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António e João

António e João (provérbios) por Jorge Lage Entre António e João, semeia o teu feijão. Quem em junho não descansa, enche a bolsa e farta a pança. Eu te absolvo e te boto a absolvição, se não tiveres tratos com gente de Moimenta, Rebordelo e Lebução.

O Melhor Pão

A felicidade no melhor pão por Jorge Lage Nem me falem em «padarias de pão quente» A minha Mãe «ensinou-me» a comer de tudo o que se põe na mesa. Não podia haver as palavras, «não gosto». Como benjamim da casa sempre teve muita paciência comigo para evitar usar o lenço de cinco pontas.  Quem andasse sempre a bater nos filhos era criticado por não saber educar e impor o respeito.  Assim hoje, gosto de comer todas as comidas tradicionais e saudáveis das nossas aldeias. Dos alimentos que mais me fascinam é o bom pão trigo e, principalmente, o pão centeio. Parece que as boas farinhas, dos fornos e os enormes pães quentes espalham no ar o seu aroma inconfundível e que me aveludava a alma. Por isso, sou muito exigente com a qualidade do pão que como. Rejeito a maioria do que se produz nas padarias vulgares e nem me falem em «padarias de pão quente». São massas congeladas com conservantes (venenos para o corpo), ainda que os aroma

Padre Ernesto Sales

A propósito do cento-cinquentenário do nascimento do Padre Ernesto Sales por Jorge Lage Padre Ernesto Sales Cento e cinquenta anos do nascimento do Padre Ernesto Augusto Pereira de Sales, nascido acidentalmente no Mogadouro em 1864 e vindo para Mirandela, aos três anos. Ordenado sacerdote em 1887 foi paroquiar Suçães até 1892 e Franco até 1893, passando a ser capelão militar da arma de Engenharia e pároco da Igreja da Graça em Lisboa. Destacou-se como escritor bem documentado e ajudou imenso o Abade Baçal na sua obra monumental. Da sua obra bibliográfica consta:  Notícia Histórica de Nossa Senhora do Amparo de Mirandela (1887); Discurso comemorativo da Batalha do Bussaco (1904); Livro do Soldado para sua educação moral e patriótica (1905); Livro do curso de instrução elementar pa

Adeus ó Valgouvinhas

Adeus ó Valgouvinhas, Marião por Jorge Lage Vale de Gouvinhas, Mirandela (imagem composta) Adeus ó Valgouvinhas, Marião, Não és bila nem cidade, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião, És um pobo pequenino, Marião, Feito à minha vontade, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião, Hei-de cercar Valgouvinhas, Marião, Com trinta metros de fita, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião, À porta do mou amor, Marião, Hei-de pôr a mais bonita, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Os meus olhos não são olhos, Marião, Sem estarem os teus defronte, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Parecem dois rios de auga, Marião, Quando vão de monte a monte, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Já corri os mares em volta, Marião, Com uma bela branca acesa, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Em todo o mar achei auga, Marião, Só em ti perco a firmeza, Marião, Sim, sim, Marião, Não, não, Marião. Ad

Expressões Populares (3)

Expressões Populares, segundo o Mirandelês Enviado por Jorge Lage «M» Macacar – macaquear, troçar. Macacoa – solipanta, mau-humor (deu-lhe a macacoa!). Maçadela – maçadura, pisadura. Macarena – macabra, sinistra. Macarono – boneco feio, cabeçudo, gigantone. Machadinhas – setenta e sete anos, (se passar as machadinhas, pronto estou safa!). Machona – mulher corpulenta, mulher de grande porte, cavalona. Machorra – estéril, baleira, que não procria. Madraço – preguiçoso, mandrião. Madronho – medronho. Magano – malandro, mariola. Mais de quantos – muitos. Mais-a-mais – além do mais, além disso. Mais-que-tudo – pessoa a quem se ama muito (ali vem o meu mais que tudo). Mal-ajambrado – mal amanhado, mal vestido. Malandraige – malandragem, bando de malandros. Malapata – pouca sorte, má sina, infelicidade. Malápia – maçã pequena e brava que amadurece pelo S. João (Ribeiro 1941, DT) - maçã temporã muito apreciada. Malato – carneiro novo com um ou dois anos, maior do que o borrego. Mal-dos-

Expressões Populares (2)

Expressões Populares, segundo o Mirandelês Enviado por Jorge Lage «H, I, J, L» Habilita-te! – Atreve-te! Arrisca-te! Há-de ir descalço para a cama – há-de ir ao rego. Hás-de-me vir comer à mão! – ainda me hás-de pedir ajuda. Homem velho e mulher nova, ou corno ou cova – crítica popular ao velho que escolhe uma nova. Homes de Sta. Maria (de Émeres), beis de Valpaços e mulheres de Valtelhas, quem os meter em casa torce as orelhas! – Homes pouco trabalhadores e promeiros até andavam de socos e de gravata. Beis que estavam habituados a lavrar os terrenos arenosos ou saibrosos se fossem para terrenos duros não tinham bom desempenho à charrua ou à agrade. Mulheres de Valtelhas por não serem limpas, isto é, preguiceiras para a lida da casa. Íamos aos soitos dos oitros – íamos roubar castanhas. Ir à araba – ir lavrar. Ir à galela – ir apanhar pequenos cachos de uvas. Ir ao rebusco, ir ao gaipêlo, vinha. Ir a toque de caixa – ir à pancada. Ir de arroncho. Ir aos gambozinos – é uma partid

Expressões Populares

Expressões Populares, segundo o Mirandelês Enviado por Jorge Lage «A» A capa e o sarrão nunca pesaram! – O agasalho e a merenda nunca pesaram! À certa confita – A alturas tantas. À côa! – Gritava-se para afugentar o lobo ou alcateia! À cuca – À espreita. À drede – Adrede. De propósito. Por mangação. A fazer comida para pobres e a vender aves de bico, nunca ninguém ficou rico – Em negócios de migalhas não se conseguem milhões. A filha casada ao pé da porta é pior que a cabra na horta – Tenta levar da casa dos pais para a sua casa, tudo o que pode. À frente que atrás vem gente! – Vamos embora. Segue o teu caminho! À galinha que canta como o galo corta-lhe o gargalo – Onde há galos não cantam galinhas! A mulher e a pescada, querem-se da mais lascada – A uma mulher bonita e bem feita chamava-se “uma lasca”. A ingrampar – A enganar. A jurdir – A fazer. A urdir. A tramar. A tua ferramenta é como a do Troca, quando não corta, desnoca! – Isto dizia o Arnaldo Falcão de (Chelas) ao Alfredo Chovi

Não gosto do pai natal

Não gosto do pai natal...  por João de Deus Rodrigues Não gosto do pai natal... (um quase poema) Não gosto do pai natal. Ponto final.  Mas não gosto do pai natal, Por ele ser um cavalheiro barrigudo, De barbas brancas, com um saco encarnado ao ombro, Onde finge que leva brinquedos para dar às crianças. Com aquele seu ar bonacheirão, E o seu hou!…, hou!…, hou!… Quando vem no trenó, puxado por renas mansas, A escorregar na neve até parar em frente De um supermercado, apinhado de gente, Com uma campainha na mão, A acenar para crianças inocentes, Com um olho nos pais, babados e contentes, Convidando-os a entrar para comprarem uma pistola Ao rebento, com ar de mariola, ou um carro de combate, Que trepa pelas paredes, aos tiros, e não há quem o mate… Não. Não é por isso que eu não gosto do pai natal. É sim, por que vejo nele o produto acabado De uma sociedade consumista, tal e qual. Uma sociedade que foi capaz de fazer esquecer o Presépio, E o

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante

Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco» Enviado por Jorge Lage (…) Foguetes em S. Gonçalo Há festa na beira-mar! As velhas cantam de galo… Nunca é tarde p’ra casar! (…) S. Gonçalo, meu Santinho, Como tu não há nenhum! Arranja-me um maridinho Para quebrar o jejum… (…) Meu santinho, desespero, Repara na minha idade! Por favor, eu também quero O que quer a mocidade (Amadeu de Sousa – poeta popular) (…) S. Gonçalo de Amarante, Casamenteiro das velhas, Por que não casais as novas? Que mal vos fizeram elas? (…) Hás-de saltar as fogueiras À noite no arraial, Dançar com velhas gaiteiras Uma dança divinal. (João Gaspar) Quadras populares a S. Gonçalo de Amarante in «Aveiro do Vouga ao Buçaco», de Amaro Neves e outros. As festas e romarias fazem parte das festas cíclicas anuais e são precisas para a alma do povo como de pão para a boca. O povo tem remédio para tudo na Bíblia e nas tradições e saberes orais. Há santos, rezas, mezinhas e produtos do campo para tod

Ninhos de Rola

À procura de ninhos por Jorge Lage Corria a década de cinquenta, na pacata aldeia de Chelas (concelho de Mirandela) e pelas segadas uma das ocupações dos ganapos era a procura de ninhos. Como as terras andavam cultivadas as rolas refinavam o seu instinto de sobrevivência e faziam os seus simplórios ninhos em árvores inacessíveis. Saber ninhos de rola era uma tarefa que, após terminarmos as aulas, nos ocupava dias e dias, com os estômagos vazios e as calças e camisas esgarnachadas, percorríamos o termo até ao garrancho apatanando ali, comendo-se umas azedas ou umas conachas acolá ou umas manápulas de tagolhete. Ao regressar a casa esperava-me a minha mãe de vergasta ou laços (cordas) em punho dando-me uma sarona e dizendo:  – É para te ficar o dia na lembrança!  Na primeira oportunidade, e quando me inculcavam um ninho lá ia eu, sobe sobreiro, desce sobreiro e nada. Nada, não! Muitas vezes, subia-se aos sobreiros despido para não rasgar a camisa, porque os rasgões do peito e da barriga

Uma lenda do rio Sabor

Uma lenda do rio Sabor que o meu avô me contou por João de Deus Rodrigues É uma felicidade ter avós! E ela é ainda maior quando se passa a infância com eles, a ouvir-lhes contar lendas e histórias. Vem isto a propósito do meu último livro, “Homenagem ao Rio Sabor”, que me trouxe à memória uma Lenda sobre o Rio Sabor que o meu avô me contava na horta de Salgueiros, sentados ao luar a ouvir cair os últimos pingos de água da nora. Era assim: «Uma jovem, muito formosa, chamada Florbela, pastoreava as ovelhas junto a um moinho onde vivia um rapaz da sua idade, órfão de pai e mãe, chamado Benjamim, que era moleiro. Os pais dele tinham-se afogado numa noite de temporal, quando caíram ao rio, tinha ele dezassete anos. Um belo dia meteu conversa com ela e perguntou-lhe o nome. Ela disse-lhe que se chamava Florbela. Ele sorriu e disse-lhe que só lhe ia chamar “Bela”, por ser tão bonita... Mas ela também lhe perguntou o nome a ele, e ele disse-lhe que se chamava Benjamim. A partir daí passaram a

As Desfolhadas

Desfolhadas: espiga vermelha, "milho -rei" por Costa Pereira Espigueiro As desfolhadas são a par das vindimas, das sementeiras, das malhadas e das ceifas uma das actividades que mais impacto e alegria despertam na população rural. Nesta participada tarefa, os intervenientes cantam, contam histórias e voluntariosamente dão a sua desinteressada colaboração, quando muito, apenas à espera de serem recompensados com uma "pinga" ou então pela ânsia de festejarem o aparecimento de uma espiga vermelha, "milho -rei" ou mesmo duma serapintada "rainha", acontecimento que não sendo rezado se celebra sempre com o tradicional abraço da pessoa que teve a dita de encontrar a espiga da sorte... Precedida do corte e transporte das canas do milho para junto do improvisado desfolhadoiro, a desfolhada consiste em retirar as espigas do "cosco" ou folhelho, depositando-as em seguida nos cestos, que uma vez atulhados são despejados no palheiro ou no espigueiro

A lenda da aldeia de Morais

Morais, Macedo de Cavaleiros, aldeia medieval por João de Deus Rodrigues Morais, Macedo de Cavaleiros, é uma aldeia medieval anterior à nacionalidade. Diz-nos o Abade de Baçal nas suas “Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança – Tomo VI, pág 328”, o seguinte: «Gonçalo Rodrigues de Morais é o primeiro que acho em esta cidade e povoou o lugar de Morais, a que deu o nome...». Isto, aconteceu no ano de 1119 e, sendo assim, o lugar já existia. Aliás, o Pinho Leal, no “Portugal Antigo e Moderno”, confirma-o. Mas Morais também foi Comendador das Ordens Militares do Templo, de Malta e de Cristo. Numa Monografia de Balsamão, de 1859, encontra-se a seguinte passagem: “Em a freguesia de Morais, tiveram as Ordens do Templo e de Malta uma herdade que lhe foi deixada por D. Frolbe e Martim Pires, no reinado do Senhor D. Affonso II, como se achou pelas inquirições de El Rei D. Affonso III em o julgado de Lamas de Orelhão, a 18 de Novembro de 1258”. Penso que essa propriedade se situar

A Cozida

A véspera e o dia da "cozida" são de canseira por Costa Pereira A véspera e o dia da "cozida" são de canseira. Depois do moleiro ter acertado a data da entrega da "fornada", alguém é incumbido de a ir buscar. É uma missão que normalmente desempenha quem tem força e pernas desengonçadas, um pouco à semelhança do que sucede com os responsáveis por acarretar a lenha destinada ao aquecimento da água para a amassadura e do forno onde a "cozida" tem o seu epílogo. Menos exigente é a tarefa confiada aos "raparigos" mais tenros, que se resume a terem de percorrer os caminhos e as cortes da aldeia, de cesto e "sacholo" na mão, em busca de bosta fresca, e quanto mais dura melhor, que depois de misturada com cinza vai servir para fixar a porta do forno evitando a saída do calor durante a cozedura. Aprontada a masseira, vai a peneira entrar em acção. Para separar a farinha do farelo (este destinado à alimentação do "reco" e das

As Heranças Judaicas em Trás-os-Montes

Heranças Judaicas em Trás-os-Montes Práticas e vestígios por Barroso da Fonte "Trás-os-Montes" - Óleo sobre tela, de Amélia Raio Sempre curioso em conhecer o passado de Trás-os-Montes e Alto Douro, Província pobre e sempre maltratada pelos poderes públicos, como ainda hoje acontece, voltei as minhas leituras para os povos que nos antecederam e que por aqui deixaram práticas e vestígios que seguimos sem sabermos como. Maria José Ferro Tavares, doutorou-se na Universidade Nova de Lisboa e foi vice-reitora da Universidade Aberta. Publicou, em 1970, um livro sobre os Judeus em Portugal no Século XIV. Em 2010, o Clube do Colecionador dos Correios publicou dela «as Judiarias de Portugal», com uma edição numerada e autenticada, pelo editor, com uma tiragem de 6 mil exemplares, contendo os selos das emissões filatélicas das obras A Herança Judaica em Portugal (2004) e as Judiarias de Portugal (2010). Coube-me adquirir o exemplar 4886. Esta autora que conheci pessoalmente quando, nos

A Ceia Abençoada

Ceia abençoada: reviver de memórias e tradições por Jorge Lage Foi num dos primeiros anos da segunda metade da década de setenta e, apesar das más estradas nacionais, todos os anos, na época natalícia, voltava à casa paterna. A candeia a petróleo já tinha sido posta na pilheira, de adorno, a palha tinha deixado o piso das ruas, e embora a minha alma continuasse a aspirar o calor e o aconchego da casa paterna e o crepitar do lume na lareira me embebedasse a memória da meninice, as panelas (potes de ferro e de três pés) ao lume eram as mesmas e os bancos mochos quase paravam o tempo. Depois de um dia de viagem e vencidas as curvas das montanhas do Alvão e da Padrela o que vinha mesmo a calhar era a ceia em família. A minha mãe costumava dizer que se comia o que a casa dava. E a casa dava para as noites de inverno um grande esqueiro de lenha para aquecer tudo e todos, o pão do forno, as batatas, com as couves tronchudas e o azeite cheiroso até à medula dos ossos. Esquecia-me do fumeiro, d

A festa começou

A festa começou por Jorge Lage Enquanto a banda "bai" jantar, o "pobo" "bai" cear Recuem aos anos cinquenta e sessenta, quando a maioria das aldeias do nosso concelho não tinham luz eléctrica. Na escuridão da noite era a candeia, o lampião, o gasómetro, o petromax e o candeeirinho de mesinha de cabeceira. Em finais dos anos sessenta, à luz da candeia, na mesa da cozinha, li muito do Eça, dos Lusíadas, do Gil Vicente e dos autores, perfilados na «Selecta Literária» do António José Saraiva e Óscar Lopes, e dos medievos trovadores e cronistas. Os meus pais viam na luz mortiça da torcida e do murraco gasto o meu trabalho. E tínhamos pensamentos antagónicos. Eles pensavam que o meu trabalho de estudo era mais custoso, porque «dava cabo da cabeça» e eu achava que era um privilegiado, que o estudo era férias, porque trabalho era o braçal e extenuante da faina campesina. Fosse como fosse, vamos ser realistas, trabalho duro

Criar um Filho

Criar um filho na década de cinquenta do século XX por Jorge Lage Havia todo um ritual com os filhos Falar sobre o meu passado e dos meninos da minha aldeia, a sessenta anos de memória ou mais, para quem se encontra pelos setenta, não é tarefa fácil, exigindo muita concentração e algumas consultas aos meus irmãos vivos, cuja memória é diferente da minha, porventura menos extensa. Em criança, quando via passar à minha porta uma mulher prenhada e já andava muito devagar ou via movimentos apressados da «Julha» do Fena, parteira da aldeia, por «reforma» da Tia Antónia do Xico Maria, para alguma casa ou casebre era certo que ia parir. Os garotos iam todos para a rua ou para casa de alguma vizinha, porque aquilo era obra de mulheres. Com bacias de água quente e rezas pelo meio lá vinha a notícia de mais um raparigo e que era beijado por toda a família, como se fosse o «bilhete» para fazer parte do clã. Nunca me lembro de vir algum médico à aldeia por uma situação mais complicada. Não havia d

Apontamento Histórico de Mirandela

Apontamento Histórico de Mirandela Nota explicativa de Jorge Golias Enviado por Jorge Lage Rua Luciano Cordeiro, Mirandela (vista parcial) (...) O facto de as ossadas se encontrarem fora das muralhas do castelo e, portanto, ser estranho haver construções ali, deve-se ao facto de, em 1518, já não haver castelo de pé (O Padre Ernesto Sales, in Mirandela-Apontamentos Históricos, no Vol I, pág.49 , escreve: «No começo do séc. XVI já nada restava do castelo, e pouco das muralhas que foram traçadas para defesa da vila»). Com efeito o castelo de Mirandela, tardio, talvez o último de Portugal, dos primeiros anos de 1300, foi o primeiro a desaparecer. D. Dinis quis prendar a sua amante, D. Branca Lourenço, doando-lhe Mirandela, e protegendo-a com um roqueiro que, quando acabou de ser construído, não

Aldeia de Talhas

Duas lendas da aldeia de Talhas, Macedo de Cavaleiros por João de Deus Rodrigues Talhas é, actualmente, uma das 38 freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros, e uma das mais antigas e laboriosas do distrito de Bragança. Tem uma área aproximada de 45 quilómetros quadrados e situa-se na margem direita do Rio Sabor. O seu orago, é o arcanjo São Gabriel. Aldeia antiga, dizem que é da Idade do Ferro, tem um núcleo de arte rupestre a merecer estudo dos arqueólogos. O topónimo de Talhas, segundo os genealogistas, deriva do latim “TINALIA” que significa talha ou vaso. José Leite de Vasconcelos na “Revista Lusitana” - Volume XXXV, pág. 313, no artigo Etimologia de Talhas, escreve, e passo a citar: «Tealas= a Tealhas, é o plural de tealha..., vasilha que devia ser de dimensões grandes (…). Imagino que talha, por evolução linguística, veio, em tempos remotos, a significar sepultura aberta em um penedo, ou em uma laje (…). Tendo-se constituído um povoado num