio. No entanto, os seus habitantes servem-se do correio de Vila Real, que vem na segunda e vai na quinta feira. Diz ainda o senhor padre Seraphim Alvares que a freguesia de S. Lourenço dista da cidade de Braga dezassete léguas e da corte de Lisboa oitenta. O grande terramoto que ocorreu na cidade de Lisboa, no dia um de novembro de 1755, dois anos e oito meses antes da feitura do referido documento, nesta freguesia não deixou ruína nem houve perigo, sentindo-se apenas o tremor que assustou toda a gente. A serra que existe nesta freguesia para a part

Artesanato e artes manuais

A propósito de artigo anteriormente publicado " Que futuro para Bisalhães? " e transpondo a sua reflexão para o tema do artesanato em geral e as artes manuais, não podemos deixar de referir o desinteresse, em nosso entender, com que estas matérias têm sido tratadas em opções políticas apenas preocupadas com grandes projetos, descurando estas pequenas grandes coisas que também dizem respeito à cultura dos povos. Note-se que nas áreas da formação e educação públicas, contrariando estudos científicos de que os trabalhos manuais são um contributo muito importante para o desenvolvimento intelectual e destreza manual do indivíduo, decidiram em tempos os responsáveis retirar do currículo do ensino básico a disciplina de Trabalhos Manuais, inserindo apenas reduzidíssimas partes do seu programa na disciplina de Educação Visual, passando esta a ter o nome de Educação Visual e Tecnológica, atualmente dividida nas disciplinas de Educação Visual e Educação Tecnológica, com a conseque

Que futuro para Bisalhães?

Vila Real, Bisalhães e o artesanato Este artigo foi publicado pelo autor deste blogue no "Notícias de Vila Real", edição de 27 de fevereiro de 2003. Talvez faça sentido a sua reedição neste blogue. Vila Real e o artesanato têm a sorte de, ainda no momento actual, contarem com a contribuição importante de alguns, amantes da manufacturação de peças únicas nas suas características, utilizando materiais com tradição existentes nesta região, seguidores persistentes, fiéis aos usos e costumes dos seus antepassados aos quais tiraram ensinamentos e experiências, permitindo a continuidade da história cultural das gentes que, carinhosa e teimosamente, contra a corrente, vão ficando presos à terra que os viu nascer. Executam trabalhos de destreza manual impressionante e são conhecedores experimentados dos pontos fracos dos objectos que brotam das suas mãos calejadas pelo frio, pela intempérie e pelo forno abrasador. Perfeitos e cadenciados preocupam-se com a qualidade. Sabem que o prod

Amarante, Portugal

Amarante, cidade sede de concelho do distrito do Porto: tarde do dia 18 de abril de 2016

Doçaria Conventual de Amarante

O verão está aí, bem próximo, proporcionando agradáveis passeatas após o jantar. No entanto, mesmo em ambiente de inverno, uma visita ao centro histórico de Amarante vale bem a pena usufruindo-se da beleza luminosa da igreja de S. Gonçalo, a ponte que lhe dá acesso, e a rua de tasquinhas onde se encontra um bom copo a acompanhar uma boa sande de presunto e outras coisas boas a comer sentado ou em pé. Sete e meia, oito, a noite inicia-se deste modo, tranquila, apenas o número suficiente de pessoas pela rua, poucas e boas alguém dirá. De facto, a arquitetura do lugar desperta na melhor das intenções os sentidos e, por isso, uma entrada na Confeitaria da Ponte dá-nos certamente o gostinho especial e frescura de uns papos de anjo, umas lérias, foguetes e brisas do Tâmega e mesmo são gonçalos, tudo enquadrado na boa doçaria conventual de Amarante. Com um café, um docinho especial! Uma pequena caixa bem ornada de várias especialidades servirá de contentamento a quem espera feli

O largo do sr. Albertim (IX)

O empalhador Lá aparecia também o empalhador – o que empalhava principalmente garrafões, tudo perfeitinho a começar da base até ao gargalo, sem que se descorassem as asas, dando-lhes especial resistência. Uma larga bacia com água servia para amolecer o vime – o junco com que se fabricam cestos.  O cesteiro executava com esmero a técnica aprendida talvez em pequeno e ainda hoje alguns artesãos constroem perfeitas essas obras artesanais em verga. O vime era utilizado para revestir os garrafões, mas também para construir cestas e, por isso, normalmente, o empalhador era também cesteiro. Em S. Lourenço de Ribapinhão, o empalhador por lá permanecia uma boa parte do tempo no largo do sr. Albertim, onde, de tempos a tempos, muitos garrafões eram consertados em tarefa demorada, às vezes de vários dias.