Nanixe e o caso do Chixe Depois de algumas paragens na autoestrada, de comerem todo o farnel que levavam e bebido todo o vinho do garrafão, já anoitecia quando chegaram finalmente à capital. Chegados à avenida principal, ficaram deveras surpreendidos Chixe e Nanixe, não com a movimentação da cidade – um autêntico buliço, tal como tinham imaginado –, mas com os ares emproados das três ovelhas que, observando o exterior através dos respetivos postigos do atrelado, iam gesticulando com as patas da frente, murmurando sorridentemente entre si e, com enorme espanto, agora também do dono do carro de aluguer, verificaram que as três agradeciam os olhares amistosos dos transeuntes a dançarem uns com os outros, que saíam para jantar, ir ao teatro ou ao cinema. Chixe e Nanixe, habituados ao convívio com os animais, nunca tinham visto coisa assim, pois agora até piscavam os olhos e, segundo o taxista, seria uma espécie de alergia aos reclames luminosos que começavam nesse momento a trabalha